Frete da Ásia para o Brasil quadruplica e aumenta pressão sobre o varejo nacional

Frete da Ásia para o Brasil quadruplica e aumenta pressão sobre o varejo nacional

Importações estão mais caras e lojistas estão preocupados

Desde que assumiu seu segundo mandato, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vem adotando uma sequência de decretos que impactam o cenário global e ampliam as incertezas tarifárias. De acordo com dados da Solve Shipping, o preço do frete marítimo na rota de importação da Ásia para o Brasil quadruplicou em maio. Com o aumento dos custos logísticos, as importações se tornam mais caras, gerando preocupação entre os lojistas brasileiros que precisam buscar alternativas para manter a margem de lucro das empresas.

“O transporte marítimo é a opção mais utilizada para quem importa da Ásia. Embora seja mais demorado, o frete marítimo é consideravelmente mais barato do que o aéreo. Mesmo com os aumentos recentes, ainda é uma alternativa mais econômica que a compra no mercado nacional”, explica Rodrigo Giraldelli, especialista em importação China-Brasil e CEO da China Gate.

O especialista pontua que o frete marítimo passa por oscilações ao longo do ano, geralmente influenciado pela demanda global por mercadorias. Nos meses que antecedem grandes datas do varejo, como a Black Friday e o Natal, os preços tendem a atingir os maiores patamares, já que há um volume expressivo de cargas sendo exportadas da China para abastecer mercados ao redor do mundo.

Estratégias

Diante desse cenário instável, Giraldelli destaca que as empresas precisam adotar estratégias para manter a saúde financeira do negócio. Entre elas, estão: Negociar prazos e volumes com fornecedores e transportadoras, buscando condições mais flexíveis; Diversificar rotas e modais de transporte, avaliando opções como o transporte aéreo ou rodoviário, sempre que viáveis; Otimizar a cadeia logística, reduzindo custos operacionais com processos mais eficientes; Planejar com antecedência, garantindo espaço em navios a preços mais competitivos; Monitorar o cenário global e as cotações de frete, a fim de reagir rapidamente a variações repentinas; Importação Digital, serviço de contêiners compartilhados.

Outro ponto importante é garantir que todos os custos, incluindo o frete, sejam considerados na precificação dos produtos e devidamente repassados ao consumidor. O preço do transporte internacional pode mudar repentinamente por conta de conflitos ou decisões políticas, por isso, monitorar o cenário global e agir com estratégia é essencial para manter a competitividade.

Para Rodrigo, é importante lembrar que “se o frete subiu para você, também subiu para o seu concorrente e para o fornecedor nacional. Ou seja, todos serão impactados, o que mantém a importação competitiva.”

Uso de contêineres compartilhados

Uma alternativa eficiente e que está ganhando força no mercado para driblar os altos custos é o uso de contêineres compartilhados. Neles, é possível importar em menor quantidade, dividindo o espaço e as despesas fixas como frete e armazenagem. Isso reduz consideravelmente o investimento necessário, já que o importador paga apenas pelo volume que utilizar.

Uma alternativa eficiente e que está ganhando força no mercado para driblar os altos custos é o uso de contêineres compartilhados. Neles, é possível importar em menor quantidade, dividindo o espaço e as despesas fixas como frete e armazenagem. Isso reduz consideravelmente o investimento necessário, já que o importador paga apenas pelo volume que utilizar.

“O aumento do frete marítimo representa um desafio significativo para os importadores brasileiros, exigindo uma abordagem estratégica e proativa para mitigar seus impactos e manter a competitividade no mercado”, finaliza o especialista.

 

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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