Dia do Trabalhador relembra conquistas e novos desafios no mercado de trabalho

Dia do Trabalhador relembra conquistas e novos desafios no mercado de trabalho

Data marca trajetória de direitos e alerta para a necessidade de adaptação às mudanças tecnológicas e sociais

O Dia do Trabalhador, celebrado em 1º de maio, relembra a luta histórica pelos direitos trabalhistas e convida à reflexão sobre as transformações em curso no mercado de trabalho.

A origem da data remonta a 1886, em Chicago, nos Estados Unidos, quando trabalhadores organizaram uma série de greves para reivindicar a redução da jornada diária para oito horas. A repressão ao movimento, conhecida como Revolta de Haymarket, provocou mobilizações em vários países. No Brasil, o 1º de maio foi oficializado como Dia do Trabalhador em 1924, por decreto do presidente Artur Bernardes, e consolidado anos depois, durante o governo de Getúlio Vargas, com a criação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em 1943.

Reconhecido como feriado nacional pela Lei nº 662/49, o 1º de maio assegura aos trabalhadores brasileiros o direito ao descanso. Quem exerce atividades essenciais nesta data deve receber o pagamento em dobro ou, alternativamente, usufruir de uma folga compensatória, conforme estabelece a Súmula 146 do Tribunal Superior do Trabalho (TST).

As conquistas históricas registradas na legislação — como a limitação da jornada a oito horas diárias, o direito a férias anuais remuneradas, o pagamento do 13º salário, a criação do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), o seguro-desemprego, as licenças maternidade e paternidade e o direito à sindicalização — continuam a estruturar as relações de trabalho no país. Esses avanços, alcançados ao longo de décadas, garantiram maior segurança, estabilidade e proteção para milhões de trabalhadores.

Mudanças digitais remodelam o mercado e exigem novas garantias

O mercado de trabalho atravessa profundas transformações. A digitalização, o avanço do teletrabalho e a expansão da economia de plataformas remodelam as formas tradicionais de contratação. E sesses movimentos exigem que as normas evoluam para acompanhar as novas realidades.

Para Katiane dos Santos, especialista da área trabalhista da Econet Editora, o desafio atual está em equilibrar inovação e proteção social. “A tecnologia trouxe novas oportunidades, mas também impõe o risco de flexibilizações que podem fragilizar direitos essenciais. O direito ao descanso, à remuneração justa e à segurança no ambiente de trabalho, seja físico ou virtual, precisa ser preservado”, afirma.

A pandemia de Covid-19 acelerou mudanças que já se desenhavam nos últimos anos. Com o teletrabalho se tornando parte da rotina de milhares de profissionais e a crescente adesão a modelos de prestação de serviços por aplicativos, surgiram novas demandas por regulamentação e proteção. As fronteiras entre emprego formal e trabalho autônomo tornaram-se mais tênues. Assim, as legislações precisam se adaptar para garantir que os direitos não fiquem restritos apenas a vínculos tradicionais.

Segundo Katiane, a resposta a essas mudanças passa pelo fortalecimento das negociações coletivas e pela criação de instrumentos jurídicos capazes de assegurar proteção social mesmo em cenários de maior flexibilidade.

“A preservação da dignidade no trabalho depende não apenas de manter as conquistas históricas, mas também de encontrar caminhos para proteger quem está em novas formas de inserção no mercado”, observa a especialista.

O 1º de maio de 2025 surge, assim, como um momento de reconhecimento e de reflexão. Reconhecimento pelo que já foi alcançado em termos de direitos trabalhistas, e reflexão sobre os ajustes necessários para construir um mercado de trabalho mais justo, inclusivo e preparado para as dinâmicas da economia digital. No centro desse processo, destaca Katiane, deve estar o compromisso com o trabalho digno, a segurança jurídica e a valorização do trabalhador como protagonista das transformações sociais e econômicas em curso.

Crédito da foto: Leonidas Santana de Getty Images

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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