
No dia 29 de novembro, milhares de consumidores vão correr para a internet e lojas físicas para aproveitar os descontos da Black Friday. Em sua nona edição no Brasil, o evento deve ter faturamento 18% maior do que no ano passado, chegando a R$ 3,07 bilhões, de acordo com a Ebit/Nielsen.
Entretanto, a maior parte das pequenas empresas brasileiras não está muito animada. De acordo com levantamento feito pela empresa de gestão empresarial VHSYS, 56% dos pequenos negócios não devem aderir à Black Friday em 2019. Para participar da pesquisa foram selecionados 10 mil clientes de todo o país, extraídos da base da empresa
Participação por região
O Nordeste é a única região em que a maioria das empresas participará da Black Friday, com 56,5%. No Centro-Oeste, 50% das empresas consultadas não aderiram à promoção. No Sudeste o percentual de empresas que não vão participar da Black Friday é de 59,75%, no Sul, 63,9% e no Norte o percentual é de 66,7%.
Segundo o levantamento, 66% das pequenas empresas que vão participar estão dispostas a dar um desconto de apenas 20%. Somente 3,2% das empresas consultadas farão promoção com mais de 60% de desconto e 19,4% trabalharão com descontos entre 21% e 40%.
Para Stocco, só é possível aplicar descontos quando se tem um planejamento eficiente do estoque. “É preciso analisar muito bem quais produtos saem mais ou menos durante o ano, qual é o custo de cada um e o que pode render mais durante a promoção. Sem essa análise, provavelmente o empresário sairá perdendo dinheiro”, diz.
Setor de serviços é o menos interessado
Entre os segmentos de micro e pequenas empresas que menos se interessam pela Black Friday neste ano estão os serviços de TI (12%), construção civil (10%) e fabricação de roupas e móveis (6%). Entre as das empresas que participarão do evento (44% das consultadas), os segmentos em destaque são comércio varejista geral (28,9%), comércio atacadista (13,3%), alimentos e bebidas (6,7%) e manutenção de máquinas, equipamentos e veículos (6,7%).
Para Stocco, a decisão de não participar da Black Friday pode ser uma estratégia inteligente caso a empresa não se sinta segura. “A Black Friday é um evento no qual a loja terá grande exposição, sendo decisivo para construir uma boa ou má imagem. Se a empresa não está bem preparada e estruturada, poderá ter um impacto negativo imenso. Decepcionar alguns consumidores pode gerar uma avalanche de ataques e reclamações, além de uma dor de cabeça desnecessária”, diz.
Stocco também comenta que muitas empresas relatam que a Black Friday acaba matando os resultados do Natal, a data mais importante para o comércio. “Isso muda completamente o faturamento anual, já que diversas empresas apostam suas fichas no consumo do final do ano e não querem aplicar descontos mais agressivos em novembro”, analisa.
Ainda segundo o CEO, se a empresa não fez um planejamento desde o começo do ano, talvez seja melhor repensar a estratégia. “O grande problema é a falta de planejamento. O comércio eletrônico obriga o varejista online a se planejar melhor. Na sede de oferecer várias opções para os clientes, as lojas perdem o controle de estoque e até mesmo de receita. É possível fazer grandes promoções sem prejudicar o caixa. Basta aplicar os descontos com planejamento estratégico”, aconselha.
Previsões
O varejo estima faturamento superior a R$ 3 bilhões para o período, alta de 18% sobre o desempenho do ano passado, informa a Associação Brasileira de Lojistas de Shoppings (Alshop). Entre os segmentos mais procurados na Black Friday estão eletroeletrônicos, vestuário, perfumaria e cosméticos. Os lançamentos cada vez mais frequentes de smartphones e televisores também estimulam o consumidor a comprar um novo modelo na promoção.