Colaboração entre empresas: a chave para a prevenção a fraudes financeiras

Colaboração entre empresas: a chave para a prevenção a fraudes financeiras

Compartilhamento de informações e biometria de voz fortalecem a segurança do setor financeiro

A taxa de fraudes financeiras no Brasil segue em crescimento. Em 2024, o número de crimes digitais aumentou 45% em relação ao ano anterior, totalizando cerca de 5 milhões de casos, segundo dados da Associação de Defesa de Dados Pessoais e do Consumidor (ADDP). Esse cenário reforça a necessidade de medidas mais eficazes para combater fraudes no setor financeiro.

Com esse objetivo, o Banco Central do Brasil (Bacen) e o Conselho Monetário Nacional (CMN) emitiram a Resolução Conjunta nº 6/2023. A norma estabelece diretrizes para que instituições financeiras, empresas de pagamento e demais entidades autorizadas pelo Bacen compartilhem informações sobre suspeitas de fraude, aumentando a proteção do ecossistema financeiro.

Para Marcelo Peixoto, CEO da Minds Digital, a primeira VoiceIDtech do Brasil, a colaboração entre empresas é essencial para conter o avanço: “A luta contra fraudes não é individual. Quando um golpe acontece em uma instituição, todo o mercado é impactado. Por isso, é fundamental que as empresas, estejam unidas nesse combate”.

A resolução busca mitigar um problema antigo do setor: a assimetria de informações. Em muitos casos, fraudadores utilizam os mesmos métodos para aplicar golpes em diferentes instituições. Se uma empresa identifica uma tentativa de fraude, o compartilhamento dessas informações pode evitar que o criminoso tenha êxito em outras operações. Dessa forma, a colaboração se torna uma ferramenta indispensável para fortalecer a segurança do sistema financeiro e proteger consumidores e empresas.

Segurança e responsabilidade no compartilhamento de dados

A Resolução Conjunta nº6/2023 estabelece que as instituições financeiras devem trocar, no mínimo, quatro informações essenciais:

  • A identificação da pessoa que, conforme indícios, tenha realizado ou tentado realizar a fraude;
  • Uma descrição detalhada dos indícios que sugerem a ocorrência ou tentativa de fraude;
  • A identificação da instituição responsável por registrar os dados e informações relacionadas ao incidente;
  • Os dados da conta de destino e o nome do titular, caso a fraude envolva transferência ou pagamento de recursos.

Sempre que uma instituição identificar padrões suspeitos ou tentativas de fraude, ela deve relatar esses incidentes, tornando essas informações acessíveis a outras instituições financeiras.”Isso tem como objetivo reforçar a segurança do ecossistema financeiro, permitindo que outras instituições tomem medidas apropriadas para impedir que um fraudador continue suas atividades desde a primeira detecção”, explica Peixoto.

No contexto desse compartilhamento, a responsabilidade pelo tratamento dos dados permanece com as próprias instituições financeiras, em conformidade com leis como a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). A coleta do consentimento também é de responsabilidade dessas instituições, garantindo a proteção dos dados pessoais e o respeito à livre concorrência.

Biometria de voz e IA como aliadas na prevenção a fraude

Diante desse cenário, a Minds Digital desenvolveu soluções para facilitar a troca de informações entre empresas. Fornecendo insights da base de dados – como números de telefone, CPF e voice prints – para gerar alertas e identificar operações fora do padrão de normalidade.

Entre essas soluções está o FraudShield, que utiliza tecnologia de autenticação biométrica por voz baseada em Inteligência Artificial e deep learning. Esse sistema permite validar a identidade de um usuário por meio de suas características vocais, físicas e comportamentais, impedindo fraudes com vozes sintéticas, deepfake de voz e gravações.

“A biometria de voz desempenha um papel essencial na prevenção de fraudes no sistema financeiro. Quando uma voz é registrada como um alerta de fraude, ela é incluída em uma ‘blocklist’, um banco de voice prints associado a tentativas de acesso fraudulento”, destaca Peixoto.

A blocklist é uma base de dados única, integrada a um ecossistema antifraude que beneficia todos os clientes da Minds Digital. Embora as vozes em si não sejam compartilhadas entre os clientes, a blocklist age de forma colaborativa, reforçando a segurança com a biometria de voz. Assim, um fraudador identificado em uma instituição é automaticamente detectado em outras instituições clientes da Minds Digital.

“Dessa forma, a obrigatoriedade de compartilhamento de dados e informações sobre suspeitas de fraude ganha mais uma aliada com a biometria de voz. Isso significa que as empresas contam com mais um recurso para atender às exigências regulatórias e colaborar de maneira eficaz na prevenção de fraudes no setor financeiro”, finaliza o CEO.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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