Cultura corporativa ganha ainda mais evidência após a pandemia

Cultura corporativa ganha ainda mais evidência após a pandemia

Adaptações internas e externas precisam estar focadas em propósito e relações humanas

A cultura organizacional se fortaleceu durante a pandemia, revelando o grande desafio das organizações pós-quarentena: estabelecer um propósito claro e construir uma cultura bem estruturada que resulte em colaboradores engajados e comprometidos. Sem uma cultura forte, nenhuma estratégia é capaz de resistir. A flexibilização do modelo de trabalho, o impacto do home office e a diminuição do vínculo dos jovens talentos com as organizações geram forte inquietação devido à sua repercussão direta nos valores e hábitos das empresas, refletindo seu futuro.

De acordo com Alexandre Slivnik, renomado especialista em excelência de serviços e vice-presidente da Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD), o modelo de trabalho adotado deve possibilitar que as pessoas se conheçam, convivam e troquem ideias, criando um ambiente de inovação e aprendizagem constantes. No entanto, a distância física nos ambientes digitais, quando levada de maneira relapsa, compromete o relacionamento. “Dada a tendência dos novos modelos de trabalho, é essencial que empresas invistam em treinamento e desenvolvimento organizacional. Programas de educação executiva customizados auxiliam a (re)construção da cultura no pós-pandemia, com alinhamento estratégico e fortalecimento da cultura institucional”, explica.

Esses programas facilitam o conhecimento mútuo, o alinhamento de objetivos e a construção de alianças internas, acelerando a tomada de decisões e a implementação de objetivos. Em outras palavras, a proximidade e a confiança entre as pessoas são fundamentais para a identidade e missão de uma organização, favorecendo a continuidade do negócio.

“Aquelas empresas que integram uma cultura de excelência e inovação às suas estratégias, por outro lado, já estão mais preparadas para enfrentar as adversidades do mercado”, pontua o especialista. Para ele, ferramentas como Microsoft Teams, Slack e Zoom se tornaram essenciais para manter a conectividade dos colaboradores, enquanto que plataformas de gestão de projetos garantem transparência e colaboração em ambientes remotos.

A comunicação precisa ser mais frequente e transparente para combater a incerteza e manter o alinhamento organizacional. Programas de bem-estar digital, como sessões de mindfulness e workshops de saúde mental, também ganharam destaque para manter a equipe engajada e produtiva.

Externamente, as empresas aceleraram a digitalização para se comunicar com clientes e stakeholders. O uso intensificado de canais digitais, como redes sociais e plataformas de vídeo, mudou também o comportamento dos clientes, que agora priorizam a internet para compras e interações com marcas. Corporações como Amazon utilizam dados de consumidores para oferecer recomendações personalizadas, melhorando a experiência de compra e fortalecendo a lealdade do público. Nesse aspecto, transparência e responsabilidade social também são essenciais para conquistar a confiança dos clientes.

Os desafios da nova cultura organizacional

O efeito manada, caracterizado pela tendência das pessoas de seguirem o comportamento da maioria, encontra um paralelo na cultura organizacional pós-pandêmica. À medida que empresas ao redor do mundo adotaram rapidamente o trabalho remoto e modelos híbridos em resposta à pandemia, muitas outras seguiram essa tendência, temendo ficar para trás.

Esse movimento coletivo refletiu a pressão de se alinhar às novas práticas emergentes, mas também destacou a adaptabilidade e resiliência organizacional em tempos de crise. No entanto, a transição massiva também trouxe desafios, como a necessidade de repensar a comunicação, a manutenção da coesão da equipe e a preservação da cultura organizacional, demonstrando que seguir a manada requer estratégias conscientes para equilibrar inovação e bem-estar.

“Os colaboradores esperam maior flexibilidade e um compromisso claro com seu bem-estar e segurança. Já os clientes demandam experiências personalizadas e respostas rápidas, sentindo-se valorizados como indivíduos. As empresas precisam ser ágeis e adaptáveis em suas estratégias de comunicação para atender essas novas expectativas”, pontua Alexandre, destacando que a velocidade das mudanças tecnológicas e as novas normas pós-pandemia apresentam desafios e oportunidades.

A adoção de inteligência artificial, por exemplo, facilita análises preditivas para personalizar a comunicação com clientes e antecipar tendências de mercado. Ferramentas analíticas ajudam as corporações a entenderem melhor o comportamento e as preferências dos funcionários, contribuindo para uma força de trabalho mais motivada e produtiva.

“A comunicação corporativa não retornará ao estado pré-pandemia. As mudanças implementadas são profundas e permanentes. As empresas que desejam prosperar neste novo normal precisam se adaptar continuamente às novas realidades, integrando tecnologia com um toque humano”, conclui.

 

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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