Os seis passos para lidar com as crises de forma eficaz

Ricardo Resstel.

Se você liderar uma organização por algum período de tempo, não há escapatória: você vai lidar com as crises. A definição mais prática de crise é quando nós olhamos uma situação e simplesmente não podemos dizer: vamos deixar isso pra lá. Sua equipe não vai esquecer, você não vai esquecer, simplesmente não é possível passar batido por ela. Quando isso acontece, você está em uma crise e, como líder, precisa fazer algo a respeito.

Alguns líderes demoram a identificar quando esse momento chega e muitas vezes relutam em aceitar o fato de que ele é parte do problema. Quanto mais tempo você demorar para admitir seus erros, pedir desculpas e enfrentar os problemas de frente, mais complexa será a crise que terá que lidar. E permita-me ser bem transparente com você, se crises estão sempre acontecendo ao seu redor, você é o problema.

A boa notícia é que é no momento de crise que o líder tem a maior oportunidade de se destacar e mostrar a que veio. É nesse momento que a equipe mais precisa do líder para desenvolvê-la. Pense bem, se a equipe já estivesse totalmente pronta ou se não existisse crise, o líder não seria necessário.

Existem basicamente três tipos de líderes no tocante a crises. Aqueles que percebem sua chegada com bastante antecedência e conseguem lidar com ela antes que, de fato, se instale. Um segundo grupo que não percebe sua chegada, mas assim que ela aparece consegue lidar de forma eficaz; e há um terceiro grupo que é acertado em cheio e posto de joelhos e não sabe sequer de onde veio o golpe. Meu objetivo é evitar que você caia no terceiro grupo.

Alguns passos são fundamentais para lidar com a crise de forma eficaz. Ao colocá-los em prática, você não somente sairá mais rápido da crise, como sairá mais forte.

1 – Descubra e defina o verdadeiro problema.
Conforme citado pelo especialista em liderança Max Dupree, “A primeira responsabilidade de um líder é definir a realidade”. Muitas vezes líderes se pegam apagando incêndio e lidando apenas com as consequências da crise. Enquanto você não identificar o que está causando o fogo de forma clara e objetiva, não poderá de fato extingui-lo. Nesse processo, é recomendável buscar ajuda de líderes mais experientes. Você não é o único a passar por esse problema, alguém provavelmente já passou e sobreviveu a ele. Quando você busca a opinião de sua equipe e de líderes mais experientes, isso amplia sua gama de ferramentas e então pode lidar com a situação de forma mais adequada. Como disse Abraham Maslow, “Se a única ferramenta que você possui é um martelo, você tenderá a ver todo problema como um prego.”.

2 – Seja rápido em agir.
Uma vez identificado o problema, velocidade se torna essencial. Imagine por um momento uma aeronave em emergência. A velocidade dos pilotos em tomar as devidas providências assim que identificam o problema será o fator decisivo entre a morte e sobrevivência de todas as pessoas a bordo.

3 – Ofereça segurança por meio de sua confiança e presença
Líderes não lidam com a crise por detrás de suas mesas ou trancados em seus escritórios. Eles entram em campo à frente de seu time. Para transmitir a confiança necessária para que sua equipe permaneça com o moral elevado, coloque sempre em prática os três pontos fundamentais: 1 -Saiba o que você está fazendo, se sua equipe perceber que você está desorientado o pânico se instalará. 2 -Tenha um plano, isso manterá a equipe produtiva e na direção correta para fora de crise. 3 -Permaneça calmo, dessa forma você manterá os ânimos sob controle e a confiança elevada.

4 – Simplifique os problemas
É fundamental desatar os nós e tornar as coisas mais claras e fáceis de entender. Para simplificar, elimine as reações emocionais do processo, principalmente as suas. Tratar uma crise com emoção é como tentar apagar um incêndio com gasolina. Coloque o problema no papel e depois reescreva de forma simplificada. Essa prática geralmente elimina o “sobre” da sobrecarga.

5 – Identifique e apoie os influenciadores
Para colocar esse passo em prática, faça as seguintes perguntas:
• Quem são as pessoas de maior influência? Lembre-se quando líderes falam, as pessoas escutam. Você precisa saber quem são os líderes de sua organização.
• O que essas pessoas pensam a respeito da crise?
• Algum desses líderes é parte da crise?
Peça ajuda para essas pessoas. Seu objetivo aqui é ter a maior parte dos influenciadores do lado certo da crise.

6 – Decida dar um passo de cada vez
Apesar da velocidade ser fundamental no processo de resolução da crise, dar um passo de cada vez é também um quesito indispensável. Você não quer se atropelar no processo e acabar gerando novas crises por afobação. Por esse motivo sempre coloque o primeiro passo em prática, avalie os resultados, faça os ajustes e somente então dê o próximo passo. Dessa forma você terá um resultado mais consistente e com maior possibilidade de sucesso.

Crises são inevitáveis. Se você é um líder, você terá que conduzir sua equipe por várias delas ao longo de sua jornada. Ao fazê-lo, coloque esses passos em prática e suas chances de sucesso aumentarão, mas acima de tudo, nunca se esqueça de sua integridade no processo. Assim como ao espremer uma laranja se obtêm o suco, ao se espremer um líder, o que há dentro dele vem para fora. A crise não forma as pessoas, apenas às revela.

O artigo foi escrito por Ricardo Resstel, que é Coach e palestrante com mais de 15 anos de experiência em desenvolvimento de equipes, especialista em liderança e membro licenciado do John Maxwell Team – a mais relevante equipe de formação de líderes do mundo.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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