Dólar sobe quase 3% e tem máxima histórica de R$ 6,27
Bolsa cai 3,15% , a maior queda em dois anos
O dólar operou nesta quarta-feira (18) com forte alta frente ao real , ampliando os ganhos do dia anterior e chegou a R$ 6,27, representando uma alta de 2,78%. A moeda norte-americana foi subindo à medida que os investidores seguiam de olho na maior aversão ao risco no Brasil e repercutiam também a decisão de política monetária do Federal Reserve.
O Índice Bovespa (Ibovespa) teve a pior queda em mais de dois anos, fechando com baixa de 3,15%, aos 120.771,88 pontos, uma perda de 3.926,16 pontos. As bolsas em Wall Street desabaram e o Dow Jones caiu pelo décimo pregão seguido.
O Federal Reserve (Fed)cortou 0,25 ponto percentual na taxa de juros nos EUA. O custo dos empréstimos agora ficou na faixa de 4,25%4,50%, em linha com o esperado. O Banco Central dos Estados Unidos sinalizou menores cortes de juros para frente, o que fortalece o dólar.
Uma previsão de um afrouxamento mais gradual dos juros é um fator positivo para o dólar, ao elevar o rendimentos dos Treasuries, o que dificulta ainda mais a perspectiva para moedas emergentes em 2025.
No mercado interno, os agentes financeiros analisaram o texto-base de projeto de ajuste fiscal aprovado pela Câmara dos Deputados., que não agradou.
O Congresso Nacional aprovou a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que orienta o Orçamento de 2025, rejeitando a possibilidade de corte em emendas parlamentares, aumentando o reajuste do fundo partidário, autorizando gastos de estatais fora do arcabouço fiscal e afrouxando o cumprimento da meta fiscal no ano que vem. E os líderes ainda negaram aprovar qualquer mudança no BPC. Uma farra.
Para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o governo está “fazendo sua parte” para equilibrar o dólar nas alturas. Mas as falas parecem ter sido atropeladas por outra realidade, a dos mercados. Pior: o ministro afirmou que a parte da conta dos militares no corte não será votada esta semana.
No Congresso, a reforma tributária foi aprovada e vai para sanção do presidente Lula em janeiro. O secretário extraordinário da Reforma Tributária, Bernard Appy, estima que a redução da sonegação, inadimplência e fraude pode diminuir a alíquota em 3 pontos percentuais e o IVA verá sua alíquota média cair. Porém, nada disso animou o mercado.
Com a alta desta quarta-feira, o dólar comercial acumula valorização de 4,5% em dezembro. O Ibovespa já caiu este mês 3,9%.