Setor calçadista gerou mais de 33 mil postos de trabalho no ano

Setor calçadista gerou mais de 33 mil postos de trabalho no ano

Com a retomada gradual da demanda doméstica, que representa 87% das suas vendas totais, o setor calçadista brasileiro segue gerando postos de trabalho. Dados elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) apontam que, entre janeiro e setembro deste ano, foram gerados 33,1 mil postos de trabalho nas fábricas de calçados. No mês de setembro foram geradas 9,2 mil vagas na atividade. Com isso, o setor soma 280,27 mil pessoas empregadas diretamente na atividade, 15,6% mais do que no mesmo período do ano passado e já está estável em relação à pré-pandemia, em 2019.

Estado que mais emprega na atividade, o Rio Grande do Sul gerou 2,26 mil postos de trabalho no setor calçadista no mês de setembro. No acumulado do ano, entre janeiro e setembro, as fábricas gaúchas somam a criação de 8,24 mil vagas. Com o resultado, o setor soma um total de 83,78 mil postos diretos na atividade, 12,2% mais do que no mesmo período de 2020 e 7,6% menos do que no mesmo intervalo de 2019.

Segundo estado que mais emprega na atividade, o Ceará, gerou 1,8 mil vagas em setembro, somando a criação 3,72 mil postos no acumulado do ano. Com isso, as fábricas cearenses encerram setembro empregando diretamente 62,58 mil pessoas, 11,5% mais do que no mesmo ínterim de 2020. O Ceará já está empregando 11,9% mais pessoas do que no mesmo período de 2019.

Tendo superado os níveis de emprego da pré-pandemia em 19,3%, a Bahia ultrapassou São Paulo no ranking de empregadores da atividade calçadista. No mês de setembro, as fábricas baianas geraram 1,3 mil postos de trabalho. No acumulado de 2021, o saldo é positivo em 7,88 mil vagas. Com o número, o setor calçadista local encerrou setembro empregando diretamente 35 mil pessoas, 35,6% mais do que no mesmo período de 2020.

Gerando 1,55 mil em setembro, São Paulo é o quarto maior empregador da atividade. Entre janeiro e setembro, os paulistas geraram 6,88 mil vagas, somando um total de 32,38 mil postos diretos gerados. O número é 27,8% superior ao do mesmo período de 2020, mas está 12,9% abaixo dos níveis de 2019.


Desoneração

O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, destaca que os números são importantes e indicam uma retomada gradual no consumo por calçados. Por outro lado, o dirigente comenta que, para seguir com a recuperação, a atividade precisa que a desoneração da folha de pagamentos prossiga a partir de 2022.

Atualmente, existe um Projeto de Lei que prevê a renovação da desoneração para os atuais 17 setores econômicos contemplados por serem os que mais empregam no Brasil. “A reoneração da folha geraria um custo tributário extra de mais de R$ 1,2 bilhão nos próximos dois anos somente para o setor calçadista. Certamente teria impacto na geração de postos. Seria um balde de água fria na recuperação”, alerta.

A Inteligência de Mercado da Abicalçados aponta que, caso a desoneração da folha não prossiga, podem ser perdidos mais de 25 mil postos de trabalho nos próximos dois anos.


Entenda

Criada em 2012, a medida da desoneração da folha de pagamentos permite que empresas de 17 setores econômicos possam substituir o pagamento de 20% sobre a folha de salários por 1% a 4,5% da receita bruta, excluindo a exportação. No caso do setor coureiro-calçadista, o pagamento é estipulado em 1,5% sobre a receita.

Com o fim do prazo de vigência da medida, a Abicalçados, em conjunto com entidades representativas dos demais segmentos abrangidos, vem buscando a renovação da desoneração a partir de 2022. O Projeto de Lei 2541/2021, de autoria do deputado federal Efraim Filho (DEM-PB) e relatoria do deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS), aguarda votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara de Deputados, já tendo passado pela Comissão de Finanças e Tributação (CFT).

Segundo Ferreira, existe urgência para que o PL seja analisado, até mesmo em função da precificação da coleção de Verão para o próximo ano, que já começa a ser comercializada no próximo mês. “Hoje, com a indefinição, os calçadistas estão no escuro. Certamente, caso a desoneração não prossiga, além do impacto no emprego, teremos um efeito importante no aumento do preço dos calçados”, conclui Ferreira.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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