Recuperação judicial bate recorde no Brasil e passa a fazer parte do dia a dia das empresas

Recuperação judicial bate recorde no Brasil e passa a fazer parte do dia a dia das empresas

Possibilidade de reestruturar as dívidas e renegociar prazos de pagamento é essencial para recuperar o equilíbrio financeiro

O cenário econômico desafiador com elevados níveis de endividamento e taxas de juros altas tem levado um número crescente de empresas a buscar na recuperação judicial um caminho para reorganizar suas dívidas e garantir a continuidade das atividades. Em 2024, o Brasil registrou um recorde histórico no número de pedidos de recuperação judicial. Segundo dados da Serasa Experian, 2.273 empresas de todos os portes e diversos setores recorreram a esse mecanismo para evitar a falência, um aumento de 61,8% em relação a 2023, quando 1.405 companhias solicitaram a medida.

Entre os nomes de peso que ingressaram com o pedido estão Polishop, Dia, Side Walk, Agrogalaxy, InterCement e, mais recentemente, a Bombril, que anunciou sua entrada na recuperação judicial na primeira quinzena de fevereiro de 2025. No dia 17 de fevereiro, a Justiça também aceitou o pedido de recuperação judicial do grupo cearense Ducoco, empresa alimentícia especializada em produtos derivados do coco, que acumula dívidas de mais de R$ 667 milhões.

Em consequência, atualmente a população brasileira consume diariamente produtos e serviços de empresas que estão em recuperação judicial, muitas vezes sem nem saber disso. A recuperação judicial não é um tabu, mas uma realidade cada vez mais comum no mercado.

Marcelo Lauer.

Marcello Lauer, advogado e sócio fundador da Grand Hill, explica que a recuperação judicial é um instrumento essencial para empresas viáveis que enfrentam dificuldades financeiras momentâneas. “A possibilidade de reestruturar as dívidas e renegociar prazos de pagamento é essencial para recuperar o equilíbrio financeiro sem que o empresário perca o controle da operação”, destaca.

De acordo com Lauer, o processo de recuperação judicial não se resume apenas à suspensão temporária das cobranças, mas envolve uma série de medidas estratégicas que podem incluir renegociação de dívidas, captação de novos recursos e incremento dos níveis da governança. “O mercado está cada vez mais desafiador, e a recuperação judicial deve ser vista como uma ferramenta para restabelecer a saúde financeira da empresa e assegurar sua continuidade”, afirma.

A Grand Hill tem se destacado na assessoria de empresas que enfrentam crises financeiras, auxiliando na elaboração de planos eficazes de recuperação. Lauer reforça que um bom plano deve levar em consideração aspectos fundamentais, como o levantamento de passivos, análise detalhada do fluxo de caixa e identificação de fontes de financiamento. “A viabilidade da empresa deve ser analisada de forma técnica e abrangente, considerando tanto aspectos qualitativos quanto quantitativos. Isso inclui projeção de receitas, redução de custos e estruturação de novas linhas de crédito”, explica.

Segundo o especialista, um dos principais desafios do processo de recuperação é a negociação com credores. As negociações precisam ser embasadas em estudos técnicos consistentes, a fim de demonstrar aos credores que a empresa tem capacidade de se recuperar. “A transparência e a governança são elementos essenciais para reconquistas a confiança de credores e investidores. Um plano bem estruturado e executado de forma eficiente aumenta significativamente as chances de sucesso”, pontua.

Lauer também destaca que a recuperação judicial pode trazer benefícios para a gestão da empresa. “O processo impõe uma disciplina financeira rigorosa, permitindo uma reavaliação da estrutura da empresa e de suas estratégias. Em muitos casos, a recuperação pode ser o catalisador para uma gestão mais eficiente e inovadora”, conclui.

Diante do aumento expressivo de pedidos de recuperação judicial, é fundamental que as empresas contem com especialistas experientes para conduzir esse processo de forma segura e eficaz. A Grand Hill se consolidou como referência na assessoria de empresas em crise, ajudando-as a superar desafios e retomar o crescimento de maneira sustentável.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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