Estudo da CNC aponta prejuízo de R$ 97 bilhões à economia brasileira com enchentes no RS

Estudo da CNC aponta prejuízo de R$ 97 bilhões à economia brasileira com enchentes no RS

Para evitar perda de 305 mil empregos, Confederação sugere medidas adicionais

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima que a tragédia climática no Rio Grande do Sul (RS), que completa três meses na próxima segunda-feira (29 de julho), pode causar perdas de até R$ 58 bilhões no Estado e R$ 38,9 bilhões em outros estados, totalizando cerca de R$ 97 bilhões para a economia brasileira em 2024. O impacto potencial no PIB do RS pode chegar a 9,86%, com efeito de até -1% no PIB brasileiro. A tragédia pode resultar na perda de 195 mil empregos no RS e 110 mil empregos em outros estados, totalizando 305 mil empregos, 7,19% do estoque de empregos formais no RS e 0,69% em nível nacional. Confira aqui a íntegra do estudo elaborado pela CNC.

Para mitigar os efeitos, o governo federal anunciou um pacote de apoio ao RS de R$ 46,1 bilhões, incluindo recursos, antecipações de benefícios e crédito. O Estado do RS estima necessitar de R$ 19 bilhões para reconstruir sua infraestrutura. No entanto, esses esforços precisam ser complementados com outras ações. A CNC apresenta sugestões em três eixos temáticos:

Preservação dos Empregos

– Redução proporcional da jornada de trabalho e salários.

– Suspensão temporária de contratos com compensação financeira.

– Flexibilização do trabalho remoto.

– Antecipação de férias.

– Utilização de bancos de horas.

Acesso a Crédito

– Programa de crédito para pagamento de folha salarial.

– Standstill para linhas de crédito públicas.

– Renegociação de dívidas tributárias.

– Redução a zero do spread bancário do BNDES.

Alívio Tributário:

– Diferimento de 6 meses para pagamento do Simples Nacional e impostos federais.

– Criação do Programa Perse-RS, com redução de alíquotas para o setor de turismo até 2027.

Conforme o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, tanto as estimativas quanto as sugestões da Confederação têm o objetivo de orientar a retomada econômica do RS e minimizar os impactos negativos da tragédia climática. “A rápida implementação das medidas de auxílio é muito importante para evitar efeitos prolongados e danos adicionais à economia gaúcha e à brasileira como um todo”, reforça Tadros.

O presidente do Sistema Fecomércio-Sesc-Senac-RS e 2º vice-presidente da CNC, Luiz Carlos Bohn, reitera a necessidade de que as medidas a serem traçadas tenham um viés de resiliência. “O Rio Grande do Sul passou por uma tragédia histórica, com perdas que não se restringem apenas ao momento atual. Muita infraestrutura e muito capital privado de famílias e empresas foram destruídos. Para amenizar as perdas futuras, é necessário auxiliar todos que foram atingidos direta e indiretamente no Estado e, fundamentalmente, garantir que isso jamais se repita nas proporções vistas recentemente”, ressalta Bohn.

Impactos no setor produtivo

O economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, afirma que “a reconstrução do Rio Grande do Sul exigirá esforços contínuos e investimentos substanciais para restaurar a economia e os empregos perdidos”. A tragédia tende a afetar a atividade econômica, inflação e dinâmica fiscal de todo o País. O comércio, os serviços e o turismo sofrerão duramente caso as medidas mitigatórias não sejam implantadas de maneira efetiva. O estudo da CNC estima uma perda diária de R$ 5 bilhões no comércio, equivalente a 31,5% do valor previsto para maio. A infraestrutura e o abastecimento foram afetados, resultando em uma queda de 28% no fluxo de veículos de carga nas estradas. O RS representa 7% do volume de vendas no varejo brasileiro. As perdas no comércio podem chegar a R$ 10 bilhões, 5% do faturamento de 2023.

No turismo, a perspectiva é que o setor tenha perdas superiores a R$ 49 milhões por dia, acumulando até R$ 2 bilhões de perdas até junho de 2024 e podendo chegar a R$ 6 bilhões em 2024. O RS foi responsável por 6% do faturamento do turismo no Brasil, em 2023. A perda de faturamento pode representar até 21,4% do total faturado em 2023, no Estado. A infraestrutura de transporte comprometida é um grande risco, com a interrupção do fluxo de turistas, por conta do fechamento do aeroporto de Porto Alegre e rodovias afetadas.

Além disso, o RS é um grande produtor agrícola, responsável por cerca de 6% do PIB estadual, com a produção de arroz representando 1%. A indústria do RS, relevante na transformação de máquinas, produtos químicos e veículos, também será afetada.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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