O que fazer quando os estabelecimentos não possuem troco para dinheiro físico?

O que fazer quando os estabelecimentos não possuem troco para dinheiro físico?

Apesar do avanço dos meios digitais, o comércio ainda é obrigado a aceitar dinheiro em espécie e oferecer troco

Atualmente, o dinheiro em espécie está cada vez mais em desuso, devido à facilidade e à rapidez proporcionadas pelas transações digitais, impulsionadas por tecnologias como o Pix, aplicativos bancários e carteiras digitais. As compras online ganharam força, obrigando as pessoas a adotar meios eletrônicos para pagamentos. A segurança dos meios digitais, que permite bloqueios e rastreabilidade das transações, também estimula essa migração.

Segundo o educador financeiro, João Victorino, outro fator importante é o incentivo dos governos e empresas à digitalização financeira, que aumenta a transparência e facilita o combate à sonegação fiscal. “Aplicativos e bancos digitais oferecem ferramentas práticas de controle financeiro, o que reforça a preferência por métodos eletrônicos. Somada a isso, a mudança cultural das novas gerações, que enxergam o dinheiro físico como algo ultrapassado e pouco prático, torna ainda mais evidente essa tendência crescente”, afirma.

Diante deste cenário, muitas empresas optam por operar quase exclusivamente com dinheiro digital, visando reduzir custos com segurança, transporte e contagem de dinheiro, além de facilitar a gestão financeira. Esse movimento faz com que alguns estabelecimentos também utilizem menos o dinheiro físico e, às vezes, não tendo troco quando necessário, obrigando os clientes a pagar de outra forma.

João revela que este é um problema muito frequente, e pode ser visto como uma falha no atendimento ao consumidor. De acordo com ele, todo estabelecimento ou serviço, que é obrigado a aceitar dinheiro físico, também precisa estar preparado para fornecer o troco correto ao consumidor. Caso contrário, transfere a responsabilidade ao consumidor, o que é injusto e pode gerar constrangimento. E não vale oferecer balinha ou chiclete no lugar do troco. Essa atitude, além de inadequada, reforça a sensação de desrespeito.

“Ao obrigar o cliente a escolher outro meio de pagamento devido à falta de troco, pode causar uma experiência ruim ou mesmo constrangedora ao consumidor, gerando insatisfação e afastando clientes. Em certos casos, essa prática pode até mesmo ferir os direitos do consumidor, que pode pagar as suas compras da forma que preferir, dentro das opções anunciadas pelo próprio estabelecimento”, explica o educador financeiro.

Além disso, os consumidores estão respaldados pela lei e podem procurar os seus direitos caso algo aconteça. De acordo com o artigo 43 da Lei das Contravenções Penais, recusar pagamento em moeda corrente (dinheiro) é considerado uma infração legal e pode resultar em multa para o estabelecimento. O dinheiro em espécie continua sendo a forma oficial de pagamento no Brasil e deve ser aceito por todos os comércios.

Neste sentido, João reforça a importância de o comércio estar mais preparado e encontrar um equilíbrio entre pagamentos físicos e digitais. “Os estabelecimentos devem buscar soluções práticas, como manter reservas adequadas de notas e moedas para troco ou informar antecipadamente sobre algumas possíveis limitações. Transparência e comunicação clara são fundamentais para manter uma relação positiva com os clientes”, finaliza.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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