Planejamento sucessório e gestão profissional são pilares para longevidade de empresas familiares

Planejamento sucessório e gestão profissional são pilares para longevidade de empresas familiares

Estratégias como governança corporativa, cultura organizacional forte e liderança qualificada ajudam negócios familiares a superar gerações e evitar conflitos internos

Segundo dados do Sebrae e do IBGE, 90% das empresas brasileiras são familiares, respondendo por 65% do Produto Interno Bruto (PIB) e empregando 75% da força de trabalho nacional. Apesar de sua relevância econômica, apenas 36% dessas empresas sobrevivem à segunda geração, 19% à terceira e apenas 7% conseguem passar para a quarta geração.

Esses negócios são peças centrais da economia global, sustentando milhões de empregos e gerando riqueza significativa. No entanto, sua longevidade não é garantida. Conflitos internos, sucessões mal planejadas e falta de profissionalização estão entre os maiores obstáculos enfrentados por essas empresas.

A transição de liderança é um momento crítico para empresas familiares. Uma pesquisa realizada pela Fundação Dom Cabral revelou que 70% das empresas familiares fecham as portas por falta de um planejamento sucessório adequado. 

“Disputas internas e escolhas mal preparadas podem comprometer décadas de trabalho. Por isso, criar um plano de sucessão bem estruturado, que inclua critérios de seleção de líderes e preparação de sucessores, é essencial para evitar conflitos e garantir a continuidade do negócio”, revela Marcus Marques, mentor e CEO do Grupo Acelerador.

Além disso, o especialista ressalta que a profissionalização é indispensável para a sustentabilidade de longo prazo. “A inclusão de gestores externos pode trazer novos conhecimentos e uma visão mais ampla sobre o mercado. No entanto, a resistência de membros da família a essa prática é comum. Equilibrar o conhecimento interno com a experiência de profissionais qualificados fortalece a empresa, permitindo uma gestão mais estratégica e focada no futuro”, pontua.

Planejamento estratégico e governança

De acordo com um levantamento do Sebrae, aproximadamente 48% das empresas brasileiras fecham nos primeiros três anos de operação devido à falta de planejamento estratégico. “Para as empresas familiares, um plano de ação detalhado, que inclua metas claras e indicadores de desempenho, é vital para assegurar um crescimento mais sustentável”, alerta.

Estruturas de governança bem definidas também fazem diferença. “Conselhos de administração com membros independentes ajudam a separar os interesses pessoais dos profissionais, proporcionando uma visão mais equilibrada. Além disso, políticas de remuneração justas e códigos de conduta também garantem uma gestão transparente, reduzindo o risco de conflitos internos”, declara Marques.

Cultura e valores como motores do crescimento

Para muitos negócios, a cultura organizacional baseada em valores familiares sólidos torna-se um diferencial competitivo. “Empresas que conseguem manter sua identidade ao mesmo tempo em que se adaptam às mudanças do mercado têm mais chances de sucesso. Investir na educação e no desenvolvimento contínuo dos membros da família e dos colaboradores fortalece a cultura corporativa e cria um ambiente propício à inovação”, relata.

Para o especialista, o sucesso das empresas familiares depende de uma combinação harmoniosa entre tradição e modernização. “Planejamento estratégico e uma gestão baseada em valores sólidos são os pilares que transformam negócios familiares em legados que atravessam gerações”, finaliza.

 

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *