Alpargatas fecha 2024 com lucro líquido de R$ 107,4 milhões

Alpargatas fecha 2024 com lucro líquido de R$ 107,4 milhões

Indicadores apontam crescimento puxados pelo desempenho da Havaianas

Pautada pelas estratégias de foco e competitividade e crescimento sustentável, a Alpargatas atingiu um lucro líquido de R$107,4 milhões em 2024. A companhia divulgou nesta segunda-feira, 24 de fevereiro, os resultados do ano e os números do quarto trimestre. Pelo sétimo período consecutivo, houve geração líquida de caixa, tendência revertida em maio de 2023. A empresa concluiu 2024 com uma geração operacional de R$ 570 milhões.

Ao longo de 2024, a empresa manteve o foco na reversão da tendência de alavancagem e consumo de caixa, de modo a recuperar a saúde financeira e a disciplina de capital. Via ações de redimensionamento de despesas, ajuste das políticas de capital de giro e priorização de investimentos essenciais, a Alpargatas chegou ao final do ano com uma sólida posição de caixa, com o nível de capital de giro normalizado e geração recorrente de caixa operacional.

A receita líquida da companhia em 2024 atingiu R$4,1 bilhões, 10% acima do registrado em 2023. A receita líquida no último trimestre atingiu R$1,1 bilhão (+11,2% em relação ao 4T23). A Alpargatas apresentou ainda aumento de 38,9% no EBITDA ajustado pelas baixas de estoque do trimestre. Já o ano de 2024 apresenta evolução de 64,7% ao atingir R$575,2 milhões. O resultado considera o aumento nos investimentos com marketing e recomposição do provisionamento de bônus.

Neste trimestre, as despesas operacionais alcançaram R$444,7 milhões, queda de 72,6% em relação ao 4T23. No resultado anual, as despesas operacionais foram 43,1% menores, alcançando R$1,7 bilhão, explicado pela redução de outras despesas operacionais.

O CEO da Alpargatas, Liel Miranda, explica que o ano de 2024 foi um período em que diversas agendas prioritárias avançaram e, agora, o foco é manter a disciplina financeira, perseguindo mais eficiência, fortalecendo presença e rentabilidade no Brasil e recompondo a escala e eficiência nos mercados internacionais.

“A Alpa tem uma história de sucesso de 117 anos. O ano de 2024 avançou como planejado no nosso processo de reconstrução: voltamos a ganhar market share no Brasil, e conseguimos avançar muito no processo de simplificação das estruturas. Melhoramos em muitas frentes, mas esse foi o primeiro passo de uma longa jornada. Estamos confiantes em nosso potencial para seguir entregando crescimento sustentável”, analisa o presidente.

Havaianas

Eleita no ano passado como a segunda marca mais amada do Brasil, de acordo com o ranking: ‘As marcas que conquistaram o Brasil’ da Ecglobal, a Havaianas impulsionou os resultados da companhia por meio da estratégia de priorização do portfólio de produtos core – os clássicos chinelos, ganho de competitividade nos canais alimentares e especializados, reforço da liderança na categoria feminina e crescimento no masculino.

No Brasil, a companhia vendeu 62,2 milhões de pares no 4T24 e 204,4 milhões no ano de 2024, apresentando um aumento de 4,8% e de 11,1% nas vendas, respectivamente, em relação aos mesmos períodos de 2023. O lucro líquido de Havaianas foi de R$1,8 milhão no 4T24 e R$136,7 milhões em 2024.

A operação do Brasil apresentou crescimento de 9,4% na receita líquida, decorrente do aumento de 4,8% no volume de vendas e de 4,4% no ticket médio por par. No ano, a operação nacional apresentou crescimento de 14,4% ao atingir R$3,1 bilhões. Este crescimento de receita é reflexo da retomada de volume de vendas aliada ao portfólio mais aderente em cada canal.

O volume de pares vendidos na operação do Brasil já reflete o momento de mais estabilidade da operação, com a melhoria do indicador de acuracidade das entregas (OTIF), que segue consolidado em 70%, o aprimoramento do processo de S&OP e a maior eficiência fabril e logística. Foram 62,2 milhões de pares vendidos no Brasil no 4T24, frente 59,4 milhões no mesmo período do ano anterior. No ano, a Havaianas alcançou volume de 204,4 milhões no país, aumento de 11%.

