Como utilizar o seu imóvel para levantar capital

Como utilizar o seu imóvel para levantar capital

Saiba como o crédito com garantia de imóvel oferece taxas menores, prazos flexíveis e maior potencial de investimento

Em tempos de competição acirrada e necessidade constante de inovação, muitas empresas buscam estratégias que viabilizem investimentos robustos sem comprometer o fluxo de caixa. Uma das soluções que vem ganhando força no mercado é o crédito com garantia de imóvel, também conhecido como home equity. Essa modalidade permite que empresários utilizem um imóvel de sua propriedade como garantia para obter taxas mais atrativas e prazos de pagamento mais longos, ampliando consideravelmente o capital disponível para expansão e novos projetos.

Segundo dados do mercado, em 2024, os financiamentos imobiliários com recursos da poupança somaram R$ 186,7 bilhões, um crescimento de 22,3% em relação ao ano anterior. Embora esse seja o segundo maior volume da história, especialistas projetam, para 2025, uma retração entre 15% e 20%, motivada principalmente pelo aumento das taxas de juros e pela cautela do setor em meio a mudanças econômicas.

Ainda assim, o crédito com garantia de imóvel segue em trajetória de crescimento. Em dezembro de 2023, essa modalidade atingiu R$ 19,7 bilhões, apresentando um aumento de 19,3% em comparação a 2022. Desde 2019, o volume de home equity praticamente dobrou, atestando a maior aceitação do mercado e a confiança dos tomadores nesse tipo de financiamento.

“Enxergar o imóvel como um ativo estratégico para alavancar capital é uma forma de transformar patrimônio em potencial de crescimento. Com taxas menores e prazos estendidos, as empresas podem reinvestir em processos, produtos ou serviços e, com isso, gerar mais dinheiro ao longo do tempo”, diz
Noé Santiago, economista e fundador da Anidea.

O papel do Marco das Garantias

No final de 2023, a implementação do Marco das Garantias (Lei 14.711) trouxe mais flexibilidade para o uso de imóveis em múltiplas operações de crédito. Porém mesmo com a lei aprovada, os bancos ainda precisam de um tempo para se adaptar e conseguir agir de acordo com o que foi decidido. Em breve, um mesmo bem poderá ser utilizado como garantia em diferentes empréstimos, desde que respeitadas as condições de avaliação do imóvel e a cobertura das dívidas vinculadas. Essa mudança regulamentar aumenta a competitividade no mercado, dando às empresas a chance de negociar melhores termos e valores com diversas instituições.

“Essa lei trará uma nova dinâmica para o crédito imobiliário. Na prática, as empresas ganharão mais autonomia para negociar com múltiplas fontes de financiamento, aproveitando melhor o valor de seus imóveis”, comenta Noé Santiago.

Caso real: Panificadora e a expansão com home equity

Um exemplo prático encontrado no blog da fintech Creditas mostra como o home equity pode destravar crescimento. Em 2023, a Panificadora Real, situada em São Paulo, obteve R$ 500 mil de empréstimo ao colocar seu imóvel comercial como garantia. Com esse recurso, a empresa modernizou as instalações, adquiriu novos fornos e diversificou o mix de produtos. Em menos de um ano, registrou aumento de 70% no faturamento, além de ganhar visibilidade na região pela inovação de seus serviços.

“Neste exemplo dá para ver como é possível ampliar a produção sem sufocar o caixa. O crédito com garantia de imóvel dá o fôlego necessário para investir na evolução do negócio, seja com tecnologia ou contratando mão de obra especializada”, observa Noé Santiago.

Por que o home equity se destaca?

1. Taxas de juros competitivas: Graças à segurança oferecida pelo imóvel, as instituições costumam aplicar juros entre 1% e 1,5% ao mês — inferiores aos de modalidades como cheque especial ou crédito pessoal.

2. Prazos estendidos: É comum encontrar contratos com prazos que vão de 10 a 20 anos, permitindo um planejamento financeiro mais tranquilo e compatível com os ciclos de investimento da empresa.

3. Grandes volumes de crédito: Dependendo do valor do imóvel, o montante aprovado pode ser elevado, viabilizando projetos de expansão, compra de maquinário ou mesmo aquisição de outras empresas.

4. Flexibilidade trazida pela nova regulamentação: Com a futura possibilidade de utilizar o mesmo imóvel em diferentes empréstimos, vai se ampliar o leque de opções para captar recursos em diferentes momentos.

Olhando para 2025

Apesar dos bons resultados recentes, o mercado prevê um cenário mais cauteloso em 2025. A elevação das taxas de juros e possíveis revisões nas políticas de crédito por parte de grandes bancos podem reduzir o ritmo de crescimento do setor. Para o economista Noé Santiago, o essencial é o planejamento:

“As empresas que aproveitarem o home equity de forma estratégica e planejada poderão crescer mesmo em um cenário de alta de juros. Porém, é preciso cautela: negociar taxas, prazos e, sobretudo, ter uma projeção sólida de retorno sobre investimento são passos fundamentais”.

Com taxas menores e a segurança de ter um ativo imobiliário lastreando a operação, o crédito com garantia de imóvel se apresenta como uma alternativa eficaz para transformar patrimônio em capital de expansão. Em um momento em que a inovação e a solidez financeira definem o sucesso de muitas empresas, utilizar esse mecanismo de forma responsável pode ser a chave para gerar mais dinheiro a partir de um ativo que, muitas vezes, já está à disposição.

Para Noé Santiago, fundador da Anidea e especialista em estratégias de financiamento, a lição é clara:

“Dinheiro parado em um imóvel pode ser o impulso que faltava para elevar uma empresa a outro patamar. Se usado com planejamento e responsabilidade, o home equity torna-se um caminho seguro para realizar os sonhos de muitos empreendedores.”

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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