Queda nos pedidos de falências está ligada à atuação dos administradores judiciais
Segundo dados divulgados pelo Serasa, de janeiro a setembro deste ano, o número de pedidos de falência de empresas caiu 18%, na comparação com o mesmo período de 2017. De janeiro a setembro deste ano, o número de falências requeridas foi de 1091, contra 1329 pedidos, do ano anterior.
A queda no número de pedidos de falência pode estar diretamente ligada à atuação dos administradores judiciais, conforme explica Rosely Cruz, presidente e fundadora do Instituto Brasileiro de Administração Judicial (IBAJUD). “A presença e atuação dos administradores judiciais nos processos de recuperação judicial é fundamental para análise da situação jurídica e financeira das empresas, proporcionando a retomada dos negócios das companhias em recuperação”, afirma.
Hoje, um dos principais problemas das recuperações judiciais é o ajuizamento tardio. “As empresas precisam da assessoria de um administrador judicial que vai verificar se elas ainda têm fluxo de caixa disponível e se estão em situação propícia para conseguir ajuizar a recuperação”, destaca o Promotor de Justiça de Falência e Recuperação judicial de São Paulo e coordenador acadêmico do IBAJUD,Eronides dos Santos.
Além dos pedidos de falência, outro problema que se observa são as Recuperações Judiciais que se convertem em Falência. De acordo com Fernando Pompeu Luccas, presidente da Comissão de Estudos em Falências e Recuperações Judiciais da OAB/Campinas e sócio-diretor da Administradora Judicial Brasil Trustee, isso ocorre, na maioria das vezes, por conta das empresas entrarem com pedido de recuperação de forma tardia, quando suas dívidas já são praticamente impagáveis, muitas vezes, por falta de orientação do empresário, que, na crise, ao invés de tentar reorganizar seu fluxo de caixa e sua gestão administrativa para melhorar sua eficiência operacional, acaba empurrando com a barriga, e, quando tenta buscar de fato sua recuperação, já é tarde.
Neste ano, a Justiça brasileira já decretou a falência de algumas empresas, como o jornal Diário de S. Paulo e de suas empresas controladoras – a Editora Fontana e a Cereja Serviços de Mídia Digital.
Também apresentou acréscimo em sua taxa de variação o grupo Saúde e Cuidados Pessoais (0,30% para 0,51%). Nessa classe de despesa, a principal influência observada partiu do item artigos de higiene e cuidado pessoal, cuja taxa passou de -0,04% para 0,98%.
Em contrapartida, os grupos Habitação (0,36% para -0,06%), Transportes (1,09% para 0,82%), Educação, Leitura e Recreação (0,59% para 0,48%), Despesas Diversas (0,18% para 0,05%), Vestuário (0,63% para 0,56%) e Comunicação (0,18% para 0,17%) apresentaram decréscimo em suas taxas de variação. Nestas classes de despesa, os maiores recuos foram observados nos seguintes itens: tarifa de eletricidade residencial (0,64% para -0,90%), gasolina (4,08% para 1,93%), passeios e férias (3,81% para 2,16%), alimentos para animais domésticos (1,85% para 0,03%), blusa feminina (1,33% para 0,45%) e pacotes de telefonia fixa e internet (0,75% para 0,51%).
O núcleo do IPC registrou taxa de 0,36% em outubro, ante 0,37% no mês anterior. Dos 85 itens componentes do IPC, 39 foram excluídos do cálculo do núcleo. Destes, 24 apresentaram taxas abaixo de 0,09%, linha de corte inferior, e 15 registraram variações acima de 0,96%, linha de corte superior. Em outubro, o índice de difusão, que mede a proporção de itens com taxa de variação positiva, foi de 66,57%, ficando 4,14 pontos percentuais acima do registrado em setembro, quando o índice foi de 62,43%.
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 0,35% em outubro, contra 0,23% no mês anterior. O índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços ficou em 0,57%. No mês anterior, a taxa havia subido 0,44%. O índice que representa o custo da Mão de Obra variou 0,16% em outubro. No mês anterior, este índice registrou taxa de 0,06%.