Seis caminhos para melhorar a saúde financeira do varejo em datas de altas demandas

Seis caminhos para melhorar a saúde financeira do varejo em datas de altas demandas
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Confira as práticas que estarão em alta e prometem garantir maior eficiência e lucratividade para os negócios

A gestão financeira no varejo deve ser encarada como estratégia, e não somente uma necessidade para o funcionamento e o controle das lojas. Ela economiza tempo e recursos dos negócios, contribuindo fortemente para o sucesso das vendas. E mais: a implementação da Reforma Tributária, prevista para começar em 2026, é mais um motivo para os comerciantes acompanharem as novidades do setor.

“No próximo ano, as empresas vão passar por um grande e novo desafio, que é entender a Reforma e como tirar proveito dela sem sucumbir às complexidades. Não adianta reclamar e é preciso ter a ‘atitude de mãos à obra’ desde já”, comenta Paulo Zirnberger, CEO da Omnitax, empresa especializada em inteligência tributária e soluções fiscais. “O setor está acostumado a ‘fazer do limão uma limonada’ e, dessa vez, o impacto não será apenas na cadeia tributária, mas em todo o varejo”, continua.

As novas tecnologias e a inteligência artificial devem ajudar nesse protagonismo, ao lado das plataformas de pagamento digital e do Open Finance. Para ajudar as empresas não apenas durante a transição da Reforma, mas no longo prazo, o executivo compartilha seis tendências e tecnologias que estão presentes no setor varejista. Confira:

1- Motor de Cálculo da Reforma Tributária 

O motor da reforma tributária é uma ferramenta para orientar empresas a se manterem em conformidade com a legislação. A ideia aqui é simular operações, permitindo aos gestores tomar decisões de negócios em tempo real, fundamentadas no entendimento de cada DNA tributário. A solução funciona em nuvens e pode ser conectada aos sistemas por meio de APIs, tornando-a altamente conectável, simples, rápida, flexível e especializada.

“Nunca a palavra ‘competência’ foi tão importante. É esperado que cada empresa do ecossistema tributário e financeiro tenha a sua, e cabe à tecnologia entregar novas capacidades para o varejo enfrentar os desafios dos próximos dez anos, durante a transição”, afirma Zirnberger.

2. Integração de inteligência artificial e automação

A inteligência artificial (IA) vai ajudar muito na transformação da gestão tributária e financeira do varejista, trazendo inicialmente o conteúdo legislativo e a capacidade de adaptar as operações e decisões em tempo real. Com as ferramentas de otimização, rastreabilidade e análise preditiva, as empresas podem projetar os melhores cenários financeiros para a sua cadeia de valor de forma a atender a demanda dos consumidores, permitindo o planejamento estratégico de estoques e evitando tanto o excesso quanto a falta de produtos.

“Além disso, essa tecnologia possibilita a otimização de preços em tempo real, ajustando valores com base em variáveis como a legislação, tendências de mercado, concorrência e comportamento do cliente, o que pode maximizar as margens de lucro”, destaca o executivo.

3- Plataformas de pagamento digital

O e-commerce segue impulsionado pela adoção acelerada de carteiras digitais e métodos de pagamento inovadores, como o Buy Now, Pay Later (BNPL). Esses sistemas facilitam a experiência de compra dos consumidores, alcançam pessoas mais exigentes com seus métodos de pagamento e geram oportunidades significativas para as empresas se destacarem em mercados.

As carteiras digitais, por exemplo, oferecem uma experiência rápida, segura e prática, alinhada às demandas dos consumidores modernos, que priorizam conveniência e tecnologia. Com ela, não é necessário fornecer dados, cartões físicos ou digitais, e a compra pode ser concluída em segundos.

Já o BNPL, que permite dividir pagamentos em parcelas sem juros, atende a um público que busca flexibilidade financeira, especialmente entre os jovens.

4- Expansão da omnicanalidade e da experiência personalizada

A convergência entre canais físicos e digitais está modificando a maneira como as empresas interagem com seus consumidores. Ela permite que os consumidores transitem de forma fluida entre as lojas físicas, o e-commerce, os aplicativos móveis e as redes sociais, mantendo o mesmo nível de qualidade e personalização no atendimento.

Isso significa que o cliente pode, por exemplo, começar sua jornada de compra online, verificar a disponibilidade de produtos em uma loja física e finalizar a compra presencialmente ou vice-versa. “Investir em estratégias omnicanal, que integram diferentes pontos de contato em uma experiência consistente e personalizada e extremamente rápida, é essencial para aumentar receitas e fortalecer a fidelidade do cliente”, ressalta Paulo.

5- Uso estratégico de dados em tempo real

No varejo, os dados são os principais motores das operações e decisões estratégicas. Com o avanço das plataformas de Business Intelligence (BI), os gestores passam a ter acesso a ferramentas que oferecem uma visão abrangente e em tempo real do desempenho financeiro, operacional e comercial de suas empresas.

Uma das principais vantagens do uso de BI integrado ao motor de cálculo no varejo é a capacidade de analisar grandes volumes de dados e convertê-los em decisões em tempo real, aumentar ou reduzir os preços com base em conhecimento do negócio é a nova moda. As plataformas integram informações de múltiplas fontes, como sistemas de ponto de venda (PDV), e-commerce, redes sociais e feedback dos consumidores, criando uma base sólida para a tomada de decisões.

6- Open finance e personalização de serviços financeiros

O avanço do Open Finance segue permitindo que consumidores compartilhem seus dados financeiros de maneira segura e controlada. Essa mudança cria um novo cenário, no qual os comerciantes têm acesso a informações detalhadas sobre o perfil financeiro de seus clientes, o que, por sua vez, abre portas para uma série de oportunidades personalizadas.

“Com o consentimento dos consumidores, as empresas podem acessar informações sobre seu comportamento, como histórico de compras, hábitos de pagamento e capacidade de crédito. Obtendo esses dados, os comerciantes podem desenvolver produtos e serviços que atendem diretamente às demandas e preferências de cada cliente, aumentando as conversões”, finaliza Paulo.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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