Hábitos de consumo estão mudando e empresas precisam se reinventar

Hábitos de consumo estão mudando e empresas precisam se reinventar

Para as empresas voltadas ao consumidor final, o futuro está chegando bem mais rápido do que se imaginava antes da pandemia, que apressou o ritmo de mudanças comportamentais relacionadas ao modo de como as pessoas vivem, trabalham, se alimentam, aprendem, se divertem e como se comunicam.

Assim sendo, as empresas precisam entender como esse novo mundo afeta os pontos de contato com os consumidores, reinventando o seu futuro e não ficando dependente de eventos externos.

A empresa de consultoria PwC fez uma pesquisa em 36 países, incluindo o Brasil, para avaliar o comportamento do consumidor urbano, tendo coletado dados antes e depois da pandemia.

Transformação 

Eu conversei com o sócio líder da PwC Brasil na Região Sul, Carlos Peres (foto), e ele me explicou que a partir dos dados deste estudo, a conclusão a que se chega é que estamos passando por uma disrupção tecnológica muito grande e as empresas têm que se preparar, pois muitos negócios vão desaparecer e outros surgirão.  Essa transformação deve ocorrer de forma rápida, entre três a no máximo cinco anos.

De acordo com a pesquisa, 45% dos mais de 23 mil entrevistados, em 36 países, (1002 do Brasil), tiveram redução de renda, porém dois terços acreditam que haverá uma melhora no curto prazo e planejam manter ou até mesmo aumentar seus gastos.

Quando indagados onde gastar o dinheiro depois da pandemia, 25% dos consumidores dizem que vão fazer compras; 15% pretendem viajar; 11% vão fazer investimentos pessoais; 10% querem gastar com cuidados pessoais e pouco mais de 8% pretendem gastar seu dinheiro com jantares em restaurantes.

Setores fortalecidos

Eu pedi para o sócio da PwC Brasil me apontar quais os setores que mais sairão fortalecidos da pandemia. Segundo ele, são os segmentos que envolvem tecnologia, ensino a distância, telemedicina, nutrição, entretenimento online, planos de saúde e seguros de vida.

Por outro lado, Carlos Peres me disse que os setores que terão que se reinventar daqui para frente são os de hotéis, lazer, turismo, viagens, cinema, teatro e academias. Na sua avaliação, mesmo depois que a pandemia passar, as pessoas não se sentirão confortáveis em ambientes fechados e com aglomerações.

Ambiente doméstico

Outra coisa que já se pode sentir, é que as pessoas estão melhorando o seu ambiente doméstico, tendo em vista que o home office veio para ficar. E aí já se sente uma reação nas vendas de planos de internet, poltronas, cadeiras mais confortáveis e máquinas de lavar louça. Só para se ter uma ideia, já há falta de algumas marcas na internet de máquinas de lavar louça e a instalação de internet em algumas regiões demora até 30 dias, devido à grande demanda.

Carlos Peres destaca que as incorporadoras de imóveis estão revendo suas plantas, com apartamentos mais amplos e menor número de garagens. “No caso de agências bancárias físicas, muitas vão fechar ou já estão fechando, devolvendo os imóveis aos proprietários, vários deles, são investidores que aplicaram seus recursos na construção visando a locação para instituições financeiras”, alerta.

O sócio líder da PwC Brasil na Região Sul também destaca que os custos dos planos de saúde deverão cair com o uso em maior escala da telemedicina. “O mundo no futuro próximo será diferente, mas não pior. A TV, no passado, mudou os hábitos de vida da população. Agora, o que estamos vendo é uma transformação tecnológica”, conclui.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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