Trabalhadores em risco: como a ansiedade está elevando a vulnerabilidade nas indústrias?

Trabalhadores em risco: como a ansiedade está elevando a vulnerabilidade nas indústrias?

A saúde emocional dos trabalhadores industriais está se tornando um ponto crucial para evitar acidentes de trabalho. Um estudo recente da Mindus by Moodar realizado com 2.143 participantes de indústrias entre 2020 e 2024 revela que 18,34% dos trabalhadores estão em risco de desenvolver ansiedade. Esse dado alarmante acende um alerta sobre o impacto da saúde mental na segurança industrial. A ansiedade pode ser um fator significativo em erros humanos, o que aumenta a chance de acidentes no ambiente de trabalho.

Os resultados destacam a necessidade urgente de ações preventivas para impedir que esses trabalhadores cheguem a um ponto crítico. Isso reforça a importância de integrar o cuidado com a saúde mental nas estratégias de segurança do trabalho, desenvolvendo programas de suporte emocional e promovendo o bem-estar dos colaboradores.

Impacto da ansiedade na segurança do trabalho

A ansiedade, que surge como resposta ao estresse, pode evoluir para um transtorno crônico se não for tratada. Esse transtorno afeta diretamente a concentração, a tomada de decisões e o desempenho dos trabalhadores — habilidades cruciais para a prevenção de acidentes industriais. De acordo com Bárbara Medeiros Lippi, cofundadora da Moodar“a ansiedade pode elevar drasticamente a ocorrência de erros humanos, como lapsos de atenção e falhas na comunicação”.

Em ambientes industriais, onde se lida com máquinas pesadas e processos de alta precisão, qualquer distração pode colocar vidas em risco. Além disso, em situações de emergência, trabalhadores ansiosos têm dificuldade em seguir protocolos de segurança, o que pode agravar ainda mais o problema.

Dia Internacional da Saúde Mental e a saúde no trabalho

No dia 10 de outubro é comemorado o Dia Internacional da Saúde Mental, uma data que destaca a importância do cuidado com a saúde emocional em todas as esferas da vida. Nos ambientes de trabalho, especialmente na indústria, os dados sobre o risco de ansiedade reforçam a necessidade de reflexão e ação. A ansiedade não só afeta o bem-estar individual, mas também aumenta os riscos de acidentes no local de trabalho. Dessa forma, essa data deve ir além de uma simples comemoração; deve servir como um chamado à ação para que as empresas adotem medidas concretas de suporte psicológico.

Ao investir em ações preventivas, as empresas não apenas promovem a saúde mental de seus colaboradores, mas também garantem maior segurança no trabalho, reduzindo o número de incidentes relacionados ao estado emocional dos trabalhadores.

Desafios e ações para promover a saúde mental nas indústrias

Promover um ambiente de apoio emocional na indústria é desafiador. Muitas vezes, a cultura corporativa valoriza a produtividade em detrimento do bem-estar dos trabalhadores, o que dificulta a implementação de políticas de saúde mental. Além disso, a falta de treinamento para líderes em identificar sinais de ansiedade agrava ainda mais esse cenário.

No entanto, é possível adotar medidas preventivas para mitigar esses riscos. Os Diálogos Diários de Segurança podem incluir temas sobre saúde mental, criando um espaço para discussões abertas. Além disso, oferecer terapia e suporte psicológico, aliados a práticas de bem-estar no local de trabalho, pode fazer uma grande diferença na prevenção do estresse e da ansiedade.

Implementar essas ações não apenas melhora o ambiente de trabalho, mas também reduz os acidentes. Ao adotar uma abordagem preventiva e holística, as indústrias podem criar um ambiente mais seguro, produtivo e equilibrado.

Crédito da foto: Freepik

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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