Permanência do Programa de Eficiência Energética impacta o setor produtivo

Permanência do Programa de Eficiência Energética impacta o setor produtivo

Sanção do Paten garante investimentos contínuos no PEE, impulsionando a modernização e competitividade da indústria

Após mais de duas décadas incentivando a redução do consumo elétrico no país, o Programa de Eficiência Energética (PEE) agora é permanente. A medida, sancionada pelo governo federal em janeiro de 2025, assegura que os recursos destinados ao programa continuem a ser investidos, permitindo que empresas modernizem seus processos sem grandes desembolsos iniciais. Entenda a seguir por que essa decisão representa um marco na transição energética brasileira e fortalece a previsibilidade de investimentos no setor produtivo.

Os investimentos em eficiência energética começaram no Brasil em 1998, quando a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) estabeleceu normas que obrigavam as distribuidoras a aplicar recursos na otimização do consumo energético. Em 2000, a criação do PEE pela Lei nº 9.991 institucionalizou essa exigência, tornando obrigatória a aplicação de 0,5% da Receita Operacional Líquida (ROL) das distribuidoras em projetos de eficiência energética. Contudo, essa obrigatoriedade não era permanente e poderia ser alterada por decisões futuras.

Com a sanção do Programa de Aceleração da Transição Energética (Paten), em janeiro de 2025, essa regra tornou-se finalmente perene, garantindo que os recursos do PEE continuem a ser investidos no setor de eficiência energética sem risco de cortes ou mudanças legislativas. A decisão traz, portanto, previsibilidade para investimentos e reforça o papel da eficiência energética na transição para um modelo elétrico mais sustentável.

“A previsibilidade nos investimentos em eficiência energética é um fator-chave para acelerar a transição energética do Brasil. Com o PEE consolidado, o país avança rumo a um futuro mais sustentável e competitivo”, avalia Victor Moraes, engenheiro na Eletron Energia S.A., empresa que realiza projetos de eficiência energética para indústrias do Paraná e de Santa Catarina.

A decisão de tornar o PEE permanente ocorre em um momento crítico da transição energética brasileira: segundo um estudo do Ministério de Minas e Energia (MME) e da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a demanda por eletricidade no Brasil deve crescer 37,7% até 2034. Nesse cenário, as políticas de eficiência energética são fundamentais para reduzir a necessidade de construção de novas usinas e garantir a sustentabilidade do setor elétrico.

Para Moraes, a interação entre o Paten e o PEE pode criar novas oportunidades para o desenvolvimento sustentável no Brasil, pois, enquanto o Paten busca facilitar investimentos em energias renováveis, o PEE garante que os recursos existentes sejam utilizados de maneira eficaz para promover a eficiência energética. “Juntos, esses programas podem tanto diversificar a matriz energética brasileira quanto contribuir para a redução de custos, sustentabilidade e responsabilidade social de empresas e indústrias”, comenta o engenheiro na Eletron Energia.

O que é e como funciona o PEE?

O PEE é um programa regulado pela ANEEL e tem como objetivo viabilizar projetos que promovam o uso mais eficiente da energia elétrica. Para isso, concessionárias como Copel (PR) e Celesc (SC) realizam chamadas públicas anuais, selecionando propostas que tenham potencial de economia de energia e otimização dos sistemas produtivos.

Os projetos aprovados recebem recursos para cobrir os custos de intervenções como automação de processos, substituição de motores e modernização dos sistemas de iluminação. Na prática, os custos das melhorias implementadas são pagos com as economias geradas pelas ações de eficiência energética. Dessa forma, o PEE se torna uma ferramenta estratégica para instituições que desejam modernizar suas operações sem necessidade de desembolsos imediatos.

“Nesse ecossistema, também existem as empresas especializadas em eficiência energética, como a Eletron Energia S.A., que podem facilitar o acesso das indústrias ao PEE, identificando oportunidades, elaborando propostas e conduzindo todo o processo até a implementação dos projetos”, explica Victor Moraes.

Impacto e benefícios

De acordo com o estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em parceria com a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), até 2020, o programa havia acumulado 4.800 projetos implementados, com investimentos que ultrapassavam R$ 7,87 bilhões.

Esse montante financeiro ganha ainda mais peso ao considerarmos a análise da Associação Brasileira de Empresas de Serviços de Conservação de Energia (Abesco), que afirma que cada real investido em eficiência energética gera um retorno de R$ 4,00 para a sociedade. Isso inclui benefícios econômicos, ambientais e sociais.

Para se ter uma ideia desse retorno econômico e social, o estudo da FGV mostra que, entre 1998 e 2019, o PEE evitou o consumo de 63,6 TWh, um volume próximo ao da produção anual da usina de Itaipu em 2022 (69,87 TWh). Essa economia teria ajudado a postergar investimentos em novas usinas e a reduzir custos operacionais do setor elétrico.

No quesito ambiental, a eficiência energética desempenha um papel essencial na redução das emissões de gases do efeito estufa. Isso porque, ao reduzir o desperdício de energia, diminui-se a necessidade de geração elétrica, o que reduz a queima de combustíveis fósseis e, consequentemente, a emissão de CO₂ na atmosfera. Um exemplo desse impacto é a atuação da Eletron Energia S.A., uma das principais empresas na execução de projetos de eficiência energética dentro do PEE no Paraná e em Santa Catarina. A empresa já aprovou mais de 172 projetos nos programas da Copel e Celesc, totalizando investimentos superiores a R$ 170 milhões. Até o momento, esses projetos contribuíram para evitar a emissão de mais de 10 mil toneladas de CO₂, o equivalente à preservação de 43,7 mil árvores, demonstrando como a eficiência energética se traduz diretamente em ganhos ambientais concretos.

Serviço

Empresas interessadas em contar com os serviços da Eletron Energia para desenvolver projetos de eficiência energética podem entrar em contato diretamente com a empresa. Para mais informações e suporte técnico, acesse o site www.eletronenergia.com.br ou envie um e-mail para [email protected].

Crédito da foto: Canvas

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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