Pesquisa indica melhores práticas para treinamento de líderes

Pesquisa indica melhores práticas para treinamento de líderes
Team of business people stacking hands

Resultados apontam que ferramentas percebidas como mais eficazes, como mentoria e alocação em tarefas são, paradoxalmente, menos utilizadas

Um levantamento feito pelo Insper, uma das principais instituições de ensino superior do Brasil, e pela Robert Half, primeira e maior empresa de soluções em talentos no mundo, mapeou as ferramentas mais utilizadas para o desenvolvimento de líderes. O estudo buscou analisar quais são as melhores práticas na área da educação executiva e como buscar maior eficácia na transferência e aquisição de novas habilidades.

Para tal, foram consultados tanto profissionais de Recursos Humanos quanto colaboradores de diferentes níveis hierárquicos e setores, para entender os dois lados da moeda: quem oferece os treinamentos e quem os recebe. Foram identificadas ferramentas como cursos e treinamentoscoachingmentoriafeedbackalocação em projetos/tarefastestes de perfilgamificação/simulação e networking.

Os resultados indicam que cursos e treinamentos são as ferramentas mais utilizadas nas empresas, totalizando 91% dos respondentes. Os outros mecanismos mais utilizados são os testes de perfil (87%) e o feedback (86%).

No entanto, a efetividade percebida diverge muito da frequência de uso. Para os participantes, a ferramenta mais efetiva é a alocação em projetos/tarefas, com pontuação de 4,07 – em escala que vai de 1 (nada efetiva) até 5 (muito efetiva). Tal mecanismo é seguido por mentoria, com 3,92 e por cursos e treinamentos, com 3,75. Os testes de perfil, que possuem alta frequência de uso, ficam em último lugar na escala de efetividade percebida (pontuação de 3,47).

O cenário muda quando são aliados dois recursos de treinamento: a maioria dos profissionais percebe vantagens em combinar cursos com networking e simulação/gamificação, bem como conciliar a alocação em projetos e tarefas com o networking.

“Tais resultados positivos podem ser explicados pelo fato de que o networking tem o potencial de promover a expansão de perspectivas pela exposição aos pensamentos de outras pessoas, permitir a construção de relações para além do grupo mais próximo de trabalho e aumentar recursos de resolução de problemas ao gerar uma rede de contatos maior a quem recorrer quando necessário”, explica a professora Tatiana Iwai, coordenadora do Centro de Estudos em Negócios do Insper e uma das responsáveis pelo material.

Tipos de aprendizado

A pesquisa também avaliou qual tipo de conhecimento é gerado por cada solução de aprendizado. Para a maior parcela dos participantes, os testes de perfil e feedbacks são os mecanismos que mais promovem o autoconhecimento.

Em relação ao aprendizado comportamental, é destacado o uso de mentoria, quando no eixo cognitivo, os entrevistados indicam a importância de cursos e treinamentos. Já no aprendizado afetivo/motivacional, que altera a apreciação do colaborador ao exercício da liderança e seu senso de auto eficácia, a ênfase foi na alocação em projetos e tarefas.

Os resultados indicam também que todas as ferramentas são menos efetivas para trabalhar o “gosto pela liderança” do colaborador – o que reflete o quão difícil é desenvolver tal atributo e como tal capacidade pode estar também ligada à personalidade ou experiências individuais do executivo.

“A opção de muitos profissionais hoje em não assumir cargos gerenciais é uma escolha válida que merece consideração, pois liderar efetivamente requer grande capacidade de gerenciar aspectos emocionais e psicológicos. Contudo, essa tendência pode também indicar um receio desproporcional de assumir riscos e falhar. Cabe às organizações, portanto, desenvolver estratégias para reconhecer talentos mais adequados a funções de liderança, criando condições que estimulem esse crescimento e auxiliem na capacitação das pessoas”, orienta Mario Custódio, diretor da área de Recrutamento Executivo da Robert Half.

Soluções para desenvolvimento de lideranças

Com a análise, os pesquisadores indicaram quatro recomendações para que as organizações aprimorem seus programas de desenvolvimento de lideranças:

Enriquecer treinamentos e cursos: combinar tais atividades com simulações e trocas entre líderes potencializa os resultados;

● Incorporar o networking como componente essencial: as empresas devem promover oportunidades estruturadas para que líderes interajam e construam conexões;

● Enfatizar a alocação em projetos e o “learn by doing”: possibilitar experiências de líderes em projetos desafiadores para um aprendizado ativo e aplicado;

● Alinhar as ferramentas ao estágio de maturidade do líder: por exemplo, para motivação inicial, líderes irão se beneficiar mais de feedback e testes de perfil. Já para maturação de liderança, mentoria e coaching são mais recomendados.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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