Além disso, a execução nos pontos de venda segue evoluindo, com mais promotores e maior proximidade com os clientes, assegurando uma presença constante e conectada às necessidades de cada canal. O avanço já reflete a revisão estratégica feita pela companhia no último ano, pautada em um modelo de negócios que prioriza eficiência, alocação de capital e diferenciação das marcas; e que também visa o crescimento sustentável, em busca de ciclos de expansão consistentes, com clareza de prioridades e rentabilidade.

O portfólio de produtos também foi otimizado, com redução do número de SKUs e o lançamento de uma nova família de chinelos masculinos, a Havaianas Track. A novidade endereça o gap de produtos focados no público masculino para ganhar competitividade não só no canal alimentar, mas principalmente no especializado. A companhia manteve também o foco no produto central, os chinelos, com inovações estratégicas em shapes, cores e materiais para reforçar a liderança de marca na categoria feminina no Brasil.

“Para o futuro, a agenda de crescimento é investir em nossas fortalezas, protegendo a liderança no mercado feminino e ampliando espaço entre masculino e kids. As ações embasadas em nossos pilares vão reforçar o posicionamento da empresa como promotora de experiências positivas ao nosso público e estreitar ainda mais a comunicação com o consumidor. Também vamos ampliar o foco nos mercados distribuidores prioritários e cuidar da rentabilidade em mercados menos prioritários”, reforça o CEO Liel Miranda

Estratégias

Com indicadores positivos no Brasil e avanços na operação internacional, parte importante da estratégia da Alpargatas foi retomar níveis adequados de investimentos em marketing. No ano de 2024, o investimento total em marketing foi de R$389 milhões, uma importante retomada em relação a 2023. No 4T24 em particular, a marca Havaianas teve maior aporte, com R$72,4 milhões, 13% a mais do que o mesmo período do ano anterior.

Outra estratégia importante foi a redução de estoques. Em 2024, a companhia focou em ajustar os níveis acumulados anos anteriores e estabelecer maior rigor no cumprimento dos volumes, reduzindo o capital empregado e garantindo níveis mais compatíveis com a natureza da operação.

Ao longo desse ano, a companhia preparou ações específicas para escoar o estoque acumulado em períodos anteriores, e mesmo após esses esforços, a Alpargatas contabilizou no 4T24 uma provisão de R$164 milhões para baixa de estoques de coleções passadas, majoritariamente referente a produtos beyond the core, descontinuados e com baixa probabilidade de venda. Vale lembrar essa baixa é um efeito contábil, sem qualquer efeito no caixa.

Internacional

Em Havaianas, a operação internacional registrou 3,1 milhões de pares vendidos no trimestre e 22,2 milhões de pares em 2024. A queda de -10,4% e -3,1%, respectivamente, está relacionada à correção de políticas comerciais, principalmente em países da América Latina. A receita líquida consolidada da operação internacional apresentou aumento de 10,8% (CC) no trimestre yoy. A margem bruta consolidada na operação internacional atingiu 0,5%, ou 45,1%, excluindo-se o efeito das baixas de estoque.

Rothy’s

A marca de calçados e acessórios sustentáveis, que atua nos Estados Unidos e chegou à Europa recentemente, vem ampliando sua contribuição para o crescimento do grupo. A receita líquida da Rothy’s subiu 16,8%, alcançando US$ 210,6 milhões em 2024. No quarto trimestre, o salto foi de 20,1%, com registro de US$ 78,1 milhões.

O crescimento é explicado pelas boas campanhas de Black Friday e Cyber Week e pelo aumento das vendas em lojas de departamento e lojas físicas no ano passado. A margem bruta teve, mais uma vez, avanço de 7,3pp, em virtude da contínua captura de eficiência industrial, com boa aderência do mix de produtos, bem como pelas melhorias dos indicadores logísticos, com redução do frete entre China e EUA e otimização do last-mile.

Principais números

– Volume de pares Havaianas Brasil atinge 62 milhões de pares vs. 59 milhões no 4T23

– Receita líquida atinge R$1,1bi vs. R$991 milhões no 4T23

– Lucro bruto ajustado por baixa de estoque Alpargatas de R$537,7 milhões no 4T24 vs. R$443,4 milhões no 4T23

– Geração de caixa operacional de R$ 570 milhões no ano passado em 2024

– O EBITDA ajustado por baixa de estoque em Havaianas Brasil alcançou R$256,6 milhões no 4T24

– Investimento de R$ 77,4 milhões no 4T24 e R$ 159 milhões em 2024, redução de 52% em relação a 2023

– A Margem Bruta ajustada por baixa de estoque do ano registrou 49,1%

– A margem EBITDA ajustada por baixa de estoque atingiu 14,2%.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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