Paraná consolida deflação no índice de preço de alimentos

Paraná consolida deflação no índice de preço de alimentos

Variação negativa foi constatada em Londrina (-1,29%), Maringá (-1,08%), Curitiba (-0,99%), Cascavel (-0,97%), Foz do Iguaçu (-0,91%) e Ponta Grossa (-0,73%)

Com queda de 1% em julho, que se segue à redução de 1,45% em junho, o Índice de Preços Regional do Paraná – Alimentos e Bebidas, calculado mensalmente pelo Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social), consolida um quadro de deflação no Estado.

Essa variação negativa, verificada em todos os seis municípios em que a pesquisa é realizada, foi mais acentuada em Londrina (-1,29%), seguida por Maringá (-1,08%), Curitiba (-0,99%), Cascavel (-0,97%), Foz do Iguaçu (-0,91%) e Ponta Grossa (-0,73%).

Os destaques das quedas de preços no mês passado, entre os 35 produtos que integram o índice, são a batata-inglesa (-10,21%) – com queda maior verificada em Cascavel (-16,37%) e Londrina (-13,78%) –, contrafilé (-6,78%) e coxa e sobrecoxa (-4,38%).

Segundo o diretor de Estatística do Ipardes, Daniel Nojima, esta queda do índice, a quarta no ano, se deu pela redução de preços verificada em 70% dos itens pesquisados. “A queda de 1% neste mês resulta da generalização da redução de preços observada em 25 dos 35 produtos pesquisados. Além disso, a força de influência desses produtos em queda foi significativamente superior a dos produtos em alta”, explica.

Entre os produtos com maiores acréscimos, em julho, estão a banana-caturra, alho e cebola, com aumentos respectivos de 5,31%, 2,46% e 2,37%. Os maiores aumentos nos preços da banana-caturra foram vistos em Londrina (16,48%), Maringá (6,96%) e Curitiba (3,78%).

As variações de preço que mais contribuíram em pontos porcentuais na queda de preços do IPR, em julho, foram leite integral, batata-inglesa, contrafilé, coxa e sobrecoxa e queijo muçarela. Por outro lado, ocorreram contribuições com altas em cerveja, biscoito, banana-caturra, pão francês e linguiça.

Em nível municipal, o leite integral e o contrafilé foram preponderantes entre as principais contribuições percentuais com queda nas seis localidades; a batata-inglesa influenciou o índice em quatro municípios, à exceção de Foz do Iguaçu e Ponta Grossa.

ÍNDICE ACUMULADO – Os decréscimos observados ao longo do ano e, principalmente, nos últimos dois meses, influenciaram o índice acumulado em 12 meses em todas as localidades, explica Nojima, consolidando, em julho, o primeiro fechamento negativo no critério 12 meses.

O Paraná, entre agosto de 2022 e julho de 2023, registrou nessa métrica variação de -0,98%. Regionalmente, a variação acumulada para esse período foi de -1,80% em Ponta Grossa, -1,69% em Foz do Iguaçu, -1,26% em Cascavel, -0,48% em Curitiba, -0,46% em Londrina e -0,21% em Maringá.

“Parte relevante desse declínio ocorre justamente durante este ano de 2023, já que o IPR fechou, no acumulado dos primeiros sete meses do ano, com uma queda de -0,97%”, explica o diretor de Estatística do Ipardes.

Nos últimos 12 meses, os itens com maiores quedas no Estado foram óleo de soja (-39,79%), peito de frango (-25,28%) e leite integral (-24,39%). Em sentido oposto, apuraram-se preços maiores em tomate (54,31%), biscoito (25,53%) e molho e extrato de tomate (23,76%).

Nesse período, o óleo de soja teve variações de -41,63% em Londrina, -40,50% em Maringá, -39,71% em Cascavel, -39,35% em Foz do Iguaçu, -39,24% em Ponta Grossa e -38,28% em Curitiba. Já o reajuste no preço do tomate foi de 60,31% em Londrina; 58,40% em Maringá; 57,80% em Curitiba; 53,16% em Foz do Iguaçu; 50,78% em Cascavel; e 45,90% em Ponta Grossa.

Segundo Nojima, os principais componentes desse comportamento geral de preços permanecem os mesmos desde o princípio do ano.

“A normalização do clima, favorecendo os hortifruti de maneira geral; o alcance das supersafras no Brasil e no Paraná e a subsequente redução de custos – enquanto insumos, especialmente aqueles usados em ração, como milho e soja –, com efetivos impactos sobre o preço das carnes; e uma aparente substituição de carnes pelo consumidor, com busca maior pela suína, o que auxiliou nas quedas ou estabilidade dos preços da carne bovina”, diz.

Além disso, houve a estabilização de outros custos de produção, como em defensivos e fertilizantes, e uma taxa de câmbio mais favorável, o que auxiliou na retenção de custos da importação destes insumos.

Indicador

Lançado em 15 de dezembro de 2022, o IPR utiliza os registros fiscais da Receita Estadual do Paraná. O Ipardes faz uma média de 382 mil registros de notas fiscais eletrônicas ao mês emitidas em 366 estabelecimentos comerciais de diferentes portes localizados em Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel, Ponta Grossa e Foz do Iguaçu.

Os 35 produtos avaliados foram definidos a partir da Pesquisa de Orçamentos Familiares do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o Paraná e representam cerca de 65% das compras de alimentos e bebidas dos paranaenses. O instituto também trabalhou a série histórica de preços desde 2020, que permite analisar a flutuação no preço de alimentos e bebidas nos últimos dois anos no Estado.

Com a análise detalhada dos índices pelo Ipardes, as maiores cidades do Paraná têm condições de saber exatamente o comportamento dos preços dos alimentos, que possui um reflexo relevante na vida dos cidadãos. Os dados são importantes, por exemplo, para a elaboração de políticas públicas regionais e estaduais mais direcionadas em função da situação inflacionária de cada cidade.

Crédito da foto – Roberto Dziura Jr/AEN

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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