90% dos profissionais trocariam de emprego por questões de saúde mental

90% dos profissionais trocariam de emprego por questões de saúde mental
Exhausted African American employee working on project in office. Man and women in casual sitting and standing at table and using laptops. Multiethnic staff concept

A pesquisa também indica que 62% não se sentem psicologicamente seguros em suas empresas

A saúde mental, satisfação e felicidade no trabalho estão no topo das prioridades dos profissionais brasileiros. Segundo uma pesquisa do Infojobs, HR Tech líder em tecnologia para RH, 90% dos profissionais afirmam que trocariam de emprego por motivos relacionados a essas questões. O levantamento, realizado em setembro de 2024, revela um mercado em transformação, onde a busca por qualidade de vida, equilíbrio entre vida pessoal e trabalho, e o respeito ao bem-estar emocional são fatores essenciais para alcançar uma carreira de sucesso.

Para Hosana Azevedo, Head de Recursos Humanos do Infojobs, estamos diante de uma mudança profunda na forma como o indivíduo enxerga sua carreira: “As pessoas não estão mais dispostas a sacrificar seu bem-estar em troca de um salário. Elas querem trabalhar em ambientes que promovam equilíbrio e respeito ao seu estado emocional. Esse dado reflete a crescente consciência de que uma vida profissional saudável vai além da produtividade — é sobre viver e trabalhar com propósito e bem-estar”.

A pesquisa também indica que 56% dos profissionais entrevistados não se sentem felizes no ambiente de trabalho atual, e 62% relatam que não se sentem psicologicamente seguros em suas empresas. Entre os fatores mais prejudiciais à saúde mental no trabalho, os profissionais destacam a presença de lideranças tóxicas (66%), cobranças excessivas (41%) e falta de reconhecimento (40%).

A pesquisa também revela que 83% dos entrevistados já precisaram, ou conhecem alguém que precisou se afastar do trabalho por questões de saúde mental e em 86% desses casos, a empresa não estava preparada para lidar com a situação.

“Uma vez que o trabalho ocupa uma parte tão significativa de nossas vidas, é essencial que as empresas se tornem verdadeiros aliados na promoção da saúde mental. Não podemos mais ignorar o impacto das doenças ocupacionais nesse contexto. Criar um ambiente de trabalho acolhedor, que escute e valorize o bem-estar emocional dos colaboradores, é um passo vital. Afinal, quando as pessoas se sentem apoiadas e compreendidas, não apenas evitamos afastamentos, mas também cultivamos um espaço onde todos podem se desenvolver e se destacar, trazendo seus melhores talentos e paixões para o dia a dia”, conta Hosana Azevedo.

O clima organizacional e o grau de satisfação dos colaboradores são diretamente influenciados pela forma como a empresa lida com saúde mental. Apenas 50% dos profissionais afirmam que se sentem confortáveis para expressar suas opiniões ou pedir ajuda quando necessário.

Outro dado importante é que 50% dos entrevistados relatam que, em situações de conflito, suas equipes têm uma postura voltada para resolução ao invés de procurar culpados. Já em 53% dos casos, os feedbacks — mesmo negativos — são feitos de forma respeitosa.

Estresse X qualidade de vida

A pesquisa do Infojobs também revela números em relação ao estresse no ambiente de trabalho. Em uma escala de 0 a 10, 23% dos entrevistados classificaram o nível de estresse em 8 e 19% classificaram em 10 — ou seja, o nível máximo.

Por outro lado, ao avaliar a qualidade de vida com base na mesma escala, apenas 14% classificaram em 8, enquanto as posições 0 e 6 ficaram empatadas com 13% cada. Quando se trata do equilíbrio entre vida profissional e pessoal, apenas 51% dos respondentes acreditam que conseguem manter esse equilíbrio de forma satisfatória.

A reflexão que fica é clara: falar sobre saúde mental deixou de ser uma opção e se tornou uma questão urgente para o bem-estar dos indivíduos. Como observa Hosana Azevedo, “o futuro do trabalho está nas pessoas. Quando as empresas negligenciam a saúde mental de seus colaboradores, não apenas falham em apoiar o desenvolvimento humano, mas também desconsideram a importância do respeito e do cuidado com aqueles que compõem sua força de trabalho. É essencial que a saúde mental se torne uma prioridade genuína, integrada à cultura organizacional, pois isso não apenas promove um ambiente mais saudável, mas também ajuda cada indivíduo a se sentir valorizado e seguro em seu espaço de trabalho”.

 

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *