Inovação em tecnologia de dados auxilia crescimento do varejo

João Benedetto
João Benedetto

Quem de nós, consumidores, nunca precisou visitar dois ou três varejistas em busca de um produto? A ruptura, esse fantasma da falta de produtos, é bem conhecido do comércio, comendo uma boa parte do resultado das empresas. Na era da informação, um dos grandes vilões da ruptura é o cadastro do produto. Com a miríade de sistemas de informação que cada empresa usa, precisamos de centenas de dados sobre cada produto, antes de podermos tê-lo na gôndola. Mas gerir um sistema de produtos, não é fácil nem simples. Por isso, a GDSN – Global Data Synchronization Network – aparece como solução para essa questão, atuando como uma rede que permite à indústria disponibilizar os dados de cadastro de seus produtos ao varejo.

Ela chegou para quebrar paradigmas no mercado e propor um sistema unificado de cadastro. Além de servir como uma espécie de “tubulação” e reservatório de dados, a GDSN oferece três funcionalidades muito importantes:

1. Modelo de dados único, uma só língua: A GDSN possui uma lista de atributos (características) de produtos definida em conjunto por indústrias e varejos. Isso cria uma linguagem comum e acaba com as muitas traduções de antigamente. Embora cada ator ainda tenha o seu sistema, ele só precisa traduzir os atributos uma vez. A indústria transforma o seu ERP para a GDSN, e o varejo transforma do GDSN para o seu ERP. Além disso, todas as discussões sobre cadastro acontecem nos termos da GDSN. Fim das discussões sobre o número de casas decimais do preço de um produto.

2. Regras de gestão para não deixar o dado ruim entrar na base: Embora não seja possível bloquear todos os erros possíveis usando regras automáticas, muitos erros podem ser identificados antes que a qualidade do cadastro fique comprometida. A GDSN oferece centenas de regras de controle, que impedem o envio de dados de baixa qualidade pela indústria.

3. Atualizações automáticas, ou sincronização de dados: Criar o cadastro no varejo parece fácil, perto da dificuldade em mantê-lo atualizado. Como garantir que a indústria enviou as modificações e que o varejo as integrou? Com a GDSN, é criado um link entre o cadastro da indústria e do varejo para um mesmo produto. Qualquer modificação feita no sistema da indústria é capturada pela GDSN e enviada ao varejo, mantendo os sistemas sincronizados.

A GDSN é composta basicamente de data pools (recipientes de dados), que recuperam os dados das indústrias e encaminham ao varejo. A GS1 mantém uma Lista Amarela (Global Registry) que serve também de xerife. Essa lista garante que cada produto exista apenas uma vez na rede, e, quando um varejo solicita dados de um produto, indica onde ele está armazenado.

A GS1 é responsável pelos padrões da GDSN – dicionário de dados, regras de gestão, padrões de mensagens etc. Em alguns países do mundo, a GS1 possui data pools próprios; em outros, ela oferece serviços de formação de cadastro de materiais, certificação da qualidade de dados de indústrias para ingresso no GDSN, e até o cadastro de produtos na rede para pequenos industriais.

A GS1 é o grande fomentador da GDSN e da qualidade de dados no mundo, sendo responsável pelo Data Quality Management Framework, uma norma semelhante à ISO para qualidade de dados de produtos. Essa inovação tem potencial para alavancar seus investimentos em tecnologia da informação, por garantir dados de alta qualidade. A GS1 Brasil fez um vídeo autoexplicativo para conhecer mais sobre o assunto e é possível assisti-lo através do link:www.youtube.com/watch?v=ifm6ChXTUTc .

O artigo foi escrito por João Benedetto é especialista em Supply Chain Management e Logística e é Manager na DIAGMA Brasil.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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