Primeira startup de vinhos do Brasil cresce 400% na pandemia

Segundo dados levantados pela Ideal Consulting, empresa especializada em bebidas, desde o início da quarentena a venda de vinhos cresceu 72% e foi liderada especialmente pelos rótulos nacionais. É nesse cenário que a Fabenne , primeira startup de vinhos do Brasil, vem crescendo expressivamente e ganhando destaque. Depois de crescer mais de 4 vezes durante a pandemia, a startup pretende faturar R﹩ 4 milhões até o fim de 2020.
Em 2017, Adriano Santucci, Arthur Garutti e Thiago Santucci (foto) se uniram para fundar a marca juntando suas experiências em áreas distintas ao amor pela bebida. Inovando em um mercado tradicional, a startup investe em embalagens bag-in-box, tecnologia relativamente nova no Brasil, porém amplamente difundida em países em que o mercado é mais maduro, como EUA, França e Austrália. Inspirados nesse gap do mercado nacional, os sócios resolveram implementar no negócio essa tecnologia e viram a popularização desse modelo de consumo aumentar.
Modelo de negócio
As experiências em diferentes áreas foram estratégicas para a criação do modelo de negócio da empresa. Adriano Santucci, CEO da empresa, é formado em administração e tem mais de uma década de experiência no segmento em marketing, atuando em empresas como a Unilever e BRF. Foi ainda, por 4 anos, Head de Marketing da Jack Daniel’s no Brasil.
Arthur Garutti é sócio da Fabenne e COO da ACE, maior hub de empreendedorismo da América Latina. Tem experiência de 15 anos em multinacionais como BRF, Siemens e Faber-Castell e também é professor de empreendedorismo na ESPM.
Já Thiago Santucci, formado em administração, tem uma carreira sólida, atuando há 13 anos com foco no modelo de venda direta, na empresa de cosméticos Natura.
“As nossas vivências profissionais somadas foram fundamentais para estruturar o modelo de negócio da Fabenne. Desde o entendimento específico dos hábitos do consumo no setor de bebidas ao relacionamento de excelência com nossos clientes, passando por qual linguagem usar com nossos públicos. Além de um lado de transformar o negócio, que tem tudo para ser comum, de uma economia tradicional para algo escalável, da nova economia”, afirma Arthur.
Aliada de iniciantes
Segundo Adriano Santucci, a Fabenne tornou-se uma grande aliada de iniciantes e apaixonados por vinhos desde seu lançamento e isso foi acelerado durante a quarentena. Os empreendedores apostam na “desgourmetização” do vinho e exploram os benefícios da tecnologia da embalagem para levar os produtos aos clientes.
“Entramos em um mercado tradicional, porém pouco desenvolvido no Brasil. Entendemos que é justamente a forma como o vinho está posicionado para o consumidor que o afasta da categoria, com tantas regras e agentes que dificultam o acesso. Vinho é caro, vinho é para momentos especiais, vinho é difícil de escolher. Estamos quebrando esses mitos e mostrando que é possível desenvolver um mercado de trás pra frente, olhando primeiro para o consumidor e depois para dentro de casa”, explica o empreendedor.
A startup conta hoje com quatro varietais fixos em seu portfólio, com opções no tinto (Cabernet Sauvignon e Cabernet Seleção Especial), branco (Moscato Giallo) e rosé (com uvas Malvasia e Cabernet Sauvignon).
Elaborados em parceria com a cooperativa Vinícola São João, de Farroupilha, na Serra Gaúcha, a bebida que contém 3 litros na “caixinha” traz o produto acondicionado em uma camada resinada própria para a bebida, junto a um dispenser hermético que impede a entrada de ar quando se serve a taça, evitando a sua oxidação. Portanto, além de oferecer ao consumidor a possibilidade de consumir a bebida em doses diárias por até 30 dias após aberto, sem que perca a qualidade, as embalagens bag-in-box são eco-friendly e muito mais econômicas do que as garrafas tradicionais.