Supersafra de soja expõe gargalo na infraestrutura agrícola brasileira

Supersafra de soja expõe gargalo na infraestrutura agrícola brasileira

Para mercado segurador, o déficit de armazenagem ameaça produtividade do agronegócio em 2025

O Brasil se prepara para enfrentar um dos maiores desafios do agronegócio em 2025: uma supersafra de soja sem infraestrutura suficiente para armazená-la. Temos uma previsão da safra 2025 onde o Brasil deverá superar os 170 milhões de toneladas de soja. Com uma defasagem de 50% na capacidade de armazenamento, produtores serão forçados a tomar decisões críticas para escoar sua produção.

Segundo André Lins, vice-presidente de Agro da Alper Seguros, “o espaço físico não atende a armazenagem necessária e essa limitação, pode impactar na cadeia produtiva e ocasionar perdas financeiras aos produtores”.

De acordo com o mais recente levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado em 2024, o Brasil produziu aproximadamente 155,4 milhões de toneladas de soja na safra de 2023/2024. Para 2025, as projeções indicam um crescimento significativo na produção, o que pode intensificar ainda mais o desafio logístico.

Cenário complexo

A expectativa da supersafra, aliada a alta dos juros e questões geopolíticas, influenciarão no preço da soja, adicionando complexidade ao cenário. “O que acontece?”, questiona André Lins, “se o produtor está no limite da armazenagem, ele aumentará proporcionalmente a sua exposição e o seu risco até o momento da venda e escoamento de toda sua produção”.

As consequências vão além da gestão de armazenagem. Será necessário aumentar os limites do seguro, para proteger a supersafra. No entanto, os produtores deverão estar cientes da necessidade de mais investimentos em infraestrutura e protecionais de segurança para eventos como incêndio e explosões causadas pelo pó da soja. Explosões, aliás, são um risco adicional destacado por Lins, causada pelo contato a poeira da soja com oxigênio, o que demanda cuidados especializados no armazenamento.

O cenário internacional também influencia essa dinâmica. Com a China comprando 50% de sua soja do Brasil e possíveis desacordos comerciais com os Estados Unidos, a demanda pela soja brasileira deve aumentar, intensificando ainda mais a pressão sobre a infraestrutura atual. Diante desse cenário, produtores precisarão repensar na infraestrutura e estratégias de comercialização.

“Muitos podem ter a falsa sensação de que somente estocar a soja basta para a proteção dos seus ativos, porém o seguro continua sendo uma ferramenta fundamental para a sua proteção patrimonial e manutenção da sua operação”, sinaliza André Lins.

O executivo reforça o papel da Alper nesse contexto. “A Alper vai além de ser uma corretora de seguros, ela também atua como uma consultoria estratégica. Em um cenário de alta exposição a perdas e instabilidade econômica e política, o gerenciamento adequado desses riscos é essencial para orientar os produtores nas melhores opções de proteção”, finaliza Lins.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *