Pejotização desregulada é alvo de ato em defesa da competência da Justiça do Trabalho

Pejotização desregulada é alvo de ato em defesa da competência da Justiça do Trabalho

Jurisprudência anulará a competência constitucional da Justiça do Trabalho

A mobilização realizada por entidades da sociedade civil exaltou a competência constitucional da Justiça do Trabalho para analisar casos de “pejotização”, a contratação de trabalhadores como prestadores de serviços, com emissão de notas fiscais e sem recolhimento de direitos sociais. O ato nacional na última quarta-feira (7) foi realizado no Paraná nas cidades de Maringá, Cascavel, Apucarana, Foz do Iguaçu, Ponta Grossa, Londrina, Arapongas e em Curitiba. Todas as manifestações ocorreram em frente aos fóruns trabalhistas para mostrar a preocupação com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) no Tema 1389 com repercussão geral, que trata da legalidade da contratação de pessoas físicas como pessoas jurídicas, a “pejotização”.

A entrada em vigor da jurisprudência do STF, mantido o atual entendimento sobre a “pejotização” anulará a competência constitucional da Justiça do Trabalho para analisar as possíveis fraudes na contratação de trabalhadores por meio de CNPJ. Na prática, os ministros indicam que a possível fraude à legislação deveria ser analisada no âmbito cível e – se o juiz não especializado em relações trabalhistas – entendesse a possibilidade de fraude à Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), remeteria posteriormente o processo à Justiça do Trabalho, especializada nessa análise de casos concretos nas relações trabalhistas.

A mobilização reuniu advogadas(os), magistradas(os), procuradoras(as), servidoras(es) e professoras(es). Representantes de diversos segmentos expressaram a importância da preservação da competência desse ramo especializado da justiça, ampliada a partir da Emenda Constitucional 45/2004.

O presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (TRT-PR), desembargador Célio Horst Waldraff, afirmou que o entendimento da Corte Suprema “acaba configurando um ataque aos direitos trabalhistas arduamente conquistados ao longo de décadas. Eles correm o risco de, em um ‘golpe de pena’, serem prejudicados fortemente. Nós encaremos tudo isso com muita preocupação. É um ataque ao Direito do Trabalho, à Justiça do Trabalho por um caminho absolutamente espúrio”.

O presidente da Associação dos Magistrados do Trabalho da 9ª Região (Amatra9), juiz Daniel Roberto de Oliveira, ressaltou que os magistrados trabalhistas não estão defendendo o reconhecimento ou não do vínculo nos casos de pejotização. “Estamos defendendo, sim, a competência da Justiça do Trabalho para, diante de uma alegação de fraude, analisar as provas e decidir se há ou não o vínculo de emprego”.

O objetivo neste ato, salientou o presidente da Associação da Advocacia Trabalhistas do Paraná (AATPR), Marco Aurélio Guimarães, é a defesa da Constituição, que é uma obrigação de todos os cidadãos, de todos aqueles que compõem os órgãos do Poder Judiciário e da OAB. O advogado disse que a “‘pejotização’ está favorecendo aos que querem precarizar o Direito do Trabalho, aos que não têm interesse na distribuição de renda, que é efetuada pelo Direito do Trabalho”.

O debate abrange, também, os prejuízos que a “pejotização” causará no âmbito previdenciário e fiscal, ameaçando o futuro da previdência social, que garante a aposentadoria e o auxílio-doença, entre outros. “A partir do momento em que você tira trabalhadores do regime de emprego, inevitavelmente, acaba-se repercutindo para o rombo da Previdência”, frisou o procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho do Paraná (MPT-PR), procurador Alberto Emiliano de Oliveira Neto.

“Cria-se um ‘vale-tudo’, com várias externalidades negativas que ainda não estão bem dimensionadas, inclusive em relação à seguridade social do Brasil. Estamos reduzindo a base contributiva da Previdência Social e alguém vai pagar esse preço”, declarou o presidente da OAB/PR, Seção Paraná, Luiz Fernando Casagrande Pereira. Ato em Defesa da Competência da Justiça do Trabalho uniu advogados(os), sindicatos, magistrados(as) e servidores(as) públicos(as).

A manifestação teve o apoio da Associação da Advocacia Trabalhista do Paraná (AATPR), Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Paraná (OAB-PR), Tribunal Regional da 9ª Região (TRT-PR), Ministério Público do Trabalho do Paraná (MPT-PR), Sindicato dos Servidores da Justiça do Trabalho (Sinjutra), Associação dos Magistrados do Trabalho da 9ª Região (Amatra9), Associação Nacional das Magistradas e dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), Associação Nacional dos Procuradores e das Procuradoras do Trabalho (ANPT) e Associação Brasileira da Advocacia Trabalhista (ABRAT).

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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