Inflação e Selic não devem sofrer alteração, prevê economista
O mercado elevou a previsão para a inflação oficial, o ándice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), neste ano para 5,32%, um pouco acima da estimativa anterior (5,31%), segundo o relatório Focus divulgado nesta segunda-feira (3), pelo Banco Central. De acordo com o professor de Economia da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas, Evaldo Alves, a alta da projeção de inflação foi motivada pelo aumento dos preços dos alimentos e também pela aceleração do déficit público.
Sobre as expectativas para a inflação em 2011, Alves prevê estabilidade. Apesar de o último índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) ter sido de 6,24% em relação ao ano de 2010, na medição de dezembro foi de 0,72% em contraposição a 1% relativo a novembro. Portanto, os primeiros sinais de desaceleração começam a surgir. No entanto, alguns serviços como saúde e cuidados pessoais, despesas diversas, artigos de higiene e mensalidades para TV por assinatura apresentaram alta significativa. O resultado final será o de manutenção de pressão inflacionária.
Em relação á expectativa para o valor da taxa Selic em janeiro, Alves acredita que a tendência será de manutenção pelo menos na primeira reunião. Sobre as medidas que o governo deve tomar para conter a inflação e o aumento significativo da Selic, Alves destaca que algumas medidas já foram tomadas antes da posse do novo governo, como o aumento do compulsório dos bancos e do IOF para os investimentos especulativos. As demais medidas deverão estar voltadas para o controle do déficit público e do aumento de preços no setor de serviços, que é formado principalmente por concessões do setor público.