Por que as smart skills são essenciais para a recolocação profissional?

Habilidades como inteligência emocional e adaptabilidade destacam candidatos
O mercado de trabalho brasileiro em 2025 apresenta um panorama dinâmico e desafiador. Segundo a FecomercioSP, é esperado que o país crie entre 1,2 milhão e 1,5 milhão de novos empregos celetistas ao longo do ano, representando uma desaceleração em comparação com os 2,2 milhões de vagas geradas até novembro de 2024.
Além disso, uma pesquisa do Índice de Confiança Robert Half (ICRH) aponta que 54% dos profissionais planejam mudar de emprego em 2025, um aumento de quatro pontos percentuais em relação ao ano anterior.
Embora buscar uma nova colocação profissional seja um processo cheio de incertezas, um diferencial competitivo tem ganhado destaque: o desenvolvimento e a aplicação das chamadas “smart skills“.
Essas habilidades abrangem competências técnicas, naturais e adaptativas, essenciais para lidar com a complexidade do ambiente profissional contemporâneo. Entre elas estão o pensamento crítico, a inteligência emocional, a resolução de problemas, a criatividade, a colaboração e a capacidade de aprendizado contínuo. Diferentemente das hard skills, que são específicas e técnicas, as smart skills possuem um caráter transversal, aplicável a diferentes contextos e áreas.
“As smart skills, quando bem aplicadas, ajudam os profissionais a canalizar sua energia para atividades mais alinhadas aos seus talentos, otimizando tempo e resultados. Isso evita o desgaste gerado por tarefas desalinhadas com suas competências e interesses. Entre as habilidades mais relevantes estão a inteligência emocional, a adaptabilidade, a comunicação eficaz e a gestão do estresse, todas indispensáveis para manter a saúde mental e uma performance sustentável”, destaca o CEO Advisor, especialista em tecnologia e negócios e autor do livro “Smart Skills: Descubra seus pontos fortes para uma carreira produtiva e feliz”, Antonio Muniz.
Quem enfrenta mais desafios na recolocação profissional?
Alguns grupos encontram maiores barreiras no processo de recolocação, frequentemente devido a preconceitos, falta de acessibilidade ou acesso limitado a recursos. Profissionais com mais de 40 ou 50 anos, por exemplo, enfrentam o idadismo – preconceito relacionado à idade.
Apesar de sua experiência e maturidade, muitos empregadores presumem equivocadamente que esses trabalhadores têm dificuldade com tecnologia ou são menos adaptáveis às mudanças organizacionais.
“Embora haja avanços no reconhecimento do valor da diversidade etária, esses preconceitos ainda dificultam a contratação. Por outro lado, iniciativas de inclusão, como programas voltados para profissionais 50+, têm promovido capacitação e a conexão desses talentos com o mercado“, explica Muniz.
Outras pessoas que enfrentam problemas são as mulheres que precisam parar de trabalhar por causa da maternidade ou responsabilidades familiares, e os profissionais em transição de carreira que precisam mostrar sua importância.
Jovens enfrentam o paradoxo da experiência – a exigência de vivência prática para ingressar no mercado –, enquanto pessoas com deficiência se deparam com a falta de ambientes corporativos inclusivos e acessíveis.
“Apesar das barreiras estruturais e preconceitos enfrentados por diversos grupos, é fundamental que as empresas reconheçam o valor da diversidade e invistam em iniciativas inclusivas. Contratar profissionais com diferentes trajetórias e perfis enriquece o ambiente corporativo e contribui para soluções mais inovadoras e representativas”, completa Antonio.
Como desenvolver smart skills?
Investir em autoconhecimento é o primeiro passo para aprimorar essas competências, identificando pontos fortes e áreas de melhoria por meio de feedbacks e ferramentas comportamentais. Complementar esse processo com cursos de comunicação, liderança, resolução de conflitos e criatividade é fundamental para fortalecer o portfólio profissional.
“Além disso, é importante aplicar essas habilidades no cotidiano, enfrentando desafios que demandem colaboração, tomada de decisões e resolução de problemas. Manter-se atualizado com as tendências do mercado também permite ajustar as competências às demandas mais recentes”, declara Antonio.
5 formas pelas quais as smart skills podem impulsionar sua recolocação
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Diferenciação no mercado competitivo
Em um cenário onde muitas vagas atraem centenas de candidatos, destacar-se exige mais do que conhecimento técnico. Competências interpessoais, como comunicação eficaz e liderança, são diferenciais que podem influenciar positivamente nos processos seletivos.
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Adaptação a novos contextos
Com o mercado de trabalho em constante evolução, impulsionado por tecnologias emergentes e novos modelos de negócios, a capacidade de adaptação é cada vez mais valorizada.
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Fortalecimento do networking
Construir e manter relacionamentos interpessoais produtivos é uma habilidade indispensável. Como muitas oportunidades surgem através do networking, saber se comunicar, colaborar e demonstrar empatia pode abrir portas significativas.
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Melhoria no desempenho em entrevistas
Além das questões técnicas, entrevistas de emprego frequentemente avaliam aspectos comportamentais. Demonstrar inteligência emocional, capacidade de resolver conflitos e pensamento estratégico pode causar uma impressão duradoura nos recrutadores.
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Aprendizado contínuo e resiliência
A habilidade de aprender rapidamente e lidar com desafios de forma resiliente é essencial, especialmente em setores dinâmicos. Mostrar que é possível crescer com os erros e se adaptar a ambientes desafiadores é um ponto forte no mercado atual.
“Ou seja, as smart skills são ferramentas indispensáveis para aqueles que buscam recolocação profissional. Ao investir no desenvolvimento dessas competências, você não apenas aumenta suas chances de conquistar uma nova oportunidade, mas também se prepara para enfrentar os desafios futuros com segurança e eficácia, além de conhecer o seu verdadeiro “eu” para se obter uma carreira produtiva e feliz”, finaliza Antonio Muniz.
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