Usina de Itaipu fecha 2024 com produção de 67 milhões de MWh e presença no Guinness Book

Usina de Itaipu fecha 2024 com produção de 67 milhões de MWh e presença no Guinness Book

Produção de energia fez a usina entrar para o famoso livro dos recordes

A Itaipu fechou 2024 com uma produção de 67 milhões de megawatts-hora (MWh), quantidade significativa para um ano com baixas afluências (quantidade de água que chega) à Usina. Todo esse montante seria suficiente para Itaipu abastecer o mundo, sozinha, por quase um dia inteiro.

A maior geração diária neste ano ocorreu em 18 de dezembro, quando a usina registrou a produção de 298 mil MWh. No último mês, com melhor disponibilidade hídrica do que no restante do ano, e com uma alta demanda do Sistema Nacional Interligado do Brasil (SIN-BR) e da Administração Nacional de Eletricidade do Paraguai (ANDE) pela energia gerada pela Binacional, a Usina registrou produções diárias mais elevadas que nos meses anteriores.

A produção de Itaipu ao longo de 2024, assim como a das demais usinas hidrelétricas, foi afetada pela intensa estiagem que atingiu grande parte das bacias hidrográficas do Brasil e do Paraguai, a qual foi uma das piores do histórico. A energia gerada em 2024 (67.087.994 MWh) foi 20% menor que em 2023 (83.879.486 MWh), ano que teve a melhor geração dos últimos seis anos. No entanto, mesmo nesse cenário, Itaipu atendeu de forma relevante as demandas energéticas do Brasil e Paraguai, operando com alta eficiência. A usina respondeu por cerca de 6% do consumo de energia do Brasil, e por cerca de 80% do consumo do Paraguai.

O fornecimento de energia ao Paraguai correspondeu ao maior valor anual da história, superando os 20 milhões de MWh pela primeira vez. Foi também a primeira vez que o país vizinho ultrapassou a utilização de mais de 30% da produção anual da usina. Da mesma forma, os mais de 46 milhões de MWh fornecidos ao Brasil também são significativos, mantendo a Itaipu, desde os anos 1980, como a usina que mais fornece energia ao SIN-BR e permanecendo 60% acima da segunda usina que mais produz energia no país.

Para o diretor-geral brasileiro, Enio Verri, “esses números são muito relevantes e representam uma grande contribuição de Itaipu aos sistemas elétricos brasileiro e paraguaio em um ano de escassez hídrica significativa. É Itaipu dando o seu melhor para o atendimento das necessidades energéticas dos dois países irmãos, o que só é possível pela elevada qualidade técnica e profissionalismo dos nossos empregados brasileiros e paraguaios”.

A taxa de disponibilidade das unidades geradoras da usina em 2024 foi de mais de 97,28% do tempo, terceiro maior valor histórico e superior à meta empresarial de 94%, o que significa que a usina está apta a atender prontamente as demandas dos sistemas elétricos brasileiro e paraguaio assim que demandada. Com uma hidrologia desfavorável, o aproveitamento da água disponível foi o máximo possível: pela segunda vez na história, em nenhum momento do ano foi utilizado o vertedouro para controle do nível do reservatório, e a produtividade da usina (quantidade de energia gerada para cada m³/s de água que chega à usina) atingiu a marca de 1,095 MWmédio/m³/s, abaixo apenas de 2021, que registrou 1,098 MWmédio/m³/s.

Segundo o diretor técnico executivo, Renato Sacramento, “esses números são possíveis graças a uma operação otimizada e a um criterioso processo de manutenção que garante a elevada confiabilidade e disponibilidade dos ativos necessários à produção de energia”.

Muito que comemorar

O ano de 2024 foi um ano de muitas comemorações para a Itaipu. No dia 5 de maio, a usina completou 40 anos de geração ininterrupta de energia desde o início da produção, na mesma data, em 1984. E em 17 de maio, a Itaipu Binacional comemorou os 50 anos de sua fundação. Ao longo do ano, outras importantes datas foram igualmente comemoradas, como os 40 anos de criação dos refúgios biológicos mantidos pela empresa, uma referência mundial no cuidado com a fauna e a flora.

