Setor de vendas foi o mais afetado pela Covid-19 com 4 vezes mais demissões do que contratações

Setor de vendas foi o mais afetado pela Covid-19 com 4 vezes mais demissões do que contratações
Após a chegada da Covid-19, inúmeras empresas tiveram que lidar com problemas como a queda de suas receitas, congelamento de novos negócios e até fechamento de unidades. Segundo dados recentes do Sebrae, cerca de 600 mil micro e pequenas empresas brasileiras fecharam as portas. Além disso, o número de desempregados não para de crescer no País, já são mais de 10 milhões de pessoas, de acordo com levantamento realizado do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Para entender o cenário do ponto de vista da gestão de pessoas, a Convenia , empresa com soluções voltadas para automatização do departamento pessoal, realizou uma pesquisa com mais de 3 mil empresas, de todas as regiões do País, entre pequenas e médias. Também entram na amostragem aproximadamente 44.883 colaboradores nos mais variados segmentos.

Férias e redução de salários

Os dados mostram que, logo após a recomendação imediata de isolamento social, 14,2% dos colaboradores em setores que não se adaptavam à rotina de home office, como lojas e indústrias, contaram com férias não programadas. O período variou entre 6 e 31 dias – sendo que 60,2% optaram por um período de 15 dias e 20,9% por férias de até 10 dias.

Além disso, a redução de salário compôs 94,4% dos chamados “eventos negativos”, que incluem também as suspensões contratuais – o que mostra que empregadores preferiram reduzir a remuneração em vez de deixar seus colaboradores sem renda neste período”. Entre os cargos mais impactados estão os intermediários, considerando que a faixa salarial média que mais sofreu redução foi R﹩ 3.450,03. A redução que aconteceu no mês de abril se tornou possível após sanção da MP 936 pelo Governo Federal, em que o empregador pode oficialmente reduzir jornada de trabalho e também o salário.

Demissões de recém-contratados

Os desligamentos superaram o número de novas contratações e observou-se uma tendência de demitir funcionários recém-contratados, o que aponta para uma busca por custos trabalhistas reduzidas. Cerca de um quinto de todos os colaboradores desligados em 2020 haviam sido contratados ainda neste ano.

A pesquisa ainda identificou que, em sua maioria, aumentos de salários só foram possíveis graças à obrigatoriedade anual do dissídio (negociação de benefícios entre empregado e empregador de cada categoria). Foram 57,7% dos aumentos impulsionados pelos dissídios, outros 27% por promoções e 15,2% por mérito ou bônus.

Áreas mais afetadas

Já entre as áreas que foram mais impactadas estão a de Vendas e Operações, que apresentaram diminuição brusca da força de trabalho. Foram 4 vezes mais demissões do que admissões no período, o que corresponde a uma diferença de 217,92% entre as duas pontas.

Em contraponto, outras áreas tiveram menos impacto, como a de Gerência e Engenharia, por exemplo. A diferença entre demissão e admissão para estes setores alcançou números como o de 131% e 91,89%, respectivamente.

Para Marcelo Furtado, CEO da Convenia, ainda é cedo para prever como serão os próximos meses, mas maio já apresenta um cenário de queda de demissões e a volta tímida dos aumentos salariais. “É notável que a situação está se estabilizando e as organizações estão se adaptando ao novo cenário imposto. Porém é preciso pensar na recuperação dos cortes feitos e realinhar estratégias tanto de gestão como de crescimento”, pontua o empreendedor.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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