Taxação de apostas online no Brasil: o que se sabe até agora e como deve funcionar?

Taxação de apostas online no Brasil: o que se sabe até agora e como deve funcionar?

Possibilidade de tributar mercado que movimenta bilhões de reais foi levantada pelo Ministério da Fazenda

Com milhões de participantes envolvidos, as apostas online no Brasil estão no foco de uma nova discussão: o governo federal pretende taxá-las, visto que o mercado dos “bettings”, como são conhecidas, movimenta bilhões e é isento de tributos em solo nacional. Os sites de apostas, que têm opções que vão de times de futebol do interior brasileiro às equipes bilionárias de basquete internacional, podem atuar no país desde que sejam sediados em outros países, não tenham pontos de venda físicos e operem em domínios de internet internacionais.

“Embora a lei federal, em vigor desde 2018, permita as apostas online no Brasil, a falta de regras específicas gera insegurança tanto para os apostadores quanto para as empresas que atuam no ramo. Atualmente, existem vários players oferecendo o serviço, como grandes marcas internacionais que patrocinam, inclusive, times de futebol”, exemplifica Leonardo Roesler, sócio-fundador da RMS Advogados. Segundo Felipe Carreiras, deputado federal relator de um projeto que propõe a regulamentação de jogos como bingo e o funcionamento de cassinos no país, as apostas online movimentam cerca de R$ 90 bilhões só no Brasil.

O número de acessos a sites de apostas por brasileiros só é superado pelos Estados Unidos. Isso resulta em uma grande quantidade de dinheiro em circulação, abrangendo desde os pequenos apostadores até as cotas de fundos de traders, que oferecem uma remuneração mensal de 5% para investimentos que variam de R$ 500 mil a R$ 1 milhão. “Como resultado, há uma ampla gama de possibilidades do governo federal vislumbrar uma forma de tributação. Entretanto falta regulamentação: como tributar algo que não é regulamentado?”, pontua o especialista em direito tributário.

Segundo o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a taxação dessas apostas seria uma forma de compensar a correção na tabela de Imposto de Renda. A partir de maio, pessoas que ganham até R$ 2.640 mensais serão consideradas isentas. Hoje isso é válido para quem tem rendimentos de até R$ 1.903,98 por mês.

A tributação desse mercado já ocorre há anos em países onde ele existe de forma legalizada, entre os quais Reino Unido, França, Portugal, Espanha, Itália e Austrália. Além da tributação, o advogado cita que existem outras formas de garantir que parte dessas cifras bilionárias fiquem no Brasil. “Em alguns territórios, parte da receita gerada pelas apostas é destinada a programas sociais, como educação, saúde e assistência social. Além disso, as empresas de apostas esportivas também podem ser obrigadas a contribuir com taxas regulatórias, como a de licenciamento, para o governo. Outra forma de compensação para os países onde elas atuam pode ser por meio do controle e regulamentação do mercado de apostas esportivas, o que pode ajudar a evitar práticas ilegais e garantir a segurança dos jogadores e das próprias empresas “, conclui o tributarista.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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