Araucária e Fundação Grupo Boticário financiam projetos inovadores na Mata Atlântica

Araucária e Fundação Grupo Boticário financiam projetos inovadores na Mata Atlântica

Estratégia chamada de Teia de Soluções, visa buscar respostas para os entraves no desenvolvimento das cadeias produtivas

Iniciativas inovadoras voltadas ao fortalecimento da sociobiodiversidade nas áreas de Mata Atlântica no Paraná receberão incentivos financeiros para serem implementados a partir de 2024. Os recursos são provenientes da Araucária – Agência de Ciência, Tecnologia e Inovação do Paraná e da Fundação Grupo Boticário (FGB) e totalizam R$ 2 milhões para serem aplicados no bioma no Estado durante os próximos dois anos.

O investimento nas iniciativas é uma proposta das duas instituições para unir responsabilidade social e ambiental. A estratégia, chamada Teia de Soluções, visa buscar respostas para os entraves no desenvolvimento das cadeias produtivas ligadas à Mata Atlântica, com geração de novos empregos e fontes de renda às comunidades residentes nas regiões do bioma como estímulo à preservação da floresta.

A seleção dos projetos financiados foi feita ao longo deste ano por um comitê da FGB que reúne pesquisadores com o objetivo de encontrar alternativas concretas para superar os desafios ambientais. As propostas enviadas passaram por uma etapa de mentoria, detalhamento e análise do comitê, em que nove foram aprovadas para receberem os recursos. Após a contratação, os grupos responsáveis pela elaboração dos projetos terão um prazo que varia de 12 a 24 meses para executá-los.

De acordo com o gerente de Projetos da Araucária, Nilceu Jacob Deitos, a iniciativa faz parte de uma parceria entre as duas instituições. “A Araucária e o Grupo Boticário possuem um convênio de quase uma década para fomentar, de forma conjunta, projetos de pesquisa voltados ao Paraná”, afirmou.

Neste trabalho integrado, a Araucária fornecerá R$ 500 mil e a FGB 1,5 milhão como contrapartida para financiamento dos projetos, que devem ser relacionados ao desenvolvimento de produtos ou serviços ligados à Mata Atlântica. Entre os nove projetos aprovados, dois se enquadram nos critérios de financiamento da Araucária devido às suas características e receberão os recursos estaduais para fomento de suas atividades.

“O comitê fez a avaliação do mérito de todos os projetos apontou quais deles poderiam ser financiados pela Araucária, uma vez que envolvem a atuação de universidades e Institutos de Ciências e Tecnologia (ICT) paranaenses e são desenvolvidos em território estadual, dentro do escopo do programa”, explicou Deitos. “Depois disso, a equipe da agência faz a análise de elegibilidade das propostas, se cumprem todos os itens solicitados para receberem os recursos, e então é feita a assinatura dos contratos”.

Os dois projetos selecionados pela FGB e que receberão o repasse financeiro da Araucária estão ligados à guabiroba. São eles: “Industrialização e Comercialização da Guabiroba” e “Pomar de Sementes Guabiroba-do-Campo”.

Apesar de ser um fruto comum na Mata Atlântica, há apenas algum tempo a guabiroba começou a ser objeto de estudos. As primeiras pesquisas apontaram boas perspectivas econômicas devido aos nutrientes, aroma e sabor dos frutos, o que representa um grande potencial de uso na indústria de polpas e sucos. A fruta também tem um alto teor de fibras alimentares, sais minerais e antioxidantes, além de ser fonte de vitaminas A e C.

Entre as vantagens da planta, está a exigências de poucos cuidados, o rápido crescimento e a resistência ao frio, sendo uma fruta abundante nas partes úmidas da Mata Atlântica. A guabiroba produz grande quantidade de frutos e sementes anualmente, que logo após a extração podem ser germinadas.

Outras iniciativas

A própria FGB financiará outros sete projetos que abrangem o Paraná: Rede Chauá de Diversidade na Restauração Ecológica; Sabores e Saberes da Mata: Meles e Frutos Nativos; Laboratório de Novos Negócios da Floresta; Mattea; Viva o Vale; Integrando Saberes nos Destinos do Quiriri; e Sementes e Mudas do Quilombo para a Grande Reserva.

O Laboratório de Novos Negócios da Floresta, por exemplo, é um projeto que tem como intuito desenvolver novos produtos provenientes da Mata Atlântica com valor agregado. A estratégia é estimular a geração de novos empreendimentos locais que obtenham renda a partir da matéria-prima da floresta, estimulando a conservação do bioma.

“Os projetos selecionados nos deixaram muito satisfeitos, pois são capazes de fortalecer as cadeias produtivas da sociobiodiversidade e de promover melhorias para a conservação da natureza nos diferentes biomas. Além disso, eles podem ser replicados em outras regiões”, comenta a gerente de Ciência e Conservação da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, Marion Silva.

Além do Paraná, outras ações serão financiadas no Cerrado de Goiás, Zona Costeira da Bahia, Sul de São Paulo, Norte de Santa Catarina e municípios do Rio de Janeiro. O programa como um todo disponibilizará até R$ 4 milhões em apoio financeiro a partir de 2024.

Crédito da foto: José Fernando Ogura/AEN

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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