Brasil é o país mais preocupado com possibilidade de recessão econômica

Brasil é o país mais preocupado com possibilidade de recessão econômica

A mais recente edição do BCG Executive Perspectives, relatório periódico lançado pelo Boston Consulting Group sobre tópicos globais de relevância para a sociedade e os negócios, traz um panorama de como a guerra na Ucrânia vem impactando o consumo em todo o mundo. A pesquisa, realizada entre abril e maio deste ano, ouviu mais de 9 mil pessoas em 11 países, e identificou que o Brasil é o país que mais tem demonstrado preocupação com uma recessão futura.

Segundo o levantamento, 82% dos consumidores brasileiros acreditam que o mundo passará por uma crise econômica, posicionando o Brasil na liderança do ranking, a frente de países como Indonésia (80%) e Alemanha (80%). “Mesmo estando em um continente diferente de onde está acontecendo a guerra, os consumidores brasileiros têm a consciência dos impactos que ela pode causar e já sentem no bolso as consequências do conflito. A alta nos preços de combustíveis e commodities já é uma realidade no país, assim como a inflação e o momento de incerteza da economia”, afirma Daniel Azevedo, sócio e diretor do BCG Brasil.

Além da inflação, a preocupação com as finanças pessoais no Brasil está acima da média global, à medida que uma diminuição na renda também vem sendo percebida na população. Além disso, com a confiança de que a pandemia já atravessou seu pior momento, o consumidor brasileiro vem focando mais em lazer e bem-estar: 59% esperam gastar mais com eventos e cinema, já 32% dizem que querem ampliar gastos com viagens nos próximos seis meses. Em contrapartida, a tendência é que despesas com bebidas e alimentação básica sejam cortadas.

Globalmente, o levantamento do BCG ressalta que os efeitos da guerra são uma das principais preocupações dos países, embora o impacto do conflito seja percebido de diferentes formas entre as regiões. No geral, a pressão causada pela inflação tem sido unânime — 83% de todos os entrevistados estão apreensivos com o aumento de preços percebido em diversos setores e segmentos, mas principalmente com comida, itens essenciais e produtos relacionados à saúde e bem-estar.

Impacto nos negócios

De acordo com o BCG Executive Perspectives, os conflitos na Ucrânia estão forçando as empresas a tomarem medidas imediatas para se adaptarem às novas tendências de consumo. Algumas das transformações identificadas foram:

  • Compensação: a Coca-Cola anunciou uma elevação de preços por conta do aumento nos custos, mas pretende mitigar o impacto do consumidor por meio de novos tamanhos e materiais de embalagem
  • Antecipação: o Walmart buscou entender melhor as mudanças nas preferências do consumidor por causa das pressões de preços, adaptando-se à oferta de produtos (por exemplo, investindo mais em marcas próprias)
  • Disponibilidade: a Apple pretende expandir a fabricação de seus produtos para a Índia e o Vietnã em um esforço para diversificar a cadeia de suprimentos concentrada principalmente na China
  • Precificação: o Cinemark planeja mudar para preços mais dinâmicos, o que pode levar a um aumento ou redução nos preços dos ingressos com base na demanda
  • Digitalização: a Burberry lançou um recurso de realidade aumentada que permite que os consumidores experimentem roupas virtualmente e transmitam ao vivo de desfiles de moda em plataformas on-line; as vendas digitais cresceram 50%.

Para Daniel Azevedo, a resiliência se faz cada vez mais necessária para manter os negócios em alta. “É perceptível que ainda estamos nos recuperando da crise causada pela pandemia, contudo é importante frisar que os aprendizados do período podem ser extremamente úteis em um novo momento de incertezas globais, como o atual”, finaliza.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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