Retomada do mercado imobiliário já começa em novembro. Lançamentos serão feitos dentro de novas concepções e com metragem inferior à atual
As perspectivas para o mercado imobiliário são positivas para os próximos anos. A primeira retomada, com novos lançamentos imobiliários, já começa no mês de novembro e em março de 2020 haverá outra retomada, com a oferta de novos tipos de imóveis.
Eu conversei com o mago do mercado imobiliário e sócio fundador da Datastore, o estatístico Marcus Araujo (foto), que esteve nesta quarta-feira (16), em Curitiba, reunido com mais de 100 profissionais da construção civil e do mercado imobiliário paranaense. Na ocasião, ele apresentou os novos públicos compradores de imóveis para o período de 2020 a 2029, falou sobre as novas metragens em empreendimentos, e apontou o cenário do setor imobiliário para o futuro e como as empresas podem prosperar no mercado na próxima década.
Marcus Araujo me disse que os lançamentos imobiliários a partir de agora devem ser feitos dentro de uma nova concepção. A tecnologia, segundo ele, trouxe mudanças no modo de morar. A geração de compradores já a partir de 2020 pretende ter menos ou nenhum carro, quer trabalhar perto de casa, quer mudar a qualquer hora sem o mínimo de burocracia e quer utilizar o transporte público ou alternativos como bicicleta, patinete ou carros de aplicativos. Muitos já preferem trabalhar em casa ou utilizar o coworking do condomínio. Pede comida pelo aplicativo, utiliza a lavanderia coletiva do prédio e faz ginástica na academia onde mora. Ou seja, a vida passou a girar em torno da sua casa.
Outra mudança importante citada pelo presidente da Datastore, é no perfil das famílias, que estão cada vez menores. Com isso, a metragem dos imóveis deve diminuir. Marcus Araujo lembra que em 2009, os imóveis lançados tinham uma média de 189 metros quadrados. Em 2019, a metragem cai para 70 metros quadrados. Segundo ele, as pessoas compram, hoje, aquilo que precisam. E a tendência dos apartamentos menores, não vale apenas para os imóveis voltados às faixas de renda mais baixas. O alto padrão não está mais relacionado ao tamanho. Isso passou. Aliás, Araujo me disse, que os apartamentos gigantes de luxo lançados até então, no futuro, serão divididos e transformados em duas ou três unidades.
Para 2020, o mago do mercado imobiliário enxerga que a nova demanda dos compradores está focada em serviços. Portanto, os novos imóveis devem ter locais adequados para a entrega de refeições pedidas por aplicativos, uma vez que os prédios não têm mais porteiros, e um ponto seguro para o morador esperar o Uber.
Concluindo, Marcus Araújo alerta as construtoras para que estejam atentas às mudanças e não reaproveitem os projetos que foram engavetados durante o período da crise. Se esses projetos imobiliários forem lançados agora sem as devidas adequações às novas necessidades do mercado, dificilmente terão êxito.