Pequeno varejo ganha destaque em estudo inédito da NielsenIQ

Pesquisa apresentada na Convenção da Abad revela desafios e oportunidades para o setor
Durante a 44ª Convenção Nacional e Anual do Canal Indireto, que começa nesta segunda-feira (16), em Atibaia (SP), reunindo 850 empresários e executivos do setor de atacado e distribuição, foi apresentado estudo inédito sobre o pequeno varejo brasileiro, realizado com base em entrevistas feitas com 400 estabelecimentos em todo o país.
O objetivo da pesquisa é mapear o funcionamento do chamado “varejo de vizinhança” e compreender os fatores que influenciam suas decisões de compra, estrutura física, operação e relação com os canais digitais.
Em entrevista coletiva à imprensa, o diretor de Varejo da NielsenIQ, Domênico Tremaroli Filho informou que os canais Tradicional e AS Independente representam 33% dos pontos de venda do varejo nacional, com destaque para sua participação de 30% no faturamento das cestas NielsenIQ.
O canal Tradicional, por exemplo, é o maior em número de Pontos de Vendas (PDVs) (416 mil) e responde por 11% do faturamento; já o AS Independente representa 19% e ocupa a segunda posição, atrás apenas do atacarejo.
A pesquisa aponta também forte concentração regional desse tipo de comércio no Nordeste, Sul e Sudeste, com participação que chega a representar mais de um terço do faturamento de bens de consumo rápido em algumas áreas.
Outro destaque do estudo é o perfil operacional desses estabelecimentos. As lojas Independentes têm, em média, 300 m², 2,5 check-outs e 7 funcionários – número que vem diminuindo nos últimos anos. Já as lojas do canal Tradicional são ainda mais enxutas: média de 45 m² e apenas dois colaboradores. Muitas operam com estrutura mínima, como presença reduzida de refrigeradores e poucas opções de autosserviço.
Gestão está mudando
O diretor de Varejo da NielsenIQ informa que a gestão dos pontos de venda também está mudando. Cresce a presença de gerentes contratados no lugar de proprietários, ao mesmo tempo em que se observa um perfil mais jovem, mais feminino e com maior escolaridade entre os responsáveis. Ainda assim, muitos dos processos seguem sendo manuais: 45% dos gestores utilizam sistemas próprios para controle de estoque, enquanto 22% recorrem ao Excel e 12%, a anotações em caderno.
“Os dados revelam um segmento altamente capilarizado e resiliente, mas que enfrenta limitações estruturais e operacionais. É fundamental oferecer soluções práticas e acessíveis para ajudar esses empreendedores a evoluir na gestão e melhorar sua competitividade”, avalia a NielsenIQ.