Bailarinas desenvolvem roupas para uso pessoal e descobrem nicho comercial

Bailarinas desenvolvem roupas para uso pessoal e descobrem nicho comercial

Roupas têm diferencial e maior durabilidade

O melhor empreendimento é fruto da descoberta de uma oportunidade, além de sanar uma necessidade. Esse foi o caso das sócias Mariah Spagnolo e Juliana Quege, que tocavam suas carreiras quando foram surpreendidas pela demanda por um produto que elas desenvolveram para si próprias.

Hoje empresárias criativas da moda, a dupla juntou-se às 10,4 milhões de mulheres empreendedoras no Brasil, número que cresceu 42% desde 2012, de acordo com o Sebrae. Mariah, professora de balé, e Juliana, que iniciou como aluna de balé aos 40 anos, usam com frequência as roupas necessárias a essa prática. “Eu estranhei o quanto elas eram desconfortáveis, e perguntei para a Mariah se as roupas das profissionais eram iguais. E eram igualmente ruins”, conta Juliana.

Determinadas a acabar com o elástico que esmaga a barriga, o collant que expõe as nádegas a qualquer movimento e meias calças que não resistem a uma única aula sem puxar fio ou rasgar, elas se uniram a um time de costureiras experientes e criaram, em 2022, sua primeira coleção de roupas adequadas para aulas de balé adulto. O diferencial é que são roupas de balé que não apertam, servem em diferentes tipos de corpo, com elasticidade bilateral e maior qualidade e durabilidade. A Pointè Brasil surgiu, em 2022, como grife autoral, criadora de modelos inovadores.

“Foi uma surpresa o número de pedidos que tivemos para roupas que, inicialmente, seriam para uso pessoal. E assim criamos um site de vendas online e a marca só cresceu”, explica Mariah.

Inovação autoral é marca da Pointè Brasil

Na sequência, vieram muitas outras inovações, por meio de tecidos tecnológicos e melhorias de formato, e elas também trouxeram linhas de peças para o público infantil.

Um exemplo de melhoria trazida para as salas de aula pela dupla é a meia-calça “I Need You Baby”, desenvolvida pela Pointè Brasil e que obteve registro de patente. A inovação proposta para a meia-calça conversível de suplex foi um cós feito em tule com elastano, que possui toque macio e proporciona uma compressão adequada que não machuca. Disponível nas cores salmão e preto, este produto já se tornou um dos mais vendidos da marca – assim como a sapatilha meia ponta e a legging em tule – e conquistou o coração das bailarinas adultas que sofriam com o elástico que esmagava e marcava a barriga.

Algumas se identificaram a ponto de tornarem-se embaixadoras, como Milena Pontes (@tutu4love) e Mari Marun (@marimarun.ballet), além da influenciadora Marina Mompean (@marinabailarina), que ganharam collants especiais na linha de produtos Pointé, que levam seus nomes.

A descoberta da modelagem ideal e da demanda reprimida por roupas de balé confortáveis também estimulou o lançamento de novos produtos, com lançamentos programados para abril.

Entenda a importância da modelagem

A pesquisa e testes de modelagem são essenciais para obter conforto e sustentabilidade na produção têxtil. Ela influencia diretamente o caimento da peça, a sensação no corpo e o aproveitamento do tecido, reduzindo desperdícios. Se pensarmos na ergonomia, uma modelagem bem planejada respeita a anatomia do corpo e permite maior liberdade de movimentos. “Costuras estratégicas e cortes inteligentes evitam atrito e incômodos, e modelos ajustáveis garantem flexibilidade sem perder a forma”, explica Juliana, encarregada das pesquisas na Pointè.

Além disso, a moda hoje não pode ignorar a necessária redução de resíduos, pois o descarte precoce de peças é um problema crônico para o meio ambiente. E aqui entra a modelagem eficiente, que minimiza a perda de tecido durante o corte da peça, com maior aproveitamento e materiais que reduzem impactos ambientais. “Em primeiro lugar, nossa missão é produzir roupas que durem mais e se adequem ao corpo, ou seja, que terão uma vida útil maior”, revela Mariah.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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