Sustentabilidade nas empresas familiares do agronegócio passa pela sucessão bem planejada

Sustentabilidade nas empresas familiares do agronegócio passa pela sucessão bem planejada

Planejamento sucessório estruturado garante continuidade e competitividade para o segmento

A longevidade das empresas familiares no agronegócio vai além de investimentos em tecnologia, diversificação de culturas e acesso a crédito. Um fator essencial para a sustentabilidade desses negócios é o planejamento sucessório, que garante a continuidade da gestão e a preservação do legado empresarial. No Brasil, onde o agronegócio desempenha um papel estratégico na economia, esse aspecto ainda recebe menos atenção do que deveria, colocando em risco a perenidade de muitas empresas.

Para Arnaldo Rebello, consultor sênior da GoNext, a sucessão em empresas familiares do agronegócio, quando bem planejada, assegura a longevidade dos negócios. No entanto, se negligenciada ou adiada, pode se tornar um desafio que compromete o futuro da organização. “A sucessão não deve ser vista apenas como uma troca de liderança, mas como uma oportunidade de fortalecer a empresa. Um planejamento sucessório bem estruturado permite que as organizações se adaptem às novas demandas, ampliando sua capacidade de inovação sem perder suas raízes”, pondera.

Em países desenvolvidos, a sucessão em empresas familiares é tratada de forma estratégica, com uma visão de longo prazo que combina inovação e tradição. No Japão, muitas empresas do setor implementam planos sucessórios detalhados, com a participação ativa da próxima geração. A cultura japonesa valoriza a continuidade, preservando o legado enquanto adota práticas modernas. As Keiretsu, conglomerados familiares japoneses, são um exemplo de planejamento sucessório bem-sucedido, equilibrando tradição e inovação para garantir a estabilidade e a perpetuação dos negócios agrícolas por gerações.

Nos Estados Unidos e na Nova Zelândia, o planejamento sucessório no agronegócio é estruturado para garantir continuidade e adaptação às transformações. Nos EUA, conselhos consultivos e comitês desempenham um papel essencial, integrando a nova geração de forma planejada e preparando-a para lidar com inovações. Na Nova Zelândia, o foco está na sustentabilidade e competitividade, com uma visão estratégica de longo prazo que assegura a adaptação às novas diretrizes globais. Em ambos os casos, a combinação de governança sólida e práticas inovadoras é crucial para manter a competitividade em um ambiente dinâmico.

No Brasil, as empresas familiares do agronegócio ainda enfrentam desafios. Apesar do reconhecimento da importância do planejamento sucessório, a implementação de processos estruturados é limitada. Dados da KPMG mostram que 55% das empresas familiares brasileiras não possuem um planejamento sucessório formal, o que compromete a continuidade dos negócios e afeta a segurança e a estabilidade das comunidades que deles dependem. “A ausência desse planejamento resulta em conflitos familiares, falta de inovação e dificuldades de adaptação”, destaca Rebello.

Abordagens estruturadas

O consultor explica que, para garantir uma transição geracional e de gestão bem-sucedida, as empresas familiares do agronegócio precisam adotar abordagens mais estruturadas, que integrem governança, gestão e inovação. “Transformar o planejamento sucessório em um processo contínuo, que respeite o legado e se prepare para as mudanças, é a chave para o sucesso”, afirma.

O uso de ferramentas de governança corporativa, como conselhos consultivos e comitês de sucessão, aumenta a transparência e assegura a continuidade dos negócios. Com essas práticas, as empresas não só preservam seu legado, mas também se posicionam para enfrentar desafios e aproveitar oportunidades, seguindo o exemplo de mercados mais desenvolvidos.

“O planejamento sucessório é essencial para a longevidade das empresas familiares no agronegócio. Quando bem estruturado, permite uma transição suave entre gerações, reduz conflitos e fortalece a governança. A falta desse planejamento pode comprometer não apenas a continuidade do negócio, mas também o impacto econômico e social dessas empresas em suas comunidades”, conclui o executivo.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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