Impacto das apostas online em famílias vulneráveis gera preocupação

Impacto das apostas online em famílias vulneráveis gera preocupação

Apostas irresponsáveis impactam a qualidade de vida, aponta especialista

O mercado de apostas online no Brasil continua crescendo de forma rápida e expressiva. No entanto, apesar da movimentação econômica, esse crescimento tem alarmado especialistas e pesquisadores. Dados do IBGE revelaram recentemente que mais de R$3 bilhões foram gastos por beneficiários do Bolsa Família em apostas. Com mais de 21 milhões de lares atendidos pelo programa, essa situação acende um alerta sobre a exposição financeira de famílias vulneráveis e a falta de controle nas plataformas de apostas.
O gigantesco aumento na quantidade e na movimentação financeira das apostas afeta toda a sociedade. Os indivíduos sofrem diretamente, porque acabam perdendo uma parte relevante da renda necessária para cobrir as suas despesas básicas, e os comerciantes locais perdem indiretamente, porque esse dinheiro deixa de ser gasto em suas lojas. De acordo com uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), as chamadas bets podem gerar um prejuízo anual de R$117 bilhões para os estabelecimentos em todo o país.
Segundo Thoran Rodrigues, CEO da BigDataCorp e especialista em segurança digital, é necessário que, diante desse cenário, as empresas de apostas adotem controles mais rigorosos e desenvolvam melhor seus processos de know-your-client (KYC). “Não basta apenas se preocupar com as questões de lavagem de dinheiro e de influência indevida sobre os esportes. As casas de apostas têm que adotar uma mentalidade semelhante  ao mercado financeiro, onde os limites financeiros são condicionados à capacidade de pagamento do consumidor. Não é correto liberar grandes limites de apostas sem considerar o perfil econômico do usuário, especialmente quando ele depende de benefícios sociais,” comenta.
Diante desse cenário, a BigDataCorp desenvolveu um Dataset de Programas de Benefícios e Assistência Social, que permite a qualquer empresa verificar com uma consulta simples se um indivíduo recebe assistência governamental, como Bolsa Família, Auxílio Emergencial, Auxílio Brasil, dentre outros. Combinado com outras informações relevantes, o produto possibilita que as plataformas de apostas e jogos onlines implementem um processo de KYC robusto e responsável. Com isso, é possível limitar a exposição financeira de indivíduos em situação de vulnerabilidade econômica sem onerar demasiadamente o mercado.
“A adoção de práticas de controle financeiro mais criteriosas nas casas de apostas pode evitar que indivíduos com menor poder aquisitivo se envolvam em apostas imprudentes, protegendo tanto os consumidores quanto as empresas. Essa proteção pode ser enxergada como parte da responsabilidade dessas empresas com a sociedade”, conclui o especialista.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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