Indústria de queijos do Paraná garante expansão antes mesmo da inauguração

Indústria de queijos do Paraná garante expansão antes mesmo da inauguração

Unidade do Grupo Piracanjuba que está sendo construída em São Jorge d’Oeste será a maior planta fabricante de queijos do Brasil

O Grupo Piracanjuba, gigante do segmento de laticínios e alimentos, anunciou a expansão da unidade que está sendo construída em São Jorge d’Oeste, no Sudoeste do Estado, antes mesmo da inauguração oficial. Com apoio do programa Paraná Competitivo, a empresa está investindo cerca de R$ 612 milhões na implantação da unidade industrial de queijos e que também irá produzir manteiga, whey protein e lactose em pó.

As tratativas com a empresa começaram em 2019, no primeiro ano da gestão do governador Carlos Massa Ratinho Junior, quando foram anunciados dois aportes que somavam cerca de R$ 110 milhões, sendo R$ 30 milhões em uma unidade de processamento de leite em Sulina, também no Sudoeste, com capacidade para até 150 mil litros por dia, e outros R$ 80 milhões para a construção da maior fábrica de queijos do Brasil, em São Jorge d’Oeste.

“O Paraná tem uma bacia leiteira em abundância e por isso apostamos no Estado e procuramos atrativos para investimentos. O Paraná Competitivo fornece uma série de benefícios que permitiram esses investimentos da empresa aqui”, explica o presidente do Grupo Piracanjuba, Luiz Claudio Lorenzo.

Em São Jorge d’Oeste, a construção da unidade industrial da Pirancajuba começou em 2021 e deverá ter sua primeira fase inaugurada neste ano. Serão mais de 54 mil metros quadrados de área construída, gerando cerca de 250 empregos diretos. Nesta etapa, a atuação ficará concentrada na produção de manteiga (com capacidade para 7,9 mil toneladas anuais) e muçarela (cerca de 39,4 mil toneladas ao ano), reforçando o objetivo do Governo do Estado de industrialização de produtos com maior valor agregado.

No início deste ano, o Grupo Piracanjuba anunciou um financiamento com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de R$ 499 milhões para iniciar a segunda etapa da unidade industrial, com mais uma planta, visando a produção de concentrados, isolados proteicos (whey protein) e lactose em pó.

A partir do soro de leite, efluente da produção de queijos, o Grupo Piracanjuba produzirá até 6 mil toneladas ao ano de whey protein e até 14,8 mil toneladas anuais de lactose em pó. Segundo a empresa, a construção das duas plantas em uma mesma unidade traz ganhos de escala, sendo a primeira queijaria de grande porte no Brasil que já nasce planejada e integrada em um mesmo parque industrial.

Trata-se de um movimento pioneiro no Brasil. O objetivo é diminuir a dependência de importação dos produtos, que têm aplicações que vão desde a nutrição até produtos farmacêuticos e cosméticos, e que hoje gira em torno de 85% e US$ 54 milhões na balança comercial brasileira. Os outros 15% são de produção nacional, com poucas indústrias produzindo whey protein em pó em suas várias concentrações. Os dados são dos ministérios da Agricultura e Pecuária e de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviço, de 2023.

De acordo com o presidente do Grupo, a unidade reunirá alta tecnologia, com equipamentos modernos e alta capacidade, que contribuirão para padronização e qualidade dos produtos e eficiência operacional. “Tudo sob a perspectiva sustentável com tratamento e reaproveitamento de água e, produção e utilização de biogás como fonte de energia. E, ainda, as oportunidades de emprego disponibilizadas geram renda para a economia local”, destaca.

Paraná é o 2º maior produtor de leite

De acordo com a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), o Paraná é o segundo maior produtor de leite do Brasil, com 4,4 bilhões de litros ao ano. Além disso, o leite é o quarto produto que mais gera valor no campo no Estado. Os investimentos em novas indústrias e na tecnologia no campo têm impulsionado ainda mais a produção de leite e derivados no Paraná.

O programa Paraná Competitivo, coordenado pela Secretaria da Fazenda e pela Invest Paraná, tem como principal objetivo fomentar a economia do Estado, atraindo novos investimentos locais, nacionais e internacionais que gerem emprego, renda e riqueza. O diferencial do programa é que ele permite que empresas enquadradas pleiteiem incentivos fiscais sustentados pela legislação vigente, sem configurar renúncia fiscal.

O diretor-presidente da Invest Paraná, Eduardo Bekin, destaca que o Paraná tem recebido grandes investimentos graças ao bom ambiente de negócios, a boa infraestrutura e ao cenário econômico do Estado. “O Paraná Competitivo funciona como um grande guarda-chuva de incentivos fiscais, ou seja, para cada tipo de indústria nós concedemos benefícios específicos. Para isso, estudamos o mercado, a quantidade de empregos que serão gerados, a inovação que trará ao Estado”, detalha.

Por meio do Paraná Competitivo, empresas que tenham projetos de implantação, expansão, diversificação ou reativação no Estado – caso da Piracanjuba – recebem incentivos como o parcelamento do ICMS incremental, diferimento do ICMS nas operações de energia elétrica (Copel) e gás natural (Compagas), além da possibilidade de transferência de créditos próprios de ICMS para aquisição de ativos.

Bekin ressalta que o programa também tem como foco desenvolver os municípios menores. “Olha-se para cidades que merecem um ‘plus’ e, muitas vezes, saímos dos grandes centros para fortalecer os pequenos municípios, empregando mais gente com empregos qualificados”, reflete. São Jorge d’Oeste, que receberá os investimentos do Grupo Piracanjuba, tem pouco mais de 9 mil habitantes.

Ambiente favorável

Os investimentos da Piracanjuba no Paraná reforçam o bom momento da economia estadual, que nos últimos cinco anos teve um crescimento de 8,9% no Produto Interno Bruno (PIB), acima da média nacional no período, de 7,8%.

Quando o assunto é empregabilidade, o Estado também vai bem, sendo o segundo do Brasil que mais gerou novos empregos em 2023, de acordo com a mais recente Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Foram 159.913 novos contratos de trabalho ao longo do ano retrasado, ficando atrás apenas de São Paulo, que tem uma população total quase quatro vezes maior do que o Paraná.

É esse bom cenário que tem atraído grandes empresas para atuarem em solo paranaense. De 2019 até o momento, R$ 300 bilhões foram investidos por empresas de todos os portes, com recursos que vão desde a construção de novas fábricas até expansão de atividades.

Rota do progresso

Outra iniciativa do Governo do Estado é o programa Rota do Progresso. Lançado em junho de 2024 e com previsão de R$ 2,5 bilhões em investimentos, o programa irá beneficiar até 80 municípios. O objetivo é acelerar o desenvolvimento dessas cidades, em especial aquelas com menor Índice Ipardes de Desempenho Municipal (IPDM), indicador desenvolvido pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) para medir o desempenho dos municípios paranaenses em relação à renda.

Até o momento, cerca de R$ 500 milhões estão sendo investidos em São Jorge do Patrocínio, Espigão Alto do Iguaçu, São José das Palmeiras, Rio Bom, Diamante d’Oeste e Bom Sucesso.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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