Preço do frango vivo dispara 11% em abril e atinge maior patamar desde 2022

Preço do frango vivo dispara 11% em abril e atinge maior patamar desde 2022

Alto valor dos insumos contribuiu para o aumento do frango

A alta nos preços dos alimentos tem sido uma constante nos últimos meses no país. Em abril, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) — considerado a prévia da inflação — registrou um avanço de 0,43%, puxado principalmente pelo grupo de alimentação e bebidas, que teve a maior variação, com 1,14%. Um dos produtos que mais encareceram foi o frango vivo, cujo preço médio chegou a R$ 6,15 por quilo, um aumento de 11% no mês e o maior valor desde agosto de 2022, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Para Leandro Rosadas, o cenário desanimador acontece por diferentes fatores, entre eles, o alto valor dos insumos.

“O milho é o principal insumo utilizado na nutrição e criação de aves em fazendas, além de ser altamente demandado pela indústria de etanol. O problema é que, nos últimos meses, a demanda por esse grão tem aumentado significativamente, o que elevou o preço das sacas. Esse encarecimento gera um cenário desafiador para os produtores de frango, que enfrentam custos mais altos na criação. Como consequência, os supermercados acabam repassando esse aumento aos consumidores, impactando diretamente o bolso dos brasileiros”, explica Leandro.

Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o preço do milho vem subindo há cerca de um mês, com altas quase ininterruptas e um acumulado de 19,16% nos últimos 30 dias. Um dos principais fatores por trás desse movimento é a retenção do produto pelos vendedores, que, na expectativa de preços ainda mais altos, optam por manter os estoques em vez de vender imediatamente.

“Vale ressaltar que a alta do insumo também reflete no valor do ovo, que também está registrando uma alta nos últimos meses. O seu preço teve um salto de R$ 0,91 em dezembro para R$ 1,21 em março, ou seja, registrou um aumento de mais de 32%. Porém, também registra um crescimento mensal expressivo, entre fevereiro e março, por exemplo, teve um encarecimento de 7,3%”, pontua o especialista em gestão de supermercados.

O impacto no varejo alimentar se reflete diretamente no aumento dos preços nas prateleiras, já que os estabelecimentos precisam repassar os custos aos consumidores para manter a sustentabilidade do negócio e evitar prejuízos. Para Leandro, é fundamental que os supermercadistas comuniquem de forma transparente aos clientes os motivos por trás do encarecimento dos produtos, reforçando que o reajuste é resultado de fatores externos, como o aumento no custo dos insumos.

“O público precisa compreender os motivos por trás do aumento nos preços dos ovos e do frango. Para isso, os supermercadistas podem utilizar cartazes simples e objetivos que expliquem a situação. Mensagens como: ‘Devido ao aumento no custo dos insumos, os preços dos ovos e do frango sofreram reajustes. Estamos trabalhando para oferecer o melhor custo possível para você’ ajudam a tornar o processo mais transparente. Essa comunicação direta fortalece a confiança do consumidor e mostra que o estabelecimento está comprometido com a clareza e o respeito ao cliente”, sugere Rosadas.

Para Leandro, se o frango e o ovo estão mais caros, supermercadistas também podem oferecer outras alternativas para os clientes, como proteínas vegetais e até mesmo embutidos. “É necessário criar diferentes estratégias, isso porque é necessário ajustar os preços com base no custo real, sem comprometer a margem. O supermercadista que segura o preço por medo de perder cliente acaba operando no prejuízo, e quem entende de precificação sabe que lucro não é negociável”, finaliza Leandro.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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