5 erros de imagem que podem prejudicar sua carreira

5 erros de imagem que podem prejudicar sua carreira

Comportamentos sutis e escolhas visuais pouco conscientes podem comprometer a credibilidade profissional

A aparência, por muito tempo associada apenas à vaidade, passou a ser reconhecida no meio corporativo como um elemento estratégico de comunicação. Longe de representar uma busca superficial por estética, a forma como um profissional se apresenta — visual e corporalmente — tem influência direta sobre sua autoridade, poder de influência e trajetória dentro das organizações.

De acordo com a psicóloga Amy Cuddy, pesquisadora da Universidade de Harvard e referência internacional em linguagem não verbal, impressões sobre confiança e competência são formadas nos primeiros sete segundos de interação com alguém. Em muitos casos, esse julgamento acontece ainda mais rápido. Diversos estudos ao longo da última década reforçam a predominância da comunicação visual nesse processo. Um deles, publicado pela Association for Psychological Science em 2017, mostra que 55% da percepção inicial está relacionada à aparência e à linguagem corporal, enquanto apenas 7% diz respeito ao conteúdo verbal.

No contexto corporativo, esse efeito ganha dimensões ainda mais estratégicas. A maneira como um profissional se apresenta visualmente pode interferir diretamente em sua trajetória, no nível de confiança que inspira e até na reputação das empresas que representa. Um estudo publicado pelo Journal of Experimental Social Psychology, também em 2017, demonstrou que pessoas bem-vestidas são percebidas como mais confiáveis, inteligentes e bem-sucedidas, mesmo quando suas competências técnicas não são evidenciadas. Em outras palavras, a imagem pessoal impacta não apenas o indivíduo, mas a leitura que o mercado e o ambiente interno fazem de toda a organização.

Empresas como Google, Apple, McKinsey e Salesforce já incorporaram políticas de imagem e postura ao seu modelo de gestão. Em alguns casos, por meio de “dress codes” flexíveis acompanhados de orientação; em outros, com programas específicos de consultoria de imagem. O objetivo é claro: garantir que colaboradores traduzam os valores corporativos — como inovação, confiança ou sofisticação — também por meio da presença visual.

A consultora de imagem e estilo Sandra Melo, que atua na orientação de profissionais e equipes executivas, reforça que a imagem deixou de ser “acessório” e passou a ser parte central da comunicação no ambiente de trabalho. “A imagem não se resume à aparência. Ela é a soma de tudo o que comunicamos e como nos comportamos sem dizer uma palavra. Um desalinhamento nesse conjunto pode custar credibilidade, oportunidades e até a permanência no cargo”, destaca Sandra.

Com base nessa análise, a consultora reuniu cinco erros recorrentes de imagem que ainda passam despercebidos no ambiente corporativo, e que podem comprometer tanto a credibilidade individual quanto a percepção institucional:

1. Vestir-se de forma desalinhada ao ambiente: Fugir do código de vestimenta da empresa, seja por excesso de informalidade ou rigidez extrema, pode indicar falta de leitura de contexto e de adequação à cultura organizacional.

2. Linguagem corporal que transmite insegurança: Postura curvada, falta de contato visual e gestos contidos impactam negativamente na percepção de autoconfiança, ainda que o conteúdo verbal seja relevante e preciso.

3. Incoerência entre discurso e comportamento: A imagem perde força quando há dissonância entre o que se diz e o que se pratica. Líderes que falam sobre escuta ativa, mas interrompem constantemente, ou que defendem organização, mas entregam com atraso, minam sua credibilidade.

4. Descuido com a imagem digital: Em um mundo cada vez mais conectado, a presença digital exige atenção. Planos de fundo descuidados, iluminação inadequada e fotos desatualizadas em redes profissionais comprometem a percepção de profissionalismo. Além disso, interações virtuais continuam impactando negativamente a carreira de profissionais tecnicamente preparados, muitas vezes sem que percebam a desconexão entre sua imagem e o posicionamento que desejam transmitir.

5. Estilo estagnado: Manter o mesmo visual por anos, sem atualizações que reflitam o momento atual, pode gerar uma desconexão entre a imagem e o posicionamento profissional. Seu estilo precisa acompanhar sua trajetória, transmitindo credibilidade e refletindo quem você é hoje. Em muitos casos, o profissional é excelente, mas sua aparência não comunica a mesma força — o que pode impactar a forma como ele é percebido no mercado.

“Em um cenário onde a comunicação é cada vez mais integrada e visual, a imagem pessoal deixou de ser um aspecto periférico para ocupar posição estratégica nas dinâmicas profissionais. No ambiente corporativo, ela não apenas influencia percepções imediatas, como também contribui para a construção de autoridade, clareza de posicionamento e alinhamento com os valores da organização”, comenta Sandra.

Para a profissional, mais do que estética, trata-se de consistência — entre discurso, comportamento e presença. “Quando bem gerida, a imagem profissional se torna uma aliada poderosa para quem busca ser reconhecido e crescer com autenticidade, solidez e influência no mercado de trabalho”, completa a consultora de imagem.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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