Mentiu no currículo? Saiba como falta de transparência impacta na carreira

Mentiu no currículo? Saiba como falta de transparência impacta na carreira

Se você é um desses profissionais que acredita que uma simples mentirinha no currículo não causa mal a ninguém, fique sabendo que o maior prejudicado pode ser você mesmo. Mentiras detectadas em CVs por recrutadores e empregadores podem abalar a reputação e imagem de um candidato, comprometer a participação em futuros processos seletivos e ter de conviver com o fantasma da credibilidade duvidosa.

“Mentir no currículo é a pior escolha que um profissional pode fazer em sua carreira. Não há nada pior do que esse tipo de atitude. Ao escolher esse caminho, o executivo tem de estar ciente de que esse risco pode arruinar sua carreira e muitas vezes pode ser um caminho sem volta. Todo o trabalho que ele fez, as batalhas que teve de enfrentar e obstáculos que teve de superar, podem ir por terra ao ser desmascarado em um simples processo de análise curricular. Executivos levam anos para construir uma carreira sólida e ter uma reputação respeitada, mas podem perder tudo isso em questões de minutos ao fraudar seu currículo”, explica Lucas Oggiam, diretor da Page Personnel, empresa global de recrutamento especializado em profissionais de nível técnico e suporte à gestão, unidade de negócios do PageGroup.

Mentira elimina candidato

De acordo com o consultor, esse tipo de atitude traz reflexos imediatos e futuros na carreia de um profissional. “Quando um executivo participa de um processo seletivo e é descoberta uma mentira em seu currículo, esse candidato é eliminado automaticamente da seleção. E não é apenas desse processo que ele é eliminado. Ele acaba ficando com seu “nome sujo”, incluído em uma espécie de lista negra. Isso é muito ruim para um profissional porque compromete sua participação em novos processos de seleção”, revela. “A reputação desse profissional fica seriamente abalada e colocada em dúvida pelos recrutadores. Como indicaremos um executivo para uma empresa que tem um caráter duvidoso?”, questiona o consultor.

Perder o emprego é outra consequência provocada pela falta de honestidade nas informações declaradas no currículo. “Um executivo pode até ser admitido por uma empresa utilizando desse artifício, mas pode se dar muito mal se o empregador descobrir que os dados são fantasiosos. É comum um empregador exigir de um funcionário as qualificações declaradas no currículo e reforçadas durante a entrevista. Agora se esse funcionário não foi sincero e notadamente não terá condições de desenvolver as atividades a que se propôs, certamente será demitido. Além de passar pelo constrangimento da situação, seu nome será deletado do banco de dados da companhia”, diz Oggiam.

Veja abaixo as três principais mentiras encontradas nos currículos analisados pela Page Personnel:

1 – Nível de idioma

Forjar a fluência de um determinado idioma tem se tornado uma prática muito comum e detectada frequentemente pelos recrutadores. “Os candidatos costumam inflar a fluência e domínio de uma língua. Isso é muito ruim porque conseguimos descobrir durante a entrevista. Não adianta dizer que é fluente num idioma porque as empresas precisam de profissionais capacitados e qualificados para essa tarefa. Quem não tiver essa aptidão, não passará no processo seletivo”, orienta.

2 – Formação não concluída

Outra artimanha que alguns candidatos costumam praticar é incluir a informação de cursos não concluídos. “Tem muito executivo que faz isso porque acha que é uma forma de dar um upgrade na sua formação. O que ele não sabe é que fazemos uma varredura em todas as informações declaradas no currículo e isso inclui a conclusão de cursos, sejam eles de graduação, extensão ou de qualificação”, conta o diretor.

3 – Datas de admissão e desligamento

Adulterar históricos de entradas e saídas de uma empresa também faz parte das atitudes condenáveis pelos recrutadores e listada como uma das mais comuns. “Tem muito candidato que mente nesse campo porque teme que sua passagem por uma empresa tenha sido muito rápida e essa informação pode comprometer sua candidatura. Outra atitude comum é manipular o tempo de permanência entre uma empresa e outra, abreviando ao máximo esse intervalo. Candidatos fazem isso normalmente para mostrar que não estão muito tempo afastados do mercado de trabalho e, na verdade, o que acontece é justamente o contrário. Não faça isto. O melhor é explicar durante a entrevista os reais motivos desse intervalo. A sinceridade é a competência mais valorizada que um candidato pode ter”, conclui Oggiam.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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