Guiness Book

Um pouco antes do aniversário de 40 anos de produção ininterrupta de energia, a hidrelétrica havia atingido, em 10 de março, a marca histórica de 3 bilhões de MWh de energia acumulados desde o início da produção em 1984, consolidando-se como a maior geradora de energia limpa e renovável do planeta. O marco foi reconhecido pelo Guinness World Records, o Livro dos Recordes, que em 1º de novembro deste ano certificou a produção de Itaipu desde maio de 1984 até outubro de 2024 e concedeu à Usina o título de “Maior produção acumulada de energia hidrelétrica”. O anúncio foi feito pela juíza oficial do Guinness, Natalia Ramirez Talero, em cerimônia no hall do Edifício da Produção, localizado sobre a casa de força da usina.

A produção acumulada da usina e reconhecida pelo Guinness seria suficiente para abastecer o mundo inteiro por 43 dias e 17 horas. Além disso, Itaipu foi a primeira e ainda é a única usina a ultrapassar a marca de 2 bilhões de MWh, valor alcançado em 8 de agosto de 2012.

Comparativos

Os quase 67 milhões de MWh produzidos por Itaipu em 2024 seriam suficientes, por exemplo, para abastecer sozinhos o mundo por 23 horas, o Brasil por 37 dias, o Paraguai por mais de 3 anos, ou o estado de São Paulo por 5 meses e 24 dias. Também poderia abastecer simultaneamente 114 cidades do porte de Foz do Iguaçu.

Comparando com outras usinas, a produção de Itaipu em 2024 é 3,1 vezes a do Complexo Belo Monte; 2,3 vezes a da Usina Hidrelétrica de Tucuruí; 4,2 vezes Santo Antônio; 5,5 vezes Jirau; e seis vezes a hidrelétrica de Xingó.

Mudança de perfil da carga

Com a inserção massiva de fontes renováveis intermitentes no sistema elétrico nos últimos anos, principalmente as dos painéis solares, a Itaipu, assim como as demais usinas hidrelétricas, tem sido mais demandada a partir do fim da tarde, para compensar a redução na geração destas fontes intermitentes, assim como para atender de forma rápida e segura o aumento do consumo de energia elétrica nesse horário.

Nesse contexto, Itaipu possui o importante papel de, além de gerar muita energia, utilizar sua alta disponibilidade para atender as rampas de carga (crescimento rápido do consumo) em um curto espaço de tempo, colaborando com a segurança operacional dos sistemas elétricos brasileiro e paraguaio e funcionando como uma espécie de “bateria” natural para esses sistemas. Este é um papel que todas as usinas hidrelétricas exercem, mas Itaipu, devido ao seu grande porte, possui uma contribuição significativa também neste aspecto.

Atualização Tecnológica

Para manter seus excelentes índices de desempenho, a Itaipu Binacional está conduzindo o mais abrangente plano de atualização tecnológica da usina hidrelétrica desde sua entrada em operação, com cerca de US$ 670 milhões em investimentos já contratados.

O plano começou a ser executado em maio de 2022 e prevê 14 anos de serviços. A atualização tecnológica contempla a substituição de diversos sistemas de controle e proteção da usina, dentre eles os das 20 unidades geradoras, da subestação isolada a gás, dos serviços auxiliares da usina, das comportas do vertedouro e da barragem. A parada da primeira unidade geradora está prevista para 2026, após um planejamento detalhado e uma série de trabalhos preliminares que vêm sendo executados na usina.

O processo prevê também a modernização da Subestação da Margem Direita. A substituição de equipamentos eletromecânicos pesados, como turbina, rotor e estator, não está incluída no plano, já que eles estão em excelentes condições e longe do final da vida útil típica para este tipo de componente.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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