Crescimento dos benefícios corporativos movimenta economia
Empresas pagantes de vale alimentação e refeição aumenta mais de 100%
O interesse pela oferta de benefícios corporativos vêm crescendo de maneira expressiva entre os empregadores brasileiros. Entre meados de 2022 e 2023, o total de empresas pagantes de vale-alimentação e vale-refeição cresceu mais de 100%, como mostra levantamento da Caju.
De acordo com a revista Veja, o mercado de benefícios corporativos no Brasil movimenta cerca de R$150 bilhões por ano, e não demonstra nenhum sinal de desaceleração no momento — muito pelo contrário.
De acordo com um estudo publicado em novembro deste ano pela Technavio, empresa global de pesquisa e consultoria, o mercado dos benefícios corporativos brasileiro ainda deve crescer a uma taxa de 9% ao ano nos próximos 5 anos, e movimentar aproximadamente 6,99 bilhões de dólares até 2028.
Interesse por benefícios corporativos cresce no Brasil
O número de empresas que pagam benefícios a seus funcionários cresceu em 100% entre junho de 2022 e junho de 2023, como mostra uma pesquisa da Caju sobre a evolução desse segmento no Brasil.
O Sudeste lidera o ranking de companhias pagantes de vale-refeição e vale-alimentação. Em seguida vem a região Sul, com estáveis 18% ao longo de todo o intervalo de tempo analisado.
O aumento é notável no Nordeste, saltando de 8,6% em 2022 para 11% em 2023. Isso mostra como as empresas da região têm se preocupado cada vez mais em incorporar políticas de benefícios a seus colaboradores. O mesmo pode ser dito sobre o crescimento de 2% no Centro-Oeste (de 5% para 7%).
Os estados do Norte estão em último lugar, mas os resultados são positivos porque a taxa de contratação de benefícios foi dobrada em apenas um ano, saindo de 0,9% para 1,5%.
Analisando os perfis dos empregadores, foi constatado que as empresas que mais utilizam o cartão Caju são dos setores de “Eletricidade e Gás” (84,52%) e “Atividades Financeiras, de Seguros e Serviços Relacionados” (51,45%).
Por outro lado, os mercados de “Alojamento e Alimentação” e “Serviços Domésticos” são os que mais caíram, registrando -41,6% e -56,86%, respectivamente, na adoção dos benefícios.
O que diz a lei sobre o VA e VR
A concessão de vale-alimentação e vale-refeição não são obrigatórios pela legislação, mas as empresas podem oferecer aos seus colaboradores com base na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) ou com base no PAT (Programa de Alimentação do Trabalhador).
Em qualquer uma das opções, os valores concedidos a título de VA e VR não possuem natureza salarial, ou seja, não incidem encargos trabalhistas, contribuições previdenciárias e demais tributos.
Para as empresas que optam pelo lucro real e que optam pelo PAT, além dos valores concedidos não terem natureza salarial, as empresas podem se favorecer do benefício fiscal (dedução de parte dos valores da base de cálculo do imposto de renda) desde que se atentem e cumpram com as regras do programa.
O PAT, que foi criado em 1976, passou por diversas mudanças visando a se adaptar aos novos entrantes e à realidade do mercado. A partir de maio de 2023, empresas que operam no arranjo aberto, isto é, aquelas que não têm a necessidade de credenciar estabelecimentos e oferecem um cartão bandeirado — como é o caso da Caju, cuja bandeira é Visa — passaram a operar no PAT.
Essas mudanças foram bem recebidas pelo mercado, na medida em que abriram o leque de escolha para as empresas, sem perder a possibilidade de usufruírem do benefício fiscal. Ainda nesse sentido, também viabilizou o impulsionamento de novos produtos, bem como a forma com a qual as empresas podem oferecer os benefícios.
Lucas Fernandes, CHRO da Caju, destaca que os benefícios também auxiliam no relacionamento com os colaboradores “São ferramentas de atração e retenção de talentos, criando um engajamento mais próximo com o empregador”, diz.
Implementação de benefícios corporativos
Na hora de implementar uma política de benefícios corporativos na empresa, algumas questões devem ser consideradas.
O CHRO da Caju diz que é preciso ponderar as necessidades e preferências dos funcionários, analisar a cultura organizacional da companhia, consultar as obrigações legais, estabelecer uma comunicação clara com os funcionários e medir o nível de satisfação dos colaboradores de forma frequente. “Na hora de escolher um fornecedor, é fundamental optar por aquele que se preocupa com segurança jurídica e entenda o impacto que os benefícios têm no médio e longo prazo. Colaboradores satisfeitos são mais engajados.”