Custo das dívidas das empresas cresce quase 400% nos 7 primeiros meses do ano

Custo das dívidas das empresas cresce quase 400% nos 7 primeiros meses do ano

Alta histórica da Selic, que é a taxa básica de juros, coloca empresas que possuem financiamentos e empréstimos em situação crítica

De acordo com o último levantamento da Serasa (Junho/2022), 6,2 milhões de empresas do Brasil estão inadimplentes com contas, fornecedores ou folha salarial. Para tentar controlar a situação, muitas delas tiveram que recorrer a empréstimos com instituições financeiras e agora estão enfrentando sérias dificuldades para pagar as parcelas. A principal causa é o aumento de 391% no custo das dívidas, acompanhando o índice recorde da Selic, a taxa que serve para nortear os demais juros do mercado brasileiro.

Este mês, o Banco Central aumentou os juros básicos da economia brasileira de 13,25% para 13,75%. Pode parecer pouca diferença, mas esse foi o 12º aumento consecutivo da Selic, que subiu mais de quatro pontos percentuais só em 2022. Em março de 2021, por exemplo, a Selic era de 2% ao ano. Ou seja, praticamente foi multiplicada por sete, atingindo o patamar de 2016. Os juros mais altos tornam os financiamentos mais caros, além de aumentar as taxas do cheque especial e do crédito rotativo do cartão. Até os empréstimos obtidos no Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) têm um impacto direto, porque tem saldo devedor corrigido pela taxa Selic, além de outros 6% ao ano.

O administrador e especialista em reestruturação de empresas, Arthur Bueno, exemplificou como esse aumento nas taxas de juros afetam o custo de uma dívida. “Digamos que em 2021, uma empresa pegou um financiamento de 500 mil reais para ser pago em 60 vezes, ela pagaria 7.650,00 mil reais de juros de janeiro a julho de 2021. Se agora essa mesma empresa pegasse os 500 mil reais, para pagamento também em 60 vezes, os juros já seriam de 29.940,00 mil reais nas parcelas de janeiro a julho de 2022, um aumento de 391% “.

Hora de renegociar

O administrador Arthur Bueno explica que, se o empresário encontrar uma instituição financeira que oferece condições mais vantajosas, como taxas de juros menores, ele pode pedir a portabilidade da sua dívida. “Uma das vantagens desse processo é que não há o pagamento de impostos, desde que o novo empréstimo não supere o valor da dívida no banco de origem. No início da pandemia e a situação de incertezas, o volume de portabilidade de crédito para empresas caiu cerca de 96%, mas agora, com um maior controle, os bancos voltaram a oferecer a modalidade”, explica Bueno.

Outras três dicas

·        Torne seu processo de cobrança mais efetivo e busque reduzir o prazo de recebimento dos clientes a fim de melhorar o fluxo de recebimento e evitar gastar dinheiro com antecipações desnecessárias.

·        Revise o processo de compras da empresa, além de ações para reduzir os custos unitários com negociações com os fornecedores, aumente os prazos de pagamento para alívio do capital de giro.

·        Aprimorando os relacionamentos com seus fornecedores, reduza os estoques, aplicando estratégias “just in time” ou seja “reposição automática”, responsável por buscar a precisão da cadeia de produção e/ou compras. Dê foco aos produtos de maior giro reduzindo a necessidade de capital de giro.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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