Burnout: 5 dicas para tratar e prevenir a síndrome
Procurar ajuda, realizar mudanças no estilo de vida e contar com uma rede de apoio são alguns passos importantes no tratamento da doença
Em 2022, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou o burnout como uma doença ocupacional, e a realidade brasileira é alarmante: cerca de 30% dos trabalhadores já foram afetados, segundo a Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT). O cenário se agrava com dados da ISMA-BR (International Stress Management Association no Brasil), que apontam que 72% dos brasileiros enfrentam altos níveis de estresse no ambiente profissional. Diante desse panorama, entender como identificar e controlar os sinais de burnout se torna essencial para preservar a saúde mental e a qualidade de vida no trabalho.
Exaustão mental e física, mudanças bruscas de humor, problemas gastrointestinais, fadiga, dificuldades de concentração e alterações do apetite são alguns dos sintomas causados pelo burnout, conforme aponta o Ministério da Saúde. Quando esse esgotamento mental e físico ocorrem, o trabalhador pode não conseguir cumprir suas tarefas diárias, dificultando sua relação com amigos, familiares e colegas de trabalho.
Como tratar?
Com uma força de trabalho tão estressada como no Brasil, é crucial que se tenha conhecimento e atenção aos sinais que a doença está dando. Vagner Vinicius Morais de Araújo, psicólogo do AmorSaúde, a maior rede de clínicas médico-odontológicas do Brasil, enfatiza cinco procedimentos que são essenciais para o tratamento e prevenção da Síndrome do Burnout:
1) Diagnóstico com profissional especializado
De acordo com o psicólogo, deve-se procurar um especialista para avaliar a condição do paciente e fazer o diagnóstico do burnout. Nesse caso, abordagens psicológicas como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é um tratamento eficaz para superar a doença. Além desses, existem outros como a Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT) e as práticas de Mindfulness e meditação, que podem complementar o acompanhamento psicológico. Manter sessões regulares de psicoterapia e consultas médicas para monitorar os níveis de estresse é essencial para identificar gatilhos precoces e desenvolver estratégias de enfrentamento, enfatiza Vagner.
2) Hora da pausa
Para um tratamento mais eficaz, é preciso que a pessoa acometida pelo burnout tire um período de descanso ou afastamento de suas atividades no trabalho. Segundo Araújo, o ideal para o tratamento é a pessoa se afastar da principal fonte de estresse. “Isso permite que ela recupere suas energias e reflita sobre o que causou o burnout e o que pode ser feito para evitar que isso aconteça novamente”, explica.
3) Rede de apoio
A melhor recuperação durante e depois de um burnout envolve o apoio do ciclo social. Essa rede de amigos e familiares pode potencializar o processo de recuperação da pessoa, auxiliando em tarefas práticas do dia a dia, além de proporcionar uma segurança emocional. “O apoio social não só oferece um alívio emocional imediato, mas também cria um ambiente favorável à recuperação sustentável e ao fortalecimento da resiliência”, completa o psicólogo do AmorSaúde.
4) Mudança de hábitos
Para além do tratamento psicoterápico, outro importante fator para a melhora no tratamento da síndrome é a transformação dos hábitos. A longo prazo, mudanças como alimentação equilibrada, adoção de práticas de atividades físicas e o sono de qualidade podem prevenir o burnout. De acordo com Vagner, isso acontece pois uma alimentação saudável fornece os nutrientes necessários para o funcionamento adequado do corpo e do cérebro, enquanto um bom padrão de sono acelera a recuperação e aumenta a resiliência ao estresse. Ele também enfatiza que a atividade física ajuda a reduzir o estresse e melhorar a circulação, o que combate a fadiga física e mental.
5) Estabeleça limites
Durante a turbulência mental causada pelo burnout, é difícil delimitar os gatilhos e as consequências. Entretanto, durante o tratamento especializado, é importante que se trabalhe o estabelecimento de limites tanto no trabalho quanto na vida pessoal para prevenir o retorno da condição. “Após o diagnóstico, é crucial reduzir responsabilidades ou até mesmo reavaliar as prioridades de vida. Esse tempo de descanso é essencial para permitir que o corpo e a mente comecem a se recuperar do estresse crônico”, aponta o psicólogo do AmorSaúde.