Varejo deve registrar maior crescimento em 11 anos

Varejo deve registrar maior crescimento em 11 anos

No entanto, alta dos preços dos alimentos e combustíveis é obstáculo

O comércio varejista brasileiro deve registrar, em 2024, a maior taxa de crescimento dos últimos 11 anos, conforme projeção da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A previsão é de aumento de 30% nas vendas, o que não era visto desde 2013. Este cenário é impulsionado pela expansão da massa de rendimentos e pela menor taxa de desemprego em uma década, segundo os dados divulgados pela Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), nesta quinta-feira (12 de setembro), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“O comportamento dos preços, especialmente de combustíveis e alimentos, precisa ser acompanhado de perto. A economia está em um momento de recuperação, mas esses itens podem frear o avanço que estamos observando”, avalia o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros. “Ainda assim, estamos otimistas com a recuperação do setor varejista em 2024 e acreditamos que os resultados positivos continuarão, desde que a inflação se mantenha controlada”, afirma Tadros.

No mês de julho, o volume de vendas cresceu 6%, alinhado às expectativas do mercado, e registrou o sexto avanço mensal em sete meses. Na comparação com o mesmo mês de 2023, a alta foi de 4,4%, consolidando uma sequência de 14 meses de crescimento consecutivo.

Segmentos em destaque

Os setores que mais contribuíram para esse resultado foram hiper e supermercados, que registraram um aumento de 1,7% após queda de 2,2% em junho, e o comércio de vestuário e calçados, com alta de 1,8%. Também se destacaram as vendas de artigos de uso pessoal e doméstico (alta de 2,1%) e de materiais de escritório e informática (crescimento de 2,2%), ambos setores dependentes de crédito. A redução da taxa média de juros nas operações de crédito livre, que caiu para 5,11% ao ano em julho, o menor nível em mais de dois anos, tem ajudado a aliviar o orçamento das famílias. Com isso, o comprometimento da renda com dívidas, que encerrou o segundo trimestre de 2024 em 29,8%, foi o mais baixo desde setembro de 2021.

Pressões inflacionárias e desafios

Embora o cenário seja promissor, as pressões inflacionárias continuam sendo motivo de preocupação. Alimentos e combustíveis, que estão entre os principais produtos comercializados no varejo, registraram reajustes acima da média. Isso alimenta expectativas de que o Comitê de Política Monetária (Copom) possa iniciar um novo ciclo de aperto monetário em resposta à inflação, que se aproxima de 3,9%, perto do teto da meta de 4,5%, estabelecida para 2024.

“O mercado de trabalho aquecido tem sido o motor desse avanço, com a taxa de desocupação caindo para 6,8%, a menor já registrada para o trimestre encerrado em julho”, avalia o economista da CNC responsável pelo estudo, Fabio Bentes. “Além disso, o crescimento da massa real de rendimentos, de quase 8% em relação ao ano anterior, tem dado fôlego extra às vendas”, acrescenta. Apesar dessas incertezas, o desempenho do mercado de trabalho e a recuperação do consumo sugerem que o varejo manterá um ritmo de crescimento superior ao observado na última década. A CNC mantém sua previsão otimista de crescimento de 3% para o setor em 2024, caso as condições macroeconômicas continuem favoráveis.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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