Cooperativas de crédito se organizam em sistemas e ganham escala no Brasil com foco no atendimento

Cooperativas de crédito se organizam em sistemas e ganham escala no Brasil com foco no atendimento

Brasil já conta com 768 cooperativas e mais de 19 milhões de cooperados, o equivalente a 9% da população brasileira

Um levantamento da Bain & Company mostra que as cooperativas de crédito, instituições sem fins lucrativos que oferecem produtos e serviços financeiros, já alcançam mais de 19 milhões de cooperados no Brasil, o equivalente a 9% da população brasileira. Trata-se de um crescimento de 64% quando comparado aos 11,6 milhões de cooperados em 2019.

Embora o número de cooperativas tenha caído 12% nos últimos quatro anos, atualmente existem 768 cooperativas e, aproximadamente, 70% delas se organizam em sete principais sistemas que concentram 93% dos cooperados.

De acordo com a análise da Bain & Company, as cooperativas representam 6% da carteira de crédito ativa do Brasil e têm crescido de forma acelerada. Entre 2019 e 2023, registraram uma taxa de crescimento anual composta de 27%, duas vezes acima do restante do setor. Além disso, as cooperativas conseguiram sustentar um crescimento de margem sobre intermediação financeira de aproximadamente 20% ao ano nos últimos 5 anos, quatro vezes acima do restante do setor.

A carteira de crédito PF das cooperativas tem maior dependência do crédito rural (41%), enquanto bancos tradicionais se concentram mais em habitacional (31%), consignado (18%) e cartão de crédito (16%).

Pesquisa mapeia satisfação de empresas com as cooperativas

Uma nova pesquisa NPS Prism, da Bain, com quase 80 mil empresas, descobriu  que a incidência das cooperativas como banco principal saltou de 6%, em 2020, para 9% neste ano. Fora das capitais e regiões metropolitanas, a incidência das cooperativas como instituição financeira principal já atinge os 14%.

Elas têm elevado continuamente sua penetração no território nacional, em especial nas pequenas e médias empresas localizadas fora dos grandes centros. Quase 70% dos respondentes que apontaram uma cooperativa como banco principal de relacionamento da sua empresa estão localizados fora de capitais e regiões metropolitanas. Além disso, cerca de 90% são companhias com faturamento inferior aos R$ 5 milhões anuais.

O avanço das cooperativas tem sido acompanhado de níveis elevados de NPS, acima da média das instituições financeiras tradicionais e em patamares muito próximos ao dos bancos digitais. No acumulado dos últimos 12 meses, as cooperativas, combinadas, registraram NPS médio de 65, apenas 4 pontos atrás do banco líder em NPS.

A ênfase na qualidade do atendimento humano das cooperativas tem sustentado os bons resultados. A análise do NPS Prism mostrou que os clientes das principais cooperativas concentram boa parte de suas interações com o banco através de seus gerentes e até diretamente nas agências, com níveis elevados de satisfação.

Cinco pontos para entender o crescimento do setor

  1. Relacionamento próximo: Alta capilaridade e presença em regiões do interior e de menor densidade; proximidade do cliente e senso de pertencimento e comunidade; flexibilidade de atuação na ponta
  2. Vantagens do cooperativismo: discurso comercial explorando benefícios do cooperativismo como distribuição das “sobras” e  taxas atrativas
  3. Diminuição do gap digital e alavancagem do canal humano: melhora da experiência digital aliada a uma excelente experiência pessoal e na agência
  4. Fechamento do gap de produtos: oferta de cooperativas evoluíram de maneira significativa nos últimos anos e já se aproxima da oferta de bancos para clientes PF e PJ
  5. Consolidação: movimentos de incorporação das cooperativas singulares geram mais competitividade e escala.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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