Com pandemia e novas regras, agenda digital do mercado financeiro avança e mira nos desbancarizados

Com pandemia e novas regras, agenda digital do mercado financeiro avança e mira nos desbancarizados
O processo de transformação do sistema financeiro já vinha avançando há alguns anos, mas tomou um impulso sem precedentes na pandemia. De um dia para outro, o uso dos serviços digitais explodiu, surgiram novos produtos e funcionalidades e uma parcela grande da população desbancarizada passou a ter algum ponto de contato (cartão, conta digital etc.) para receber o auxílio emergencial.
 
Outros grandes direcionadores da transformação são a chegada do Open Banking, compartilhamento organizado de dados e serviços entre instituições financeiras, e do Pix, novo meio de pagamento digital e instantâneo do Banco Central, projetos que devem mudar profundamente o perfil do sistema no Brasil. Como resultado, o mercado financeiro será mais inclusivo, digitalizado e eficiente.

Esses foram alguns dos pontos discutidos no “Roda Viva da Inovação – O novo normal do sistema financeiro brasileiro”, webinar promovido pela Capco, consultoria global de gestão e tecnologia dedicada ao setor de serviços financeiros, com parceria do Sebrae e apoio do inovabra Habitat. 

É preciso fazer diferente

“Não foi apenas a pandemia, o consumidor está mudando, o cenário econômico está mudando e players grandes e pequenos precisam se reinventar, fazer diferente. Está claro também que é necessário dar as mãos, fazer parcerias e inovar junto. Não é uma questão de tamanho da organização, mas de mind set”, disse Letícia Murakawa, diretora executiva da Capco.

O executivo de inovação do Bradesco falou sobre como sua organização se estruturou para viabilizar uma inovação consistente. São sete vetores: posicionamento de marca com foco no cliente, comunicação para preparar as futuras gerações bancárias, governança, cultura, processos lean e MVP, ecossistema inovabra e parcerias com startups, laboratórios e institutos de pesquisa no Brasil e no exterior.
 
Um dos cases de inovação em relação a parcerias e modelos de negócios citados por Serrati foi a plataforma de investimentos da gestora Ágora, que inclui produtos do Bradesco e de terceiros. O executivo citou também o grande movimento de abertura de contas digitais durante a pandemia, de pessoas físicas e jurídicas, e como o banco vem trabalhando esses leads com outros produtos financeiros próprios e de parceiros, além de pretender também ofertar até serviços como assessoria contábil, financeira e para gestão de negócios de PMEs. “Essas iniciativas conectam o conceito de colaboração com a prática”, disse.

Impacto do Pix

Já a COO da Linker ressaltou o impacto do Pix e do Open Banking no setor. Para ela, pessoas físicas e PMEs terão mais opções de pagamento, a um custo menor. Com isso, será uma oportunidade para as PMEs segregarem melhor as finanças físicas e jurídicas e aprender bastante. “É uma nova maneira de gerir o negócio”, disse. A executiva ressaltou ainda a importância de o Pix ter uma usabilidade baseada no celular e que a introdução deste novo meio de pagamento é, ao mesmo tempo, uma oportunidade e um desafio de expandir a bancarização no Brasil.

Eduarda Davidovic, Head de Inovação na Elo, ressaltou que “o cliente no centro é a alma da inovação. Só comprar tecnologias emergentes e não colocar à serviço do cliente não se vai conseguir inovar efetivamente”.
 
Neste processo, a Elo tem dois pilares principais: olhar constantemente para fora da empresa e ter um modelo ágil escalável de inovação. Um grande exemplo citado por ela foi uma solução desenvolvida pelo Elo em apenas 18 dias para possibilitar compras via QR Code com o auxílio emergencial que atingiu mais de 66 milhões de pessoas.

Ecossistema mais robusto

O representante do Santander, Rafael Teruszkin, enfatizou seu otimismo com o momento de transformação do sistema financeiro. “Teremos um ecossistema mais robusto, que abrange uma grande quantidade de serviços que irão melhorar a vida das pessoas. Para as empresas, isso representará mais eficiência, competitividade e soluções”, afirmou.
 
“O processo de bancarização precisa se tornar tão simples quanto abrir uma conta num sistema de mensagens e enviar dinheiro tão fácil, como enviar uma mensagem ou áudio”, afirmou. Sobre a implementação de Pix e Open Banking, comentou o desafio dos bancos para se adequarem às regulações dentro dos prazos, mas ressaltou que “ambos são movimentos positivos para o setor”.

As fintechs têm também um papel relevante neste movimento. Para a COO da Linker, elas vieram como um complemento, de forma a auxiliar na distribuição dos produtos com tecnologia. “É unir para conquistar, mas cada um com seu foco e nicho. Além disso, eu estimo que 90% das fintechs operam em parceria com alguma instituição financeira tradicional”, disse Ingrid Barth.

Muitas oportunidades para o futuro

Em relação ao futuro, “vejo muitas oportunidades e os papeis que cada um dos players ocupam vai mudar. Precisamos estar abertos a essa mudança. Vejo um futuro onde o cliente tem mais oportunidades de ter voz, demandar e ser atendido, além de ferramentas para as empresas darem o seu melhor”, disse Eduarda Davidovic.

“A pandemia gerou um crescimento impressionante do uso de serviços digitais e novos correntistas. É uma aceleração massiva da digitalização. Os bancos estão atentos à questão da inclusão bancária e aprendizado contínuo. Vamos ter uma experiência fluída e com bastante facilidade. Caminhamos para um mundo hiperconectado e com uma jornada mais fluída”, conclui o gerente sênior de inovação do Bradesco.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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