Modelo home office dá novo ritmo à Venda Direta

Estudo aponta crescimento do modelo híbrido no Brasil, impactando positivamente a forma como revendedores se conectam e prosperam
Uma pesquisa recente da ABRH Brasil em parceria com a Umanni revela que quase metade das empresas brasileiras (46,2%) já adotou o modelo híbrido de trabalho. Essa tendência de flexibilização da rotina e na forma de valorizar a qualidade de vida, tem dado ainda mais força ao setor de Venda Direta, transformando a maneira como os revendedores atuam e se conectam com os consumidores.
Redes sociais, plataformas online e ferramentas de gestão remota têm possibilitado atender clientes, divulgar produtos e concretizar vendas de forma individualizada de qualquer lugar. Para os empreendedores da venda direta, antigo porta a porta ou por catálogo, essa mudança representa maior autonomia, potencial de escalabilidade, alcance nacional e redução de custos operacionais. Ainda realizando um recorte, para as mulheres, que representam mais de 60% do segmento, essa flexibilidade é ideal para conciliar a vida profissional e pessoal. Já para os jovens, entre 18 e 29 anos, que representam 49,5% do setor, a liberdade é um fator fundamental na hora da escolha e a atividade pode ser conciliada com faculdade e estudo, trazendo uma renda adicional.
Os números reforçam
Dados da Associação Brasileira de Vendas Diretas (ABEVD) corroboram essa tendência, apontando para um crescimento constante da migração para o digital no setor, com destaque para o uso de canais de relacionamento e técnicas de venda personalizadas via WhatsApp.
A pesquisa revela os canais de venda mais utilizados no ambiente digital: entre os entrevistados, 36% afirmaram que as redes sociais são seu principal canal de vendas, enquanto 13% preferem plataformas online específicas. Quando analisados os canais online mais utilizados, as redes sociais lideram com 41% de participação, seguidas por marketplaces com 10%, plataformas próprias com 8% e outros canais 16%.
Para Adriana Colloca, presidente da ABEVD, a Venda Direta que era apenas presencial, evoluiu com a sociedade e seus hábitos. “Com milhões de usuários ativos em plataformas como Instagram, Facebook, Whatsapp e TikTok, os empreendedores encontram um ambiente propício para divulgar produtos e suas formas de usá-los, criar relacionamentos com clientes e expandir as redes de contatos”, explica.
Novo caminho das revendedoras
Esse cenário tem impulsionado trajetórias como as de Lea Santos, natural de Maranhão, e Verônica Silva, de Pernambuco, representantes da Crystallini Cosmetics, que hoje operam de forma totalmente remota. Ambas iniciaram suas atividades com lojas físicas, mas encontraram no digital uma alternativa para continuar empreendendo diante de transformações em suas vidas. “A loja física já não atendia minhas necessidades, então migrei para o digital”, relata Lea, que atualmente realiza vendas para diversas regiões do Brasil através de plataformas online.
Verônica compartilha que o nascimento de seu filho foi um fator determinante para a mudança. “Queria estar mais presente na rotina dele e, ao mesmo tempo, continuar trabalhando. Hoje, consigo manter minhas atividades de vendas mesmo fora de casa, com mais autonomia”, explica.