Negociação salarial: aceitar a primeira oferta pode ser um erro

Negociação salarial: aceitar a primeira oferta pode ser um erro

Falta de negociação pode custar caro para profissionais brasileiros

Conseguir uma oferta de emprego é um momento de celebração, mas também uma etapa que exige estratégia. No Brasil, muitos candidatos encaram a proposta como o fim do processo seletivo, quando, na realidade, ela marca o início de uma etapa crucial: a negociação. O receio de perder a oportunidade ou parecer ingrato leva muitos a aceitar a primeira oferta sem questionar.

“O mercado espera que bons candidatos saibam negociar. Profissionais que se posicionam conquistam não só salários mais altos, mas também benefícios vantajosos e melhores condições de trabalho”, afirma Virgilio Marques dos Santos, sócio-fundador da FM2S Educação e Consultoria, gestor de carreiras e PhD pela Unicamp.

Em 2024, o Brasil registrou saldo positivo de 1,69 milhão de vagas formais, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o que sinaliza a recuperação do mercado de trabalho. No entanto, para conquistar melhores condições, é preciso saber negociar.

“Negociar vai além do salário. Às vezes, uma remuneração menor pode ser compensada por boas oportunidades de crescimento e aprendizado. O essencial é alinhar expectativas com a empresa”, explica Santos.

Ele também recomenda que o candidato peça um tempo para avaliar a proposta, pois isso demonstra profissionalismo e permite uma decisão mais estratégica.

Segundo o gestor de carreiras, a preparação deve começar antes da entrevista. “O candidato precisa definir suas prioridades. Para alguns, o salário é essencial; para outros, benefícios como trabalho remoto ou plano de carreira pesam mais. Ter isso claro dá segurança na negociação“, afirma. Pesquisar o mercado também é um passo fundamental. “Saber quanto se paga para sua função e experiência evita expectativas irreais e fortalece a argumentação.”

Outro aspecto importante é o tom da conversa. “A forma como a negociação é conduzida pode definir seu sucesso. O ideal é adotar um tom respeitoso, demonstrando que o objetivo não é apenas conseguir um aumento, mas construir uma relação vantajosa para ambas as partes“, recomenda Santos. E, caso o salário não possa ser ajustado, há alternativas, como negociar um bônus por desempenho, um curso de capacitação ou um modelo híbrido de trabalho.

Um ponto crucial, destacado por Santos, é a necessidade de evitar justificativas vagas ao pedir um acréscimo no valor do salário. “Não basta dizer que quer ganhar mais. É preciso demonstrar como suas qualificações agregam valor à empresa. Resultados concretos e habilidades diferenciadas são argumentos sólidos”, afirma. Além disso, manter o interesse na vaga é essencial, mostrando comprometimento com a empresa e com o sucesso a longo prazo.

Por fim, Santos destaca que a negociação não define toda a trajetória profissional, mas é um passo importante para um começo alinhado. “Profissionais que sabem se posicionar e defendem seu valor com equilíbrio e inteligência emocional têm mais chances de construir uma carreira sólida e bem-sucedida.”

Portanto, para os candidatos, a lição é clara: mais do que um simples acordo, a negociação é um processo estratégico que pode definir a qualidade do seu futuro profissional. O mercado está atento a quem se prepara para o jogo e sabe jogar suas cartas com segurança.